Pesquisas apontam
que nunca estivemos tão estressados e isto pode causar sérias consequências
para nossa saúde física e mental
Cuidar adequadamente da saúde mental tem se tornado
um hábito cada vez mais necessário na rotina das pessoas. As exigências do mundo
moderno e os recentes e traumáticos eventos globais ligados à pandemia da
COVID-19 são responsáveis por um aumento gradativo de um quadro silencioso e
potencialmente perigoso: o estresse. Embora exista quem trate casos do tipo
como “um problema menor”, a realidade é que este é um problema que pode afetar
de forma grave não apenas nossa saúde mental, mas a saúde física também.
Dados de 2017 da Associação Internacional de
Gerenciamento de Estresse Brasil (Isma-BR), anteriores a pandemia, já apontavam
que pelo menos 70% dos brasileiros tinham ou conviviam com sintomas de
estresse. Com a chegada da Pandemia e as bruscas mudanças de rotina causadas
pelas medidas de isolamento social a situação piorou: uma pesquisa global feita
no ano passado pela empresa americana especializada em pesquisa de opinião
Gallup registrou que vivemos um recorde histórico de pessoas com quadros de
estresse ao redor do mundo.
A psicóloga credenciada da Paraná Clínicas, empresa
do Grupo SulAmérica, Dra. Suely Poitevin (CRP: 08/05080) explica o que define
um quadro de estresse: “ele acontece quando algum evento importante, bom ou
mau, ocorre em nossa vida e causa alguma mudança. Nosso corpo faz um esforço
para se adaptar à nova situação mas, quando este esforço excede seu limite de
adaptação, desenvolve-se o quadro”, conta Suely.
Embora a definição do estado de estresse seja
relativamente simples, identificá-lo nem sempre é fácil. Há sinais físicos e
psicológicos que nos ajudam a desvendar quando “passamos do ponto” e estamos
estressados. Sintomas como enxaqueca, cansaço, desmotivação para trabalhar,
dificuldades sexuais, sudorese, náusea, tiques, taquicardia, pesadelos, boca
seca, aperto na mandíbula, ranger de dentes, insônia, mudança de apetite,
problemas dermatológicos, esquecimentos, mãos frias, perda do senso de humor,
angustia e ansiedade são típicos indícios de que o indivíduo pode estar
estressado. “Quando um comportamento ou um sintoma físico começa a causar
prejuízo para o sujeito viver sua rotina, normalmente estamos diante de alguém
com estresse”, explica a Dra. Suely.
As consequências deste estado podem ser físicas ou
psicológicas. Doenças psicossomáticas como hipertensão, úlcera e gastrite,
entre outras, são comuns a pessoas que convivem com casos de estresse crônico.
Do ponto de vista das doenças psicoemocionais, o estresse está associado a
quadros de ansiedade e depressão. Ou seja: sem cuidados adequados, pessoas
neste estado podem desenvolver sérios problemas de saúde.
Como tentar evitar?
Caso a pessoa sinta que está com sintomas típicos
de estresse, é hora de lidar com o problema. Casos mais simples podem ser
controlados com pequenas atividades rotineiras que ajudam o indivíduo a,
naturalmente, atenuar o quadro. Segundo a Dra. Suely Poitevin, jogos
convencionais ou eletrônicos, atividades físicas rotineiras, meditação e
consumo de conteúdos literários e audiovisuais são formas simples e eficientes
de nos ajudar a manter o controle de nossas emoções. No entanto, em casos mais
sérios onde tais atividades não surtem o efeito desejado, a recomendação é a
procura imediata de um psicólogo.
Ainda segundo Suely, é importante entender também
que nem todo o estresse é ruim: em casos específicos, seu aparecimento gera uma
carga de adrenalina que é capaz de produzir energia, vigor e ânimo para
aumentar a produtividade e criatividade do indivíduo. “Ele pode ter efeitos
positivos quando se transforma em um impulso para nos manter motivados,
inspirados e produtivos, despertando o que há de melhor em nós. No entanto,
precisamos ficar atentos quando experimentamos seu lado oposto que pode nos
levar ao adoecimento físico e mental”, completa a psicóloga.
Paraná Clínicas
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