Indicada pelos médicos, a psicoterapia é o primeiro ponto de autocuidado com a saúde mental para pacientes com diagnóstico de câncer
O 10º mês
do ano é marcado como Outubro Rosa,
campanha de conscientização das mulheres e sociedade sobre a importância da
prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e, mais
recentemente, também sobre o câncer de colo do útero. Além das questões
médicas, é importante que a atenção esteja voltada também para a saúde mental dessas mulheres.
Ao lidarem com as incertezas que um diagnóstico de câncer traz, essas pacientes costumam passar por expressões emocionais
similares às do luto,
que vão desde a negação até a aceitação.
De acordo
com Luciene Bandeira, psicóloga e diretora de saúde mental da Conexa, maior
player de saúde digital da América Latina, a principal angústia das mulheres
que descobrem um câncer de mama é o risco de morte, vivendo algo como um “luto
de si mesma”. “Após o diagnóstico, existe a possibilidade de a pessoa ter
sentimentos ou expressões emocionais de negação e não aceitação, com possível
omissão da família, quando as mulheres lidam de forma próxima com a
possibilidade de morte, com dúvidas sobre a eficácia do tratamento ou o risco de uma
recidiva. E é muito difícil lidar com todas essas incertezas sozinha. A psicoterapia é o
primeiro ponto de autocuidado que um paciente que descobre um câncer precisa
ter com a saúde mental, inclusive é indicada pelos médicos. Durante a consulta
é importante expor todos os sentimentos, não só relacionados ao câncer, mas
também de outras situações enfrentadas durante a vida como um todo”.
A
autoestima em relação à aparência também é uma preocupação dessas mulheres,
devido à queda de cabelo e pelos do corpo e à perda da mama e muitas chegam na
psicoterapia se sentindo fisicamente incapazes. “O apoio de um psicólogo ajuda
no enfrentamento do problema. São estimuladas
atitudes para a prática da autoestima e da
autocompaixão. É preciso acolher e mostrar que
há opções positivas para enfrentar a doença e
seu tratamento”, explica Luciene, que também é responsável técnica pela
plataforma Psicologia Viva.
Também é
papel do psicólogo estimular para que a paciente realize diferentes tipos de
atividades para que não perca a esperança na vida, pois apesar de ser um dos
cânceres de maior índice de mortalidade em mulheres, quando diagnosticado e
tratado na fase inicial da doença, as chances de cura do câncer de mama chegam
a até 95%. “Atividade física é importante para a saúde mental desses pacientes
quando a condição de saúde permite, mesmo que seja uma caminhada no quintal.
Isso ajuda a amenizar o impacto do diagnóstico de câncer”, finaliza a
psicóloga.
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