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terça-feira, 20 de setembro de 2022

Formação socioemocional: como aliar competências cognitivas com o desenvolvimento emocional e cidadão do aluno

Gardinalle Bezerra de Souza, orientadora educacional no Colégio Master, explica a importância de trabalhar essa abordagem para a formação plural e a melhora do rendimento escolar



Desde 2020, a formação de competências socioemocionais está normatizada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), tornando sua abordagem obrigatória nos planos pedagógicos escolares de todo país. Para Gardinalle Bezerra de Souza, psicóloga e orientadora educacional do Ensino Médio do Colégio Master, de Fortaleza (CE), trabalhar habilidades como comunicação, empatia, proatividade, afetividade e sinergia é fundamental desde o início do letramento.

 

“A esfera emocional está diretamente relacionada ao aprendizado de competências cognitivas, isto é, as disciplinas do dia a dia como língua portuguesa e matemática”, defende a orientadora educacional. “Assim, observamos que a saúde mental influencia muito no rendimento em sala de aula, afetando atenção, absorção do conteúdo, entre outros fatores”. 

 

Assim, a relação entre dimensões emocionais, sociais e cognitivas deve ser contemplada no projeto pedagógico das escolas, de forma transversal, ou seja, percorrendo todos os níveis de ensino. “O Colégio Master elaborou uma matriz própria para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, de forma a reforçar um olhar contínuo em sala de aula e construir espaços de atividade e interação entre crianças e jovens, propiciando situações de uso dessas habilidades”, explica Silvina Moreno, Diretora de Ensino da instituição.

 

A educadora enfatiza que cartilhas e materiais, mesmo possuindo seu valor didático, não fomentam por si o desenvolvimento dessas competências sociais, que devem ser formadas em uso. “Não se aprende a trabalhar em equipe sem a demanda de trabalho com um grupo de pessoas ou a ser proativo sem ter uma demanda dessa iniciativa”, afirma.

 

Portanto, o Colégio Master realiza ações específicas para cada faixa etária, visando essa formação. Na Educação Infantil, por exemplo, o “Baú dos Sentimentos” e o “Lidando com as diferenças” são exemplos de projetos e vivências com enfoque na fala e escuta. “Aprender a identificar os próprios sentimentos e acolher o dos outros, lidando com eles, faz parte de um processo de autoconhecimento que percorre todo o período de formação, desde a primeira infância, que será essencial para a escolha profissional a convivência saudável, até as fases posteriores”, complementa a diretora.

 

Segundo Souza, a promoção de projetos, palestras, rodas de conversa e atendimentos individuais que abordem essas potencialidades e os desafios do cotidiano com os corpos discente e docente são práticas necessárias que fortalecem essa abordagem. Ela enfatiza que essas iniciativas devem, acima de tudo, acolher e proporcionar um espaço de fala e escuta, sobretudo aos jovens, apresentando a escola como uma rede de apoio.

 

Nesse contexto, para garantir esses encaminhamentos, as instituições devem prezar pela formação continuada de profissionais, promovendo encontros e interações entre educadores, coordenadores, mantenedores e demais envolvidos. Além disso, informar os professores a respeito das particularidades de cada aluno e suas demandas específicas é essencial, visto que esse participa ativamente do cotidiano dos estudantes. Os educadores presentes em sala de aula são os principais responsáveis por acolher e auxiliar seus educandos.

 

“Todas essas ações terão impacto direto no desempenho escolar e nas relações sociais. Esse retorno mostra-se perceptível, sobretudo, na época dos vestibulares, momento estressante e desafiador no qual a estruturação de uma base emocional sólida e o acolhimento por parte da instituição é essencial para o sucesso”, conclui a psicóloga Gardinalle.

 

Colégio Master

https://www.colmaster.com.br/


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