Em meio ao déficit
de pessoal nas áreas de tecnologia, momento pode ser de oportunidades para
empresas que buscavam profissionais qualificados no setor
Após a ascensão de investimentos nos últimos dois
anos, as startups brasileiras enfrentam um momento de desaceleração
no ritmo de aportes. No último mês de maio, segundo dados da Distrito, as startups
brasileiras captaram US$ 298,5 milhões, uma queda de cerca de 60% em relação
aos US$ 772,6 milhões registrados em maio de 2021. A alta inflação, os
sucessivos aumentos dos juros pelos bancos centrais e as incertezas globais
contribuíram para uma queda do setor, gerando demissões em massa. Mas a crise
acontece em meio ao déficit de talentos em empresas que há muito tempo
precisavam de pessoal altamente qualificado nas áreas de tecnologia.
Isso tem feito com que profissionais
especializados, demitidos na onda de cortes de startups, possam
encontrar recolocação mais rapidamente. De acordo com especialistas, a demanda
por mão de obra de tecnologia segue intensa no país, ainda que os desligamentos
possam sinalizar fragilidade no setor em um momento de alta de juros da
economia. "Quando startups grandes demitem muita gente
com boa experiência nas áreas mais demandadas pelo mercado, abre uma
oportunidade para as outras empresas ‘absorverem’ esse talento que foi
desligado", sinaliza o diretor executivo da TOTVS Curitiba, Márcio Viana.
Segundo o executivo, essa nova fase do ecossistema
vai mexer em um problema antigo: a relação entre oferta e demanda. “Essa
estrutura sempre esteve em desequilíbrio. Enquanto havia muitas necessidades a
serem supridas no mercado, a falta de profissionais qualificados era evidente.
Acredito que daqui para frente essa distorção vai continuar, mas com correções
importantes”, ressalta. Em relação aos cargos que mais sofrem com o apagão de
talentos, o diretor cita programadores, cientistas de dados e designer UX.
Momentos difíceis também trazem oportunidades
Muitos chamam de crise, as startups
definem como estratégia operacional e algumas empresas que acompanham de fora
veem como oportunidade. Características de ex-funcionários de startups
atraem recrutadores independentemente do cargo, segundo Márcio Viana. “É um
perfil que é muito valorizado no mercado. A pessoa é desafiada a fazer outras
atividades que não estão dentro do ‘quadradinho’ dela. E sabemos que o fluxo
dentro das startups muda com muita frequência”, afirma.
Mesmo num momento de cortes e enxugamento
orçamentário, o mercado de trabalho ainda tem números otimistas, especialmente
para a área de tecnologia. Levantamento da Robert Half, empresa de recrutamento
de trabalhadores qualificados, aponta para a criação de 19,3 mil vagas no
primeiro trimestre deste ano, sendo que o setor de tecnologia liderou o ranking
com saldo de 5,7 mil vagas. Os números têm base em dados do Ministério do
Trabalho.
Uma das portas de entrada para a recolocação no
mercado, o Linkedin ecoa publicações de pessoas que perderam o emprego ou
decidiram seguir em uma nova área. Por isso, atualizar e melhorar o perfil
dessa rede social é um passo importante, uma vez que a rede vem funcionando
como importante ferramenta de busca para empresas que nem sempre têm tempo para
processos de seleção mais longos. “O Linkedin é essencial, pois hoje é o canal
mais usado por empresas que querem encontrar talentos”, finaliza.
www.totvs.com.br
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