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sexta-feira, 6 de maio de 2022

Hospital Paulista destaca importância do olfato para manutenção de lembranças

Na semana do Dia das Mães, especialista explica como é estabelecida a relação genética entre mãe e filho, para que se reconheçam pelo cheiro

 

Os cheiros têm a capacidade de nos remeter a diversas sensações marcantes e experiências passadas, sejam boas ou ruins. Isso só é possível graças à memória olfativa, função emocional do olfato, que faz com que as pessoas associem certos aromas à infância, lugares ou entes queridos.  

A otorrinolaringologista do Hospital Paulista Dra. Leila Ortiz Tamiso explica que o ser humano tem uma capacidade de associar cheiros e gerar memórias no cérebro, em uma área chamada sistema límbico, de onde provém nossas emoções.

“Os cheiros têm o poder de interferir no comportamento humano e no seu emocional, por isso, o olfato é um dos principais dos cinco sentidos e desempenha um importante papel na vida humana”, destaca.

De acordo com a especialista, o cérebro é como se fosse uma máquina, capaz de armazenar inúmeras lembranças, enquanto o nariz abriga seis milhões de receptores de odor. E o aroma funciona como um estímulo externo, desencadeando uma reação neurológica no hipocampo – estrutura localizada nos lobos temporais do cérebro humano, considerada a principal sede da memória –, e associando tal cheiro a fatos importantes da nossa vida.

“Dessa forma, o cheiro tem o potencial de retomar as emoções com maior força do que qualquer outro sentido, devido ao grande número de conexões entre a região olfativa e o cérebro”, ressalta.


Relação mãe e filho

O olfato é o sentido mais desenvolvido nos recém-nascidos. Conforme Dra. Leila, a cavidade nasal dos fetos começa a funcionar já na 9ª semana da gestação e, a partir da 13ª, os nervos olfativos – responsáveis por formar o nariz –, já estão conectados ao cérebro.

Segundo a Dra. Leila, o cheiro dos filhos acalma as mamães, transmitindo tranquilidade.


Perda de olfato x perda de memória 

A perda de olfato é um dos sintomas mais característicos da contaminação pela Covid-19, que afeta as células responsáveis pelo sentido. No entanto, a especialista explica que além da COVID, alergias nasais (rinite), sinusites, problemas respiratórios, traumatismo craniano, doença de Parkinson, Alzheimer e até câncer, podem afetar o olfato, o que, consequentemente, interfere na perda de memórias importantes à vida. 

Dra. Leila reitera que, em muitos casos, o olfato pode ser recuperado. Para tanto, um dos tratamentos mais utilizados é o treinamento olfativo.

Além do treinamento, hidratantes da mucosa nasal, corticoides e descongestionantes nasais também podem ser utilizados para tratar e recuperar o olfato.


Ambulatório de Olfato

Inaugurado em 2020 – auge da pandemia – com o objetivo de identificar corretamente a razão da perda de olfato e paladar, ampliando e qualificando o diagnóstico e o tratamento destes sintomas, o Ambulatório de Olfato do Hospital Paulista auxilia no tratamento correto para resolver problemas como anosmia (perda do olfato) e ageusia (perda do paladar), sintomas muito comuns em pacientes com sequelas da Covid-19.

Durante o atendimento, os pacientes são estimulados a sentir diferentes cheiros, como uma terapia para quem perdeu um ou os dois sentidos.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


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