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quarta-feira, 27 de julho de 2022

Hepatites virais estão entre as principais causas de doenças hepáticas avançadas, como câncer de fígado e cirrose

Na maioria das vezes, a doença não apresenta sintomas e a testagem ainda é a forma mais eficiente para a sua detecção. O Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais (28 de julho) traz um alerta sobre a doença e as formas de prevenção

 

O mês de julho acende um alerta para a hepatite viral, infecção que atinge o fígado e é responsável pela morte de cerca de 1,4 milhão de pessoas anualmente no mundo. Estima-se que cerca de 57% dos casos de cirrose hepática e 78% dos casos de câncer hepático em todo o mundo tenham relações com as infecções pelo vírus da hepatite B ou C, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

As hepatites virais são classificadas por letras que vão de A até E. No Brasil, a predominância dos casos se dá pelos tipos A, B e C, sendo o A o mais recorrente e tendo sua principal concentração no norte e nordeste, regiões que concentraram nos últimos 19 anos cerca de 55,7% dos casos. No mesmo período, o país registrou 233 mil casos relacionados a hepatite B e aproximadamente 360 mil da C. Já o vírus da hepatite D tem a sua maior incidência na bacia amazônica e a E está mais presente na Ásia e na África, segundo dados do Ministério da Saúde.

A contaminação pela hepatite pode ser causada por diversos fatores relacionados às questões de saneamento básico, agentes infecciosos como materiais contaminados, vírus, doenças metabólicas, autoimunes, genéticas, transmissão sexual, uso de medicações sem prescrição médica, como também pelo consumo de álcool e o uso de drogas.

“Geralmente, a hepatite viral é assintomática, ou seja, não apresenta nenhum sintoma. Quando a doença se manifesta por algum sintoma, ela por vir acompanhada de cansaço, febre, enjoo, vômitos, dor abdominal, urina escura, mal-estar e a icterícia, que são os olhos e pele amarelados, sintoma que acomete cerca de 10% dos pacientes na fase aguda”, explica o Dr. Isaac Altikes, hepatologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista.

O principal método de diagnóstico se dá por meio de exames de sangue e deve ser feito, pelo menos, uma vez na vida. O exame é recomendado principalmente para pessoas que tenham uma vida sexual ativa sem proteção e com parceiros diversificados, que fazem tatuagem ou procedimentos que utilizam assessórios cortantes ou perfurantes como agulhas, seringas ou alicates. Recomenda-se também que pessoas acima dos 45 anos façam o teste para a hepatite, já que os processos de esterilização dos materiais há alguns anos atrás não tinham a mesma segurança de hoje.

“A melhor forma de identificar os pacientes com hepatite é a testagem. O tratamento de cada tipo vai depender da sua característica e deve ser feito de forma diferente, dependendo do estágio da doença. Em alguns casos, a hepatite pode atingir a sua forma mais grave, gerando a insuficiência hepática aguda grave ou câncer de fígado”, afirma o médico.


Conheça as principais características, formas de tratamento e prevenção das hepatites virais:

Hepatite A

  • Com transmissão fecal-oral, a doença ocorre em lugares com saneamento básico precário. Tem como principal método de combate a vacinação, que pode ser aplicada logo após o nascimento da criança;
  • Principais métodos para combate: lavar bem as mãos e alimentos, fazer a higiene pessoal de forma adequada e não tomar banho próximo a locais com esgoto.
  • Não existe tratamento contínuo para esse tipo de hepatite, já que a sua cura é espontânea. Entretanto, uma pequena porcentagem de pacientes pode apresentar a fase aguda, com uma certa gravidade e precisar do transplante de fígado, devido ao quadro de insuficiência hepática aguda.

Hepatite B

  • A contaminação ocorre geralmente em sexo sem proteção e na utilização de seringas e agulhas não esterilizadas;
  • Também há vacina para a doença, que pode ser aplicada logo após o nascimento. Em casos de cronificação, que representam cerca de 10% dos eventos, é necessário a entrada de um tratamento específico, conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções. Metade dos cronificados desenvolvem cirrose;
  • A prevenção pode ser feita por meio do uso de preservativos durante a relação sexual e o não compartilhamento de seringas, agulhas e lâminas de barbear.
  • Cerca de 10% adquirem a forma crônica da doença. Desses, metade convivem com o vírus e são assintomáticos e a outra parcela dessa população precisam de tratamento para a inativação do vírus.

Hepatite C

  • Predominantemente parenteral, a hepatite C afeta especialmente pacientes que fizeram tatuagens, piercing, transfusão sanguínea com agulhas e seringas sem a higiene recomendada;
  • Não há vacina para esse tipo. Cerca de 85% dos casos se cronificam e podem se transformar em cirrose ou câncer de fígado, por isso há a necessidade do tratamento farmacológico. Atualmente, existem medicamentos com percentual de 100% de cura. O tratamento acontece via SUS (Sistema Único de Saúde), com distribuição dos medicamentos pelo Ministério da Saúde.

Hepatite D

  • Transmissão ocorre de forma semelhante ao tipo B;
  • Não há vacina. Na maior parte dos casos, medicamentos são utilizados para diminuir o dano hepático;
  • Assim como a B e a C, o indicado é não compartilhar materiais que entraram em contato com sangue e utilizar preservativos.

Hepatite E

  • Assim como a hepatite A, a transmissão é fecal-oral;
  • Muitas vezes a cura é espontânea, já que ela tem caráter benigno. O maior risco é em gestantes, sendo que 20% a 25% das mulheres no último trimestre podem falecer por conta da doença;

·         Recomenda-se evitar banhos em lugares próximos ao esgoto, não consumir produtos não higienizados, sempre limpar a mão, e manter a higiene pessoal em dia.


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