Implante hormonal
pode ser uma segunda via para pacientes que não querem ou não podem realizar a
cirurgia
Recentemente a cantora brasileira Anitta foi
diagnosticada com endometriose, o que trouxe atenção para o assunto que atinge
milhões de mulheres no mundo todo. A artista destacou em suas redes sociais que
sempre sentia dores constantes pós-sexo, mas que elas se tornaram pertinentes
nos útimos meses. Ela já havia passado por diversos médicos e relatou que após
anos, teve seu diagnóstico dado recentemente. Após a fase da turnê pela Europa,
a cantora voltou ao Brasil para a realização da cirurgia.
A endometriose consiste em uma condição
inflamatória causada pelo crescimento anômalo de células de endométrio fora do
útero. O tecido pode atingir os ovários, as vias urinárias e até mesmo o
intestino. Seus sintomas podem variar, no entanto, os mais comuns são cólica
intensa, menstruação abundante e cansaço excessivo, que pioram durante a fase
menstrual do ciclo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)
estima-se que no Brasil, 15% das mulheres, ou sete milhões, sofrem com a
patologia. A doença – que atinge uma a cada dez em idade reprodutiva, com
idades entre 15 e 45 anos – afeta 176 milhões de mulheres no mundo, sendo
responsável pela metade dos casos de pacientes que não conseguem engravidar.
Além do procedimento cirúrgico, existem outras
formas para realizar o tratamento da endometriose. Segundo a médica
ginecologista e obstetra Loreta Canivilo, a implementação da gestrinona é uma
das melhores opções para o tratamento da doença. “Ela tem uma ação muito
importante sobre o endométrio e apesar de não ser a única alternativa, o seu
uso pode melhorar muito a qualidade de vida dos pacientes”, afirma a médica.
A gestrinona é um implante hormonal semelhante à
testosterona. Ela é um hormônio esteróide sintético com propriedades
androgênicas, antiprogestogênicas e antiestrogênicas, que muitas vezes é
utilizado para fins estéticos. “Usar a substância de forma ética é maravilhoso,
enquanto tivermos profissionais que estiverem fazendo o uso incorreto do
hormônio, o tratamento clínico da endometriose fica em risco”, ressalta a Dra.
Loreta.
O tratamento pode proporcionar uma boa regressão
das lesões, principalmente para as mulheres que não querem ou não têm condições
de operar.
A gestrinona em forma de implante tem um resultado
muito favorável na melhora da dor e não podemos desprezar esse uso. “Isso é
uma indicação médica, e um profissional não faria caso colocasse em risco
o tratamento das pessoas que realmente precisam usar a gestrinona”, conclui a
especialista.
As consequências da endometriose são muito sérias e
prejudicam a qualidade de vida da mulher em âmbito geral.
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