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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Dia da Amazônia: como o meio ambiente afeta a saúde humana?

Rodrigo Salvetti, professor do curso de Biologia do CEUNSP, explica como as mudanças ambientais interferem na saúde humana e o que precisa ser feito  

 

Nesta segunda (05/09), comemora-se o Dia da Amazônia, a data tem o objetivo de trazer à tona a atenção da população para uma das maiores reservas naturais do planeta. E nos dias atuais, se faz cada vez mais necessário falar dessa preservação que vem sofrendo inúmeros impactos.

Essas causas e impactos ambientais vêm sendo pautas evidentes na atualidade. Diversas são as mudanças que estão acontecendo com os desmatamentos, devastação de biomas, secas e inundações alternadas, poluição atmosférica, crimes socioambientais, aquecimento global, mudanças climáticas e outros. Mas o que muitos não imaginam é que as mudanças ambientais no planeta podem afetar a saúde humana. 

Segundo Rodrigo Salvetti, professor do curso de Biologia do Centro Universitário N. Senhora do Patrocínio (CEUNSP), as mudanças climáticas estão alterando o modo como os eventos meteorológicos atuam sobre a superfície da Terra. “De maneira simplificada, o aumento de calor na atmosfera, causado pelo lançamento de poluentes, já está afetando os equilíbrios climáticos. Isso significa que as chuvas estão mais irregulares, que as ondas de calor e de frio estão mais intensas, e que existe potencial maior para eventos climáticos extremos, como tornados, furacões, chuvas torrenciais, dentre outros. Ou seja, a vida em geral, e não só dos seres humanos, é afetada por essa condição”. 

Salvetti reforça que essas mudanças afetam a saúde humana de várias maneiras. Com as ondas de calor, o ar mais quente e seco pode desencadear problemas cardíacos e respiratórios. A falta de umidade prejudica a lavoura e o gado, causando escassez alimentar, e os eventos climáticos exacerbados podem causar prejuízos materiais e humanos devido as enchentes, ventanias e deslizamentos de terra. 

“Vale ressaltar que a baixa umidade do ar pode desencadear problemas respiratórios pelo ressecamento das mucosas nasais. O próprio material particulado presente no ar tende a aumentar em períodos de seca, promovendo a proliferação de bactérias e vírus, e a inalação de partículas poluentes que são causadoras de doenças pulmonares. No frio extremo, abaixo de 10 graus, é possível termos doenças associadas a hipotermia, enquanto em temperaturas muito altas são comuns os casos de insolação, desidratação e até problemas cardíacos”, aponta o biólogo.

O docente ressalta ainda que, os impactos ambientais e o desenvolvimento da sociedade vêm refletindo no surgimento de novas doenças, assim como suas disseminações. “Esse avanço tem levado ao aumento expressivo das áreas urbanas e isso tem duas consequências principais: o acúmulo de pessoas em um único lugar gera uma demanda maior de recursos naturais, como água, comida e produtos em geral, além de produzir uma quantidade enorme de resíduos que precisam ser descartados, e a segunda, é que se as áreas urbanas crescem, consequentemente as áreas rurais e de proteção ambiental precisam ser desmatadas e transformadas em espaços urbanos. Esses fatores contribuem para uma maior pressão nos ecossistemas da Terra, que precisam fornecer cada vez mais recursos para o ser humano, provenientes de locais cada vez menores”. 

“O desmatamento e o uso de agrotóxicos fazem com que o homem tenha contato com animais, bactérias e vírus que estavam restritos a natureza e que agora estão cada vez mais próximos das áreas urbanas. Isso propicia o aumento de casos de doenças antes erradicadas ou então desconhecidas. Além disso, o aumento da temperatura média da Terra está causando o degelo das áreas polares, o que pode liberar microrganismos presos no gelo a milhares de anos nas águas e solos, cuja interação com o ser humano é desconhecida”, avalia Rodrigo. 

Por fim, o professor de Biologia do Ceunsp aponta que não tem mais como mudar o cenário dos impactos na sociedade, e que as mudanças climáticas são uma realidade incontornável. “Chegamos, infelizmente, em um ponto sem retorno. O que resta é minimizarmos ao máximo as mudanças climáticas, reduzindo a emissão de gases estufa e o desmatamento, recuperando áreas impactadas para tentarmos, de alguma forma, reduzir o consumo desenfreado de recursos. Não é fácil. Isso tudo passa por questões políticas, econômicas e, principalmente, culturais. É preciso tornar o modo de vida mais sustentável, descobrir e utilizar novas fontes de energia, substituir as formas de consumo por alternativas menos impactantes. É uma lição de casa para esta e as próximas gerações”, finaliza.



Ceunsp

https://www.ceunsp.edu.br/

https://www.nossojeitodeensinar.com.br/


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