No
entanto, nos dois primeiros meses do ano, crescimento já é de 47% em comparação
com 2021
Em fevereiro, 1.588
brasileiros foram detidos ou expulsos nas regiões de fronteira dos Estados
Unidos, tentando entrar ilegalmente no país. O número é 48% menor do que os
3.086 encontros de janeiro, mas ainda assim 47% acima do anotado em fevereiro
de 2021 (1.077). Os dados são de um levantamento realizado pelo escritório de advocacia
imigratória AG Immigration, com informações do Serviço de Proteção das
Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês).
Nos dois primeiros meses
do ano, as autoridades imigratórias americanas já registraram 4.674 encontros
com brasileiros, bem acima dos 1.511 realizados no mesmo período do ano
anterior. O crescimento é de 209%.
Encontro é um termo
técnico dos órgãos de controle de fronteiras e refere-se a dois tipos distintos
de eventos: apreensões,
em que imigrantes são levados sob custódia para aguardarem julgamento; e expulsões, quando eles
são imediatamente enviados para o seu país de origem ou último país de
trânsito, sem serem mantidos em custódia.
“Tivemos um pico nas
apreensões e detenções de brasileiros entre abril e dezembro do ano passado,
com os números mensais sempre na casa dos oito ou dez mil, mas parece que a
situação está se normalizando agora no começo de 2022”, analisa o
sócio-fundador e CEO da AG Immigration, o advogado Felipe Alexandre.
De acordo com ele, pode
ter havido um ímpeto maior dos brasileiros, em 2021, para entrar ilegalmente
nos EUA, imaginando que a administração do presidente Joe Biden, em seu
primeiro ano de governo e assumidamente mais amigável aos imigrantes, pudesse
ser mais branda no controle de fronteira. “Mas não foi isso o que aconteceu.
Ainda que, de fato, Joe Biden esteja dinamizando o sistema imigratório
americano e facilitando a entrada de certos imigrantes, ele não pode
simplesmente deixar de cumprir as leis de imigração do país”, afirma Alexandre.
Do total de encontros com
brasileiros efetivados em janeiro e fevereiro, 24 foram relacionados a crianças
desacompanhadas.
Brasil: o sétimo país mais
deportado
A Polícia de Imigração e
Alfândega (ICE) ainda não divulgou a versão completa de seu relatório anual de
operações referente a 2021, mas dados de 2020 revelam que o Brasil foi
o sétimo país que mais teve cidadãos deportados naquele ano, atrás apenas de
México, Guatemala, Honduras, El Salvador, Equador e Índia.
Foram 1.902 remoções,
número que é 7,45% superior ao registrado em 2019, quando o Brasil era o oitavo
colocado da lista. A estatística é elaborada com base na cidadania da pessoa
deportada, não necessariamente em seu país de residência.
A expectativa dos
especialistas é de que o número de 2021 pode apresentar um salto bastante
significativo.
Encontros com russos e
ucranianos
A invasão da Ucrânia pela
Rússia, iniciada em 24 de fevereiro, ainda não impactou os números de
ucranianos detidos ou expulsos nas fronteiras americanas. Em fevereiro, foram
1.147 – mesmo patamar dos meses anteriores. Em janeiro, por exemplo, haviam
sido 1.142.
Quando analisados juntos,
contudo, os dois primeiros meses do ano somam 2.289 apreensões ou expulsões de
ucranianos, um número 74% maior do que as 1.315 do mesmo período de 2021.
São, porém, os encontros
com russos que chamam mais a atenção. Desde maio do ano passado, notou-se um
aumento repentino das apreensões e remoções de cidadãos da Rússia nas fronteiras
dos EUA, o que alguns observadores avaliam como uma antecipação por parte
desses imigrantes dos efeitos de uma possível guerra que se anunciava.
Em abril, por exemplo, já
havia notícias na imprensa internacional apontando que a Rússia estava
posicionando cerca de 100 mil soldados na divisa com a Ucrânia. Desde então, os
Estados Unidos começaram a alertar sobre uma possível invasão.
Em dezembro, a quantidade de encontros com russos nas fronteiras
americanas atingiu o pico: 3.406 – seis vezes mais do que a média para o mesmo
mês nos dois anos anteriores. Em janeiro e fevereiro, já são 4.645 encontros –
207% acima dos 1.510 do mesmo período de 2021.
Dr. Felipe Alexandre - fundador da AG Immigration é referência internacional em assuntos ligados a imigração, vistos e green cards. Figura há 5 anos como um dos 10 melhores advogados de imigração do Estado de Nova York, prêmio concedido pelo “American Institute of Legal Counsel”. Considerado, em 2021, um dos 10 principais advogados da Califórnia, em votação da revista jurídica “Attorney & Practice Magazine”, e reconhecido pela “Super Lawyers (Thomas Reuters)” como referência no campo das leis imigratórias dos EUA. Nascido no Brasil, mudou-se para os Estados Unidos ainda criança. Tem dedicado sua carreira à comunidade estrangeira que busca viver legalmente no país.
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