Enquanto resto do país busca pagamento de dívidas, 5 dos 9
estados nordestinos têm maior percentual de cidadãos investindo em se tornarem
“pessoas jurídicas”
Pelo menos no Nordeste, o pagamento de
dívidas não é a principal meta de quem busca por crédito. Segundo o último Índice FinanZero de
Empréstimo (IFE), nos estados de Pernambuco (PE), Paraíba (PB), Sergipe
(SE), Alagoas (AL) e Ceará (CE) as pessoas estão pedindo empréstimo para
abrirem um negócio próprio.
Pedidos
de empréstimos por motivo | Brasil
Fonte: Base de usuários da FinanZero. Base: junho/22=100
Essa foi a segunda razão que mais
apareceu entre os pedidos de empréstimos no Brasil, representando 16,9% das
solicitações. Enquanto o resto do país busca arcar com as dívidas (no total, o
motivo concentrou 32,6% das solicitações), 5 dos 9 estados nordestinos têm
maior percentual de cidadãos investindo para se tornarem pessoas
jurídicas.
Em relação ao perfil dos solicitantes,
um quarto dos pedidos de crédito nos estados de PE, PB, SE, AL E CE foi feito
por pessoas solteiras com ensino médio e autônomas
(público que soma 24% de tais pedidos).
Boom dos microempreendedores
individuais
Segundo levantamento do escritório de contabilidade Contabilizei,
realizado com dados da Receita Federal, mais de 1 milhão de novas
empresas foram abertas no primeiro trimestre de 2022. Ao total são 1.022.789
milhão de empresas abertas no período e 79% são Microempreendedores Individuais
(MEIs). Os outros 21% são micro, pequenas empresas, empresas de grande porte,
indústrias e agronegócios.
“O crescimento no número de MEI’s,
junto ao número de solicitações de crédito para negócio próprio, pode ser uma
tendência vista no empreendedorismo por necessidade, mais do que uma adaptação
à nova modalidade de trabalho PJ. Os brasileiros viram na abertura do negócio
próprio uma alternativa para saírem do endividamento e terem uma renda frente
ao desemprego”, analisa Rodrigo Cezaretto Marques, Chief Operating Officer da
FinanZero.
O empreendedorismo por necessidade
cresceu durante a pandemia, enquanto o número de funcionários contratados por
empresas caiu. Os dados são da pesquisa Estatísticas do Cadastro Central de
Empresas 2020, do IBGE. O país encerrou o primeiro ano de pandemia com 5,4
milhões de empresas ativas, cerca de 194,8 mil a mais que no ano anterior,
avançando 3,7%.
Nesse meio, o número de novas empresas
com profissionais liberais ou autônomos aumentou mais do que o dobro da média
geral, com um crescimento de 8,6%. Enquanto isso, o número de CLT’s caiu cerca de
1,8%. Segundo o IBGE, esta é a primeira vez na série histórica que a queda no
número de assalariados ocorreu simultaneamente a um aumento expressivo no
número de empresas.
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