Professor de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera aponta características curiosas sobre esses animais
Peludos ou pelados, pequenos e de raças maiores, há
aqueles com pedigree e ainda os simpáticos vira-latas... Até o ser humano mais
ranzinza tem o coração derretido quando vê um cachorro fazendo graça,
especialmente se for um filhotinho desengonçado.
O cão, conhecido internacionalmente como “o melhor
amigo do homem” não ganhou esse título à toa. Os animais provavelmente foram os
primeiros a serem domesticados pelo ser humano: esse amor começou há cerca de
12 mil anos atrás, quando os cachorros começaram a ser domesticados na Europa e
no Extremo Oriente, a partir de duas populações diferentes de lobos.
De lá para cá, a domesticação permitiu o surgimento
das mais variadas raças: especula-se que existam no mundo mais de 400. E segundo a Associação Brasileira da
Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), só o Brasil possui
uma população de 54,2 milhões de ‘doguinhos’.
O médico veterinário e
coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Rafael
Abreu, diz que os cães são ótimos companheiros para os seres humanos, desde a
infância, desenvolvendo nas crianças o senso de responsabilidade e cuidado, até
a nossa vida adulta, nos fazendo companhia.
“Durante a pandemia,
muita gente resolveu adotar animais de estimação, o que é ótimo. Contudo,
devemos lembrar que os cães, e também outros animais, são seres que precisam de
carinho, cuidado e atenção, e a decisão de ter um animal precisa de ser pensada
com responsabilidade”, opina.
A seguir, o
especialista elenca algumas curiosidades que todo pai e mãe de pet deve saber
sobre os cães.
Por que fazem carinhas irresistíveis?
O seu cachorro sabe bem como conseguir o que quer
e, para isso, fazem caretas irresistíveis de propósito. Pesquisadores da
Universidade de Portsmouth, nos Estados Unidos conduziram um estudo com ajuda
de um dispositivo, em que analisaram os músculos faciais de 27 cachorros. O
resultado foi a constatação de que os cães que mais levantavam a sobrancelha e
arregalavam os olhos foram adotados mais rápido no abrigo em que estavam à
espera de um dono. Acredita-se que esse comportamento também era comum entre os
lobos, seus parentes distantes - conseguindo assim serem aceitos entre os humanos
- e ficou registrado na memória dos cães.
Já outro estudo, conduzido pela faculdade de
medicina da Universidade de Howard, também nos Estados Unidos, indicou que os
cachorros desenvolveram músculos ao redor dos olhos e do focinho, o que acabou,
durante milhares de anos de evolução, reforçando laços e a comunicação com o
ser humano.
Por que giram antes de deitar-se?
Não, o seu cachorro não está maluco. Esse
comportamento foi herdado dos ancestrais lobos, e nada mais é do que uma forma
de defesa contra predadores. Ao girar, os cachorros conseguem sentir a direção
do vento. Assim, eles se deitam na direção contrária do vento, e caso algum
outro animal sinta o cheiro do cachorro e se aproxime para atacar, ele já
estará em uma posição de frente, de defesa.
Cães são inteligentes
Especula-se entre cientistas que os cachorros têm
uma inteligência que pode ser equiparada à inteligência de um bebê humano de
dois anos de idade, podendo compreender até 250 palavras e até alguns numerais.
Além disso, qualquer tutor sabe como a comunicação dos cães é clara e objetiva:
o cachorro sabe muito bem como mostrar ao seu humano quando está com fome,
sede, ou ainda quando quer pedir alguma coisa, desenvolvendo formas efetivas de
comunicação.
Sentimentos e sentidos aguçados
Os focinhos dos cachorros se assemelham à digital
humana: são únicos, nenhum cachorro tem focinho igual ao de outro cachorro.
Além disso, o olfato dos cães é muito apurado: eles possuem até 220 milhões de
células olfativas - em comparação, os seres humanos possuem apenas 5 milhões
delas. Tanto poder permite aos cachorros até farejar doenças no organismo dos
seres humanos a partir do cheiro de proteínas que indicam doenças, como o
câncer e o diabetes.
Quando se trata da visão, não é verdade o que se diz
popularmente de que os cães não enxergam cores. Eles podem sim vê-las, mas em
tons suaves.
Os cães também podem sofrer de depressão! Não
existe idade específica para que o animal apresente esse quadro, e os tutores
devem ficar atentos aos sintomas, que se assemelham à depressão do ser humano.
O animal geralmente apresenta tristeza, podendo até ter sintomas físicos, como
perda de apetite e sonolência. O quadro pode ser desencadeado pela perda de um
habitante da casa, mudanças na configuração familiar ou ainda em razão de
ficarem muito tempo sozinhos ou socializarem pouco.
E olha que curioso: os cães podem se apaixonar
(pelo dono e pelos moradores da casa), e isso acontece por conta da liberação
do hormônio oxitocina, também chamado de “hormônio do amor”, o mesmo produzido
pelos humanos quando estamos em situações com pessoas que amamos.
Por que marcam território
Esse é comportamento natural, que vêm de seus
ancestrais. Geralmente, são os machos que mais marcam território, quando se
sentem ameaçados (por um outro animal, por exemplo) ou incomodados (barulho,
obra em casa ou algum outro fator externo). O xixi da marcação de território
normalmente é mais curtinho e tem um odor mais forte, ao contrário do xixi
comum.
Anhanguera
https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/
Kroton
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