É preciso mais atenção com a geração virtual
O mundo evolui em
informação, as notícias se multiplicam – sejam elas verdadeiras ou falsas - a
internet e as redes sociais contribuem e muito para o desvio de foco das
crianças e adolescentes, principalmente quando ele está na faixa etária entre
09 e 17 anos.
A deficiência de
comunicação com os pais potencializa esse desvio de foco e acaba por gerar
perigos ocultos na interação manipulada pelos adultos. Parte daí o encontro com
o comportamento sensualizado exacerbado e a pedofilia. Estamos diante de um
fato: meninas e meninos estão se adiantando na sexualidade.
Na maioria das
vezes, os pais desconhecem os conteúdos acessados e os canais “frequentados”
por seus filhos, com quem eles trocam informações ou conversam on-line. A
negligência e a tecnologia consumista aumentam a ameaça e estimulam crianças e
jovens a se exporem mais do que deveriam. A verdade é que é preciso ainda mais
atenção com essa geração virtual.
A ‘onda’ entre os
jovens é sensualizar. Todo dia é possível assistir nas redes sociais meninas
seminuas dançando vulgarmente em vídeos disseminados por elas mesmas, as amigas
ou por seus pseudos namorados na internet. Os conflitos se agravam quando esses
vídeos chegam à escola e são compartilhados pelos demais colegas. A confusão
está armada! São situações criadas fora dos portões das instituições, mas que
acabam, inevitavelmente, nas salas de reuniões das escolas.
É importante
entender que o compromisso da escola ao levar os alunos à internet é
pedagógico! As imagens devem ser uma alavanca a favor do professor. Isso
significa que ao usar filmes, propagandas, caricaturas, desenhos, mapas, tudo
serve ao único e grande objetivo, que é ajudar o aluno a ler o mundo, não
apenas a ler letras. O compromisso da escola é transmitir conteúdos inerentes
às aulas, despertando interesse para pesquisa, fazendo com que ampliem os
horizontes e o conhecimento educacional. Os pais, por sua vez, devem
supervisionar o que é feito por essas crianças e adolescentes na internet e
agir para impedir os exageros no uso das redes sociais e demais ferramentas
tecnológicas.
Como especialista
em educação, avalio que os professores devem estar atentos ao uso de imagens,
música, sensorialidades variadas, sendo essa uma exigência da modernidade e uma
forma clara de estar mais próximo dos alunos. Mas, ainda assim, é fundamental
trabalhar todas as áreas, elaborar temas transversais e, ao mesmo tempo,
libertar o aluno da ideia didática das gavetas de conhecimento. Não apenas
áreas afins (como História e Geografia), mas Literatura e Educação Física,
Matemática e Artes, Química e Filosofia. É preciso restaurar o sentido original
de conhecimento, que nasceu único e foi sendo fragmentado.
Quando o uso da
internet foge a este contexto, os pais devem assumir posição de protagonismo.
Afinal, a educação que ensina a privacidade do corpo e o respeito à moral e aos
bons costumes deve vir do berço. Caso esses responsáveis não se sintam capazes
de controlar as ações virtuais de seus filhos, talvez esteja na hora de pedir
ajuda profissional.
Como dizem os
filósofos atuais, o mundo está permeado pela televisão, pelo computador, pelos
jornais, pelas revistas, pelas músicas de sucesso. A escola e a sala de aula,
claro, precisam dialogar com este mundo. Seria hipocrisia não reconhecer que,
em geral, os alunos não gostam do espaço da sala de aula, porque em sua maioria
há muito de artificial nele, de deslocado, fora do seu interesse. Considera-se
aí que, usar o mundo da comunicação contemporânea não significa repetir o mundo
da comunicação contemporânea; mas estabelecer um gancho com a percepção do
aluno, e, nesse ponto, vejo as escolas se esforçando e criando mecanismos para
que essa relação de conhecimento se fortaleça.
Sueli
Conte - aplicadora de Barras de Acess, licenciada em Psicologia e desenvolve um
trabalho voltado para os aspectos educacionais. Tem especialização em
psicopedagogia, é mestre em educação e em neurociência, autora dos livros
‘Re-novações’, ‘Bastidores de uma escola’ e, mais recentemente, da obra
‘Educando para a vida no pós-pandemia’, na qual lança luz aos diversos desafios
enfrentados pelos educadores e pais em decorrência da pandemia.
Instagram:
@sueliconte_oficial
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