Dor nos ombros e pescoço, frieza nos dedos, fraqueza e formigamento podem ser sintomas da síndrome
Estamos trabalhando mais e na mesma posição (muitas vezes errada) e fazendo movimentos repetitivos por muito tempo, ainda mais com o home-office, com carga horária aumentada. E são esses movimentos de repetição crônicos, ou seja, realizados por um longo período e executados erroneamente que podem desencadear a Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT). Inclusive, pessoas muito preocupadas com o corpo acabam praticando atividade física sem o devido acompanhamento e podem realizar alguns exercícios de forma errada, o que também pode causar a SDT.
A
SDT atinge adultos jovens entre 20 e 40 anos de idade e é caracterizada pela
compreensão de nervos e/ou vasos sanguíneos da região do pescoço próximo à
clavícula, região chamada de desfiladeiro torácico, que fica entre a primeira costela
e a clavícula (do ombro ao centro do corpo, em ambos os lados do pescoço).
A
apresentação clínica da SDT é bastante diversa, variando desde desconforto leve
a sintomas intensos. “Quando os nervos são acometidos, os sinais podem ser
fraqueza, dormência e formigamento nos braços ou nas mãos. O comprometimento do
fluxo sanguíneo pode causar inchaço e vermelhidão, uma aparência azulada na
pele, ou ainda uma sensação gelada nos braços. Também pode se tornar difícil
realizar atividades que exijam a elevação dos membros superiores”, relata o
neurocirurgião Dr. Marcelo Amato. De acordo com a literatura, casos de SDT
são raramente relatados devido à falta de acordo nos critérios diagnósticos
para a doença.
A
SDT pode vir associada a hérnias de disco cervical, e o diagnóstico pode ser
confundido com essa doença. Por isso, é essencial que o neurocirurgião avalie a
situação do paciente para que seja feito o tratamento adequado, aliviando os
sintomas e prevenindo complicações.
“O
tratamento deve ser iniciado clinicamente – com medicações, fisioterapia e
mudanças no hábito de vida - e pode se tornar cirúrgico. “São necessárias
adaptação das atividades do dia a dia e realização de exercícios específicos,
que resultem em melhora postural. É importante ter em mente que pode demorar
alguns meses até a melhora completa dos sintomas”, explica Dr. Amato.
Dr. Marcelo Amato - Graduado pela USP Ribeirão Preto
e doutor pela USP São Paulo, o médico neurocirurgião Marcelo Amato é
especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio
e coluna. Doutor em neurocirurgia pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP).
Especialista em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN)
e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Neurocirurgião referência do
Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP) desde 2010. Possui publicações
nacionais e internacionais sobre endoscopia de coluna, neurocirurgia
pediátrica, tumores cerebrais, cavernomas, cistos cerebrais, técnicas
minimamente invasivas, entre outros. É diretor do Centro Cirúrgico do Amato –
Hospital Dia.
https://www.instagram.com/dr.marceloamato/
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