Mês do Aleitamento Materno reforça importância do ato.
A maternidade real visa desconstruir alguns mitos e ideais imaginários
que envolvem o dia a dia de mães e filhos. E a amamentação está entre os temas
mais importantes a serem debatidos e é lembrado pela campanha Agosto Dourado,
mês que marca o incentivo ao aleitamento materno. Segundo dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 6 milhões de vidas são salvas por causa
da amamentação, mas alguns problemas podem ocorrer durante o processo, e o surgimento
de um abscesso mamário é um deles.
Foi isso que Renata Gongo, de 30 anos, precisou enfrentar logo depois do
nascimento do seu primeiro filho, Antoni Thiago. A mãe de primeira viagem se
viu diante de uma situação complicada: com um bebê de apenas 29 dias de vida,
ela recebeu o diagnóstico da doença e precisou ser internada para tratamento
adequado no Complexo Hospitalar de Niterói (CHN).
De acordo com Daniela Gomes Machado Selano, ginecologista, obstetra e
coordenadora do CHN Mulher, um abscesso mamário é um problema comum em mulheres
de 15 a 45 anos, principalmente naquelas que estão amamentando. “Trata-se do
acúmulo de pus na mama, decorrente da complicação de uma infecção, normalmente
causada por uma bactéria, que não foi tratada ou recebeu tratamento
inadequado”, afirma a médica.
Renata passou 11 dias internada, foi submetida a uma cirurgia de
drenagem e precisou retirar tecido mamário, permanecendo em tratamento por
quatro meses até que o abscesso fechasse por completo, o que a impediu de
amamentar Antoni nesse período.
Ela conta que, por falta de informação e por estar na primeira gestação,
achava que os sintomas fossem normais. “A princípio, não achei que fosse algo
tão grave, mas quando me disseram que eu deveria ficar internada, conforme
foram passando os dias, foi complicado aceitar. O Antoni estava com 29 dias de
nascido, eu internei um dia antes de o meu filho completar um mês de vida”,
relatou, emocionada, a paciente.
A dra. Daniela faz um alerta sobre os sinais da doença: “É preciso ficar
atenta a sintomas como dor, inchaço, vermelhidão e a temperatura da mama, pois
eles podem indicar agravamento da infecção.”
Depois de todo o tratamento, que foi considerado um sucesso, Renata
tentou continuar amamentando o Antoni ainda por quase dois anos, contudo, não
conseguiu. Todavia, a vida daria a ela uma nova oportunidade de viver a
experiência do aleitamento materno: ela engravidou novamente e viveu fortes
emoções durante a chegada de Antonela, sua segunda filha.
A história vibrante começa a caminho da maternidade do CHN, quando
Renata – já com 38 semanas de gestação – entrou em trabalho de parto, mas não
conseguiu esperar: a Antonela nasceu dentro do carro, antes de chegar ao
hospital. Graças à resiliência e à esperança materna, Renata insistiu em amamentar
a filha – que nascera saudável mesmo em circunstâncias atribuladas –, e, depois
das primeiras horas, conseguiu concretizar a vontade de mamar.
Segundo Renata, a experiência
com a amamentação na segunda gestação foi totalmente diferente. “Tive muito
apoio de médicos e enfermeiros; recebi orientação sobre a forma correta de dar
de mamar e superei as dificuldades que a sequela do abscesso mamário tinha me
imposto. A ajuda dos profissionais foi essencial. Deixo um recado para as
outras mães: não desistam, não é fácil, é doloroso, mas vai passar e vai dar
certo. Essa é a maternidade real”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário