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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Psiquiatra dá dicas para “quebrar gelo” na primeira consulta

Desmistificar o acompanhamento psiquiátrico e explicar como funciona o processo é fundamental para uma boa relação com o paciente e o sucesso do tratamento

 

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 59% dos profissionais associados perceberam subida de até 25% nas consultas durante a pandemia. Apesar do aumento da conscientização sobre a importância dos cuidados com a saúde mental, ainda existem alguns tabus que precisam ser quebrados e um deles é o preconceito que cerca o acompanhamento psiquiátrico. 

Quando encaminhados a estes profissionais, é comum que os pacientes sintam receio e desconforto e assim levam tempo para se soltarem e até mesmo para entenderem o tratamento indicado. Por isso, é importante dissipar qualquer dúvida ou inquietação já na primeira consulta. 

“Cada profissional tem seus métodos de aproximação e de desenvolvimento da relação com o paciente, mas, acima de tudo, é importante deixar claro que o acompanhamento psiquiátrico é um processo, que requer tempo e que, quanto mais a pessoa se abrir e estiver disposta a compartilhar suas aflições, melhor será a evolução do tratamento”, explica Quirino Cordeiro, psiquiatra e diretor médico da Telavita, clínica digital de saúde mental com atuação em todo o país. 

Quirino conta que algumas perguntas são fundamentais para o início do processo e para uma aproximação mais confortável entre médico e paciente. Confira: 

Qual o histórico médico do paciente -- é importante que o paciente deixe claro se ele já teve problemas de saúde anteriores, se já teve acompanhamento psiquiátrico, medicamentos que foram administrados, durante quanto tempo e se o tratamento foi concluído. 

Qual a razão do tratamento -- é preciso identificar um panorama sobre a necessidade do paciente na busca pelo tratamento. Por que ele decidiu procurar a terapia, quem e por que razão recomendou as consultas, se ele já teve acompanhamento anterior e se ele se sente bem fazendo isso. Nesse ponto, é preciso ter clareza do que a pessoa está enfrentando. Quanto mais ele se abrir, melhor. 

Dúvidas sobre medicamentos -- já na primeira consulta, é importante o profissional explicar ao paciente quais medicamentos poderiam ajudar em seu caso, por quanto tempo seria ideal administrá-los, quais as expectativas e quais os efeitos que eles podem causar em cada pessoa. É o momento que o paciente tem também para tirar todas as dúvidas sobre o tema. 

Como a terapia pode ajudar -- o paciente precisa entender desde o início os objetivos do tratamento. Deixar claro a ele que a terapia é complementar aos medicamentos e irá ajudá-lo a reconhecer padrões problemáticos de comportamento e de pensamentos, que interferem em sua vida, seja pessoal ou profissional, é fundamental. 

Como será a sequência do tratamento -- nesse ponto, deve-se explicar o passo a passo do acompanhamento psiquiátrico, o que será feito durante as próximas sessões e mostrar como serão feitas as avaliações para saber se o caminho a ser seguido é o mesmo ou se pode haver mudanças ao longo do tratamento.

 

Telavita

 

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