Iniciativa defende série de medidas para informar e prevenir golpes, incluindo mudança na legislação para que os casos sejam considerados crimes
A campanha conta com um vídeo com alertas e orientações (Crédito: Colabore com o Futuro/Divulgação)
Uma campanha que visa cobrar maior prevenção e ações de combate aos crimes com drogas de estupro acaba de ser lançada nas redes sociais. A ação “Acorda, Cinderela” conta com um vídeo contendo alertas e orientações sobre o já conhecido golpe “boa noite, Cinderela” e, em especial, sobre as novas ocorrências de intoxicação por gás em carros de aplicativo.
A
campanha divulga também cartilhas educativas com informações sobre como se
proteger e se prevenir desses golpes e disponibiliza materiais de apoio para
quem já foi vítima.
Outra
frente da “Acorda, Cinderela” é um manifesto
que solicita mudanças na legislação para que esse tipo de prática seja
considerada crime. Atualmente, o Código Penal não prevê este delito, o que, por
muitas vezes, dificulta a penalização do autor, caso ele ainda não tenha
praticado o estupro ou o roubo, que são as finalidades mais comuns desse
golpe.
O
manifesto que cobra providências das autoridades e também de empresários donos
de bares e casas noturnas está aberto na plataforma Change.org. Em poucas
semanas, a petição já engajou o apoio de 1,3 mil pessoas. Confira: http://change.org/AcordaCinderela
“Para
mudar o cenário de aumento de crimes com drogas de estupro no Brasil,
precisamos que algumas medidas sejam tomadas”, afirma Carolina Cohen,
cofundadora da Colabore com o Futuro, empresa de mobilização social e advocacy criadora
da campanha. “Informação é o primeiro passo para prevenção. Desta forma, os
bares e casas noturnas também podem ajudar na prevenção desses crimes, ressalta
a porta-voz do movimento.
A
campanha sugere que placas informem e previnam sobre esse tipo de golpe em
locais que servem bebidas alcoólicas e que esses espaços ofereçam, ainda, opção
para que seus drinks sejam servidos em copos com tampas. Outra proposta é que
os medicamentos usados nessas práticas tenham cor, gosto e cheiro. Em geral, as
“drogas de estupro” são transparentes, inodoras e não têm gosto, o que faz as
vítimas ingerirem sem perceber.
Riscos
Além
dos riscos dos crimes decorrentes do golpe, há perigos para a saúde, bem como
sequelas emocionais. Em doses elevadas, uma das drogas provoca perda da
consciência, depressão respiratória, queda dos batimentos cardíacos, podendo
levar ao coma e até à morte.
Em
altas doses, um outro medicamento pode causar distúrbios de fala e visuais,
amnésia e vômitos. Em casos mais graves, há a possibilidade de depressão
respiratória, apneia e convulsões. Já uma terceira droga da classe de
medicamentos tarja preta, também utilizada na prática, tem como característica
diminuir a atividade do sistema nervoso central.
A
campanha “Acorda, Cinderela” alerta que qualquer pessoa pode ser vítima de uma
droga de estupro. De adolescentes a idosos, homens e mulheres de todas as
orientações sexuais podem ser levados à vulnerabilidade absoluta por meio dessa
prática. O objetivo dos criminosos nem sempre é o abuso sexual, mas também o
roubo ou a extorsão.
“É
imprescindível informar a sociedade sobre os efeitos emocionais e físicos que
esses medicamentos podem causar, além de reforçar a importância dessas drogas
serem sempre vendidas com receita e com muito critério”, destaca Carolina
Cohen.
Mais
informações sobre a “Acorda, Cinderela”, acesse: www.acordacinderela.com.br/
Sobre a Colabore com o Futuro
A Colabore com o Futuro é a primeira
empresa de mobilização social e advocacy da América Latina. O objetivo de suas
ações é mobilizar a sociedade a participar das decisões de saúde junto aos
governos, criando de maneira transparente e sustentável políticas públicas mais
democráticas, justas e efetivas. https://www.colaborecomofuturo.com
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