Estudo brasileiro pode dar nova perspectiva para a autonomia e qualidade de vida de pacientes com a doença
Lentidão
motora, rigidez nas articulações e os tremores nas mãos são alguns dos sintomas
clássicos de quem é diagnosticado com a Doença de Parkinson. Pensando na
qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença, uma pesquisa
brasileira estudou uma combinação de tratamentos que resultou em conclusões
positivas.
Um grupo de pesquisadores brasileiros do Instituto de Biociências da
Universidade Estadual Paulista (Unesp) avaliou os efeitos do exercício aeróbico
combinado com a estimulação transcraniana por corrente contínua em pacientes
com a Doença de Parkinson. Após análise e algumas sessões de estudos, eles
comprovaram que a combinação de tratamentos potencializou e melhorou o andar
dos pacientes. Sendo que os efeitos positivos foram imediatos na variabilidade
da marcha, na velocidade de processamento e no controle executivo do andar das
pessoas que participaram do estudo. O artigo com os resultados foi
publicado na revista científica Neurorehabilitation & Neural
Repair.
A Dra. Vanessa Holanda, diretora de comunicação da Sociedade de Neurocirurgia
(SBN), ao comentar o estudo, destaca que: "A notícia pode trazer alguma
esperança para pacientes e familiares que convivem com a Doença de Parkinson,
uma vez que a otimização dos benefícios dos exercícios físicos com o uso da
neuromodulação pode trazer uma melhora para a marcha dos pacientes".
Como funciona a neuromodulação?
A estimulação transcraniana é um procedimento não-invasivo realizado através de
eletrodos que são ligados a um aparelho portátil e movido a bateria. Os
eletrodos aplicam uma corrente elétrica sobre o escalpo, criando um circuito
elétrico que atravessa o cérebro.
"A corrente elétrica é muito baixa, suficiente apenas para estimular os
neurônios, gerando potencial de ação, o que potencializa os efeitos do
exercício realizado pelos pacientes, provocando uma melhora imediata no
caminhar", explica a neurocirurgiã.
Além do tremor das mãos
O Mal de Parkinson está entre as mais frequentes doenças neurológicas
degenerativas e progressivas. Esta doença se torna cada vez mais incapacitante
conforme vai avançando, fazendo com que seja difícil realizar as atividades
diárias. A maioria dos sintomas do Mal de Parkinson envolvem a capacidade de
controlar seus movimentos.
"Embora o Mal de Parkinson seja uma doença que ainda não tem cura, a ciência
não mede esforços para que a qualidade de vida das pessoas que recebem o
diagnóstico seja o melhor possível. Os neurocientistas, e aí se incluem vários
colegas neurologistas e neurocirurgiões, estão constantemente trabalhando para
ajudar essas pessoas, criando modos de melhorar o seu caminhar e evitar
quedas, ajudando para que esses pacientes continuem a produzir e mantenham as
suas atividades familiares e sociais", finaliza a médica.
Sociedade Brasileira de Neurocirurgia –SBN
Instagram @sbn.neurocirurgia
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