Ortopedista explica relação entre as baixas
temperaturas e as dores no corpo
Sim, você tem razão quando percebe que suas dores
crônicas parecem mais intensas no inverno. E, infelizmente, você não está
sozinho. Segundo a Sociedade Brasileira de Estudos de Dor, mais de 30% dos
brasileiros sofrem com algum tipo de dor crônica, aquela que tem duração maior
do que três meses. Geralmente são dores relacionadas às doenças, como artrite,
artrose, tendinite, bursite, cefaleia, entre muitas outras.
Segundo o Dr. Layron Alves, ortopedista
especialista em cirurgia do ombro e cotovelo e sócio da Clínica LARC, esse fato
ocorre porque o corpo é programado para se adaptar às mudanças que possam
acontecer no ambiente e, assim, garantir a sobrevivência. O que nem sempre é um
ponto positivo quando falamos em dores crônicas.
“O que acontece é que todo o corpo sofre um
processo chamado de vasoconstrição, ou seja, os vasos sanguíneos diminuem de
calibre prejudicando o fluxo de sangue para as extremidades. Isso por si só já
piora a intensidade das dores. Mas, vale ressaltar que a viscosidade dentro das
articulações também fica prejudicada e o paciente, que sofre com problemas
articulares, tende a ter mais dor e maior dificuldade de movimento”, esclareceu
o especialista.
O aumento das dores em dias frios não depende da
faixa etária. Ao contrário do que muitos pensam: não são somente os idosos que
sofrem com dores crônicas. Isso está relacionado ao histórico médico de doenças
e tratamentos. Pacientes que passaram por intervenções cirúrgicas para
colocação de pino, placa ou prótese sentem mais ainda quando o inverno chega.
Geralmente essa dor crônica acompanhada pela
rigidez na articulação dificulta o movimento, interferindo na rotina da pessoa,
principalmente quando afeta as grandes articulações, como é o caso do ombro,
por exemplo. Além de impossibilitar a elevação do braço, é comum que toda a
região do pescoço também fique inchada e inflexível.
Para o Dr. Layron a melhor alternativa é evitar
todo esse sofrimento mantendo uma rotina saudável e constante de exercícios
físicos. Assim, é possível melhorar a circulação sanguínea, manter o
fortalecimento muscular da região e garantir uma melhor flexibilidade de
movimento.
“Sempre digo aos pacientes que é possível ter
qualidade de vida, mesmo diante de dores crônicas, mas que para isso é preciso
disciplina. A atividade física, sem dúvida nenhuma, é uma prática que evita
muitas intervenções medicamentosas. Nestes casos, recomendo que o paciente
pratique exercícios de baixo impacto pelo menos três vezes na semana e com
supervisão de um profissional”, indicou.
“Alguns pacientes já estão em quadros mais
avançados e precisam passar por um tratamento para amenizar as dores da
articulação, as dores ortopédicas. Esses tratamentos vão melhorar o quadro de
dor, permitindo que o paciente consiga realizar essas atividades com mais
facilidade”, concluiu.
O especialista ainda lembra que evitar exposição
direta ao frio, manter as extremidades aquecidas e usar bolsa de água quente
nas regiões dolorosas, também podem contribuir para melhorar os sintomas.
Dr. Layron Alves – ortopedista, especialista em
tratamento de doenças crônicas degenerativas e em cirurgia do ombro e cotovelo,
membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da
Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC). O especialista é
preceptor efetivo da residência médica do Hospital Ipiranga SP e membro do grupo
de cirurgia do ombro e cotovelo da Faculdade de Medicina do ABC.
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