Segundo especialista
do Hospital Santa Catarina - Paulista, a Doença Arterial Obstrutiva Periférica
(DAOP), que causa sintomas como cansaço e dores nas pernas, está entre as
condições vasculares mais comuns com a chegada do frio
Independente da
época do ano, as cirurgias vasculares se mantêm constantes, ao contrário de
outras especialidades, como a cirurgia plástica, cuja demanda por procedimentos
estéticos tende a aumentar no inverno, devido ao clima que favorece o período
de reabilitação. Mesmo assim, com a chegada do frio, a incidência de
determinadas complicações de origem vascular, como a Doença Arterial Obstrutiva
Periférica (DAOP), que está por trás de sintomas como cansaço e dores nas
pernas, cresce significativamente.
De acordo com a
Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, a DAOP é a principal
causa de óbitos no mundo ocidental e acomete, majoritariamente, indivíduos na
faixa de 50 a 70 anos. Para os que sofrem com a doença, as baixas temperaturas
podem levar a piora dos sintomas, exigindo, em muitos casos, procedimento
cirúrgico como método de tratamento.
A alta incidência da
doença no inverno é uma consequência direta do impacto da friagem no sistema
vascular. Segundo o Dr. Carlos Costa, cirurgião vascular do Hospital Santa
Catarina - Paulista, a fragilidade das pessoas frente a esta complicação
aumenta com a queda na temperatura, devido a uma piora na circulação do sangue,
que é estimulada pelo clima.
De acordo com o
especialista, as primeiras regiões afetadas são as extremidades do corpo, como
os pés e pernas. "Eventualmente esses pacientes podem precisar de cirurgia
para restabelecer o fluxo sanguíneo, através de procedimentos endovasculares -
cirurgias por dentro dos vasos sanguíneos - como a angioplastia ou colocação de
stents, para manter aberto e desobstruir as artérias comprometidas",
explica. É importante lembrar que estes procedimentos ajudam a impedir as dores
de origem isquêmica, ou seja, por falta de oxigênio, e até a prevenção da
necrose, que pode levar a amputações.
Sintomas e grupos de
risco
Nesta época do ano,
é importante dar atenção ao surgimento de sintomas relacionados às diferentes
condições que afetam as artérias. No caso da DAOP, os principais sinais que
podem indicar a presença da complicação são as dores na perna, que aparecem
durante caminhadas, mesmo que curtas, e que tendem a se aliviar quando o
paciente cessa o movimento e descansa por algum tempo. Deve-se ficar atento
também a diferença de coloração na pele, principalmente nas extremidades, que
podem se tornar mais pálidas.
No caso do
aparecimento dos sintomas citados, a visita a um especialista é essencial, pois
a falta de cuidado pode levar a complicações graves que afetam o corpo a longo
prazo. "Na ausência de um tratamento adequado, além da dor, estas pessoas
podem desenvolver úlceras (feridas) ou gangrena nos membros inferiores,
correndo o risco de sofrer amputações", complementa o especialista.
De acordo com o Dr.
Costa, existem alguns fatores hereditários e comportamentais que podem aumentar
a probabilidade da incidência da doença. Os homens, por exemplo, são maioria
entre os portadores. "O tabagismo é um dos hábitos mais relevantes no
desencadeamento da doença arterial periférica, mas outras condições clínicas, são importantes,
como a presença da hipertensão arterial (pressão alta), diabetes, obesidade, altos
níveis de colesterol no sangue e idade mais avançada", completa.
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