Desmistificar o acompanhamento psiquiátrico e
explicar como funciona o processo é fundamental para uma boa relação com o
paciente e o sucesso do tratamento
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 59% dos profissionais associados perceberam subida de até 25% nas consultas durante a pandemia. Apesar do aumento da conscientização sobre a importância dos cuidados com a saúde mental, ainda existem alguns tabus que precisam ser quebrados e um deles é o preconceito que cerca o acompanhamento psiquiátrico.
Quando encaminhados a estes profissionais, é comum que os pacientes sintam receio e desconforto e assim levam tempo para se soltarem e até mesmo para entenderem o tratamento indicado. Por isso, é importante dissipar qualquer dúvida ou inquietação já na primeira consulta.
“Cada profissional tem seus métodos de aproximação e de desenvolvimento da relação com o paciente, mas, acima de tudo, é importante deixar claro que o acompanhamento psiquiátrico é um processo, que requer tempo e que, quanto mais a pessoa se abrir e estiver disposta a compartilhar suas aflições, melhor será a evolução do tratamento”, explica Quirino Cordeiro, psiquiatra e diretor médico da Telavita, clínica digital de saúde mental com atuação em todo o país.
Quirino conta que algumas perguntas são fundamentais para o início do processo e para uma aproximação mais confortável entre médico e paciente. Confira:
Qual o histórico médico do paciente -- é importante que o paciente deixe claro se ele já teve problemas de saúde anteriores, se já teve acompanhamento psiquiátrico, medicamentos que foram administrados, durante quanto tempo e se o tratamento foi concluído.
Qual a razão do tratamento -- é preciso identificar um panorama sobre a necessidade do paciente na busca pelo tratamento. Por que ele decidiu procurar a terapia, quem e por que razão recomendou as consultas, se ele já teve acompanhamento anterior e se ele se sente bem fazendo isso. Nesse ponto, é preciso ter clareza do que a pessoa está enfrentando. Quanto mais ele se abrir, melhor.
Dúvidas sobre medicamentos -- já na primeira consulta, é importante o profissional explicar ao paciente quais medicamentos poderiam ajudar em seu caso, por quanto tempo seria ideal administrá-los, quais as expectativas e quais os efeitos que eles podem causar em cada pessoa. É o momento que o paciente tem também para tirar todas as dúvidas sobre o tema.
Como a terapia pode ajudar -- o paciente precisa entender desde o início os objetivos do tratamento. Deixar claro a ele que a terapia é complementar aos medicamentos e irá ajudá-lo a reconhecer padrões problemáticos de comportamento e de pensamentos, que interferem em sua vida, seja pessoal ou profissional, é fundamental.
Como será a sequência do tratamento -- nesse ponto, deve-se explicar o passo
a passo do acompanhamento psiquiátrico, o que será feito durante as próximas
sessões e mostrar como serão feitas as avaliações para saber se o caminho a ser
seguido é o mesmo ou se pode haver mudanças ao longo do tratamento.
Telavita
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