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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Transmissão da varíola dos macacos não está relacionada aos primatas

Campanha promovida pela OAB SP conta com o apoio da Associação Médica Brasileira (AMB) e visa levar informação à população sobre a doença

 

A Comissão dos Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil Subseção de Vila Prudente e a Comissão dos Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo (OAB SP), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB) e com o apoio de diversas ONGs e empresas, lançam uma campanha de esclarecimento e educação para informar a população de que, embora o vírus receba a nomenclatura de varíola dos macacos, os primatas não são os transmissores da doença. A principal forma de contágio ocorre por contato direto de pessoa a pessoa por meio da pele, secreções e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias.

A campanha solicita ainda que as pessoas não pratiquem violência contra os animais por medo da doença, já que, além de não serem reservatórios do vírus, os macacos, na realidade, são importantes guardiões para a presença de zoonoses que possam impactar a saúde de todos. A presidente da Comissão dos Direitos dos Animais da OAB de São Paulo, Dra. Maira Velez, ressalta que “além de não transmitir a varíola, os macacos funcionam como sentinela para circulação de patógenos, e quando não estão presentes, como reservatório preferencial, essa situação pode ser prejudicial ao homem. A varíola não tem espécie. Do macaco, só tem o nome. A pior atitude humana é a crueldade".

Para a presidente da Comissão dos Direitos dos Animais da Vila Prudente, Andressa Fröhlich Borelli, é lamentável os animais, que desta vez nem mesmo são portadores da doença, serem vítimas da ignorância e crueldade por escolhas infelizes como a denominação pública desta doença. Ela também destaca a importância de engajar o maior número de entidades e pessoas na divulgação da informação de que os macacos não são transmissores da nova varíola.

O diretor de Defesa Profissional da AMB, Dr. José Fernando Macedo, diz que "a ignorância revela sua pior face quando se transforma em crueldade e injustiça. É o que acontece quando o macaco é culpado pela varíola dos macacos e é caçado como uma fera peçonhenta.  Na verdade, a transmissão só se dá entre humanos, e o macaco é tão vítima da doença quanto nós".

Os médicos alertam que para prevenir a varíola dos macacos é fundamental fazer o uso de máscara, pois o contágio também se dá pelas gotículas das vias respiratórias.  É necessário evitar lugares fechados, contato físico por meio de relação sexual, beijos e abraços com pessoas que tenham lesões na pele, além de lavar bem as mãos diariamente.

 

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