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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Mitos e verdades sobre o HPV e sua vacina

Ginecologista do Grupo Alliar esclarece as principais dúvidas sobre o assunto e reforça a importância de vacinação


Em um momento em que o debate sobre vacinação está em alta, devido à pandemia, especialistas reforçam a importância de não se deixar de lado os demais imunizantes do calendário nacional. A vacina contra o HPV é uma delas e, de acordo com estudo publicado no New England Journal of Medicine, sua aplicação pode reduzir a incidência do câncer de colo de útero em até 90%. Mesmo com tantos benefícios, a adesão ao imunizante ainda é baixa, seja por desconhecimento da população ou preconceito. A ginecologista do Grupo Alliar Raquel Coelho explica que o vírus do HPV, que é sexualmente transmissível, também está relacionado a outros tipos de câncer, como vagina, vulva, ânus e pênis. A seguir, a especialista esclarece as principais dúvidas sobre a vacinação e a doença.


- A vacina do HPV é apenas para meninas e mulheres?

Não, de acordo com a médica, esse é um ponto importante, já que muitos homens não têm esse cuidado e prevenção. "A vacina HPV Quadrivalente é indicada para meninas e mulheres de 9 a 45 anos de idade e meninos e homens de 9 a 26 anos de idade. Fora dessa faixa de idade, é possível se vacinar com prescrição médica", explica.

Nos postos de saúde, o imunizante é fornecido até 14 anos, mas na rede particular está disponível para os demais casos, com a aplicação de duas ou três doses, de acordo com a faixa etária.


- Quem já teve HPV precisa se vacinar?

Sim, pode e deve tomar. A ginecologista ressalta que, muitas vezes, não se sabe qual o tipo do vírus afetou o paciente, por isso é importante tomar a vacina para estar protegido com anticorpos contra outros subtipos, que também podem causar câncer.

"Nossa recomendação é que todos tomem a vacina o quanto antes, para que possam gerar uma melhor resposta imune para produção de anticorpos. Essa é a forma mais eficaz para prevenir o câncer e as verrugas genitais, pois o uso do preservativo por si só pode não ser capaz de proteger contra a doença".


- Muitos falam que a vacina irá estimular um início precoce da vida sexual. É verdade?

Segundo Raquel, muitos estudos apontam que o início da atividade sexual tem sido cada vez mais cedo tanto para meninos quanto para meninas. Para a médica, a aplicação da vacina não seria uma forma de incentivo e sim de proteção e segurança para esses jovens.

Ela ressalta também que o imunizante é seguro, com grande eficácia e poucos efeitos colaterais observados (eventual dor e vermelhidão no local da aplicação, dor de cabeça, febre).

"É importante lembrar que, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), tirando o câncer de pele não melanoma , o câncer de colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres no Brasil relacionada à doença. Além disso, correspondeu a 16.710 casos novos em 2020 , representando 7,5 % de todos os tumores malignos registrados no país", aponta.


- Como diagnosticar e tratar o HPV?

A ginecologista afirma que a doença pode ser subclínica, ou seja, sem lesões, verruga ou outros aspectos perceptíveis a olho nu. Dessa forma, ela reforça a importância da consulta de rotina ao médico para a realização de exames preventivos, entre eles o Papanicolau.

Em relação aos tratamentos, existem várias opções, mas os principais são os de aplicação local, como uso de medicações tópicas, cauterização química ou a laser ou até realização de cirurgia, dependendo do grau de comprometimento. A médica lembra que as lesões podem voltar ou aparecer novas, causadas por diferentes subtipos, por isso é essencial esse acompanhamento do ginecologista e o rastreio.

 

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