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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Portador de necessidade especial deve ter tratamento odontológico especializado

Dentista do Seconci-SP explica a importância das consultas regulares para prevenir problemas

 

Pacientes portadores de necessidades especiais (PNE) requerem um cuidado, atenção e atendimento odontológico diferenciados. São pessoas afetadas por alguma disfunção que pode ser de origem ou causa física, de inteligência, congênita, comportamental, psíquica, sensorial, de audiocomunicação, sistêmica, metabólica e fisiológica. Trata-se de pacientes com transtorno do espectro autista, Síndrome de Down, paralisia cerebral, e também os diagnosticados com câncer, diabetes, idosos e até mulheres grávidas.

De acordo com a dra. Leticia Rodrigues de Oliveira, dentista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), para melhor assistir esses pacientes, em 2002 o Conselho Federal de Odontologia criou a especialidade “Odontologia para pacientes portadores de necessidades especiais”. Embora o número de especialistas na área cresça a cada ano, apenas cerca de 800 profissionais são capacitados na área no Brasil, número ainda pequeno frente a gama de pacientes que precisam deste atendimento especializado. 

A dra. Leticia é uma das duas profissionais especializadas em PNE que atuam no Seconci-SP. Ao marcar a primeira consulta, o paciente com necessidades especiais (ou seu responsável) deve informar sobre sua condição, para que seja direcionado a estas profissionais. 

A dentista explica que a abordagem odontológica de PNE deve estar embasada em uma anamnese detalhada na primeira consulta, a fim de se conhecerem todos os dados do indivíduo, como o seu diagnóstico, medicamentos de que faz uso e possíveis alterações sistêmicas. “Todas essas informações auxiliam no planejamento, no prognóstico e na condução do tratamento odontológico, uma vez que algumas condições do paciente requerem adaptações no manejo odontológico”. 

Segundo a dra. Leticia, pacientes que usam anticoagulantes orais como a varfarina (marevan), antes de procedimentos que envolvam sangramento, como a cirurgia ou tratamento da gengiva, devem fazer exames de sangue específicos, para que haja uma maior segurança, evitando complicações indesejadas, como sangramento pós-operatório. 

Pacientes diagnosticados com câncer também devem ser avaliados por um cirurgião dentista, antes do início de seu tratamento do câncer. “A depender da localidade do tumor e do tipo de tratamento a ser realizado, complicações bucais podem ocorrer durante ou até mesmo após o tratamento oncológico”.

 

Autismo e Down 

Com relação às manifestações bucais nos PNE, elas variam bastante, dependendo do perfil do paciente, mas aqueles que apresentam alteração e comprometimento neuropsicomotor, como as pessoas com transtorno do espectro autista, Síndrome de Down e paralisia cerebral, geralmente têm uma higiene bucal comprometida por uma dificuldade na escovação e uso de fio dental, e acabam apresentando maior número de lesões de cárie e doença na gengiva. 

“O paciente pode se tornar mais agressivo por conta de uma dor de dente e essa dor pode até acarretar na mudança de comportamentos. Nem sempre este paciente sabe comunicar e expressar que está com dor”. 

Desta forma, destaca a dra. Leticia, “é fundamental que o PNE compareça às consultas odontológicas principalmente para a prevenção dessas alterações bucais, e quando necessário, ser submetido ao tratamento odontológico. Vale dizer que não somente o paciente, mas também o cuidador/responsável devem receber instruções de higiene bucal para melhoria do cuidado e também para evitar possíveis complicações bucais”. 

“Portanto, é de suma importância que um paciente que se enquadre na classificação de PNE seja atendido por um profissional capacitado, para que todas as suas demandas sejam supridas, sendo atendido em sua totalidade e da melhor maneira possível, uma vez que suas necessidades específicas e modificações necessárias serão realizadas, visando um tratamento mais humanizado, atuando de forma preventiva e inclusiva”, conclui.


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