Em 2022, outras
formas de pagamento como boleto, débito em conta e transferências bancárias
devem ser integradas ao sistema
Em sua terceira fase de implementação no Brasil,
que começa nesta segunda, 30 de agosto, o Open Banking – sistema que promete
modernizar a relação dos brasileiros com os bancos – irá integrar pagamentos e
Pix. O processo, garante o Banco Central (VC), deve acelerar ainda mais as
compras digitais, permitindo que os consumidores deixem suas contas salvas nos
sites de compras online, com o próprio portal se encarregando de autorizar o
pagamento.
Após essa fase com o Pix, o Open Banking também irá
atingir, de forma escalonada, outras modalidades de pagamento, como as
transferências bancárias, em fevereiro de 2022, os boletos, em junho de 2022 e
o débito em conta, em setembro de 2022. A quarta e última fase do projeto está
prevista para dezembro de 2022, quando serão adicionados serviços financeiros
como investimentos e seguros. A expectativa do BC é que o Open Banking
brasileiro se torne o maior projeto de sistema financeiro aberto do mundo.
Na opinião do advogado Marcelo Godke, especialista
em Direito Empresarial e Societário, professor do Insper e da FAAP e sócio do
escritório Godke Advogados, há potencial para que o Brasil alce essa posição, por
um motivo muito simples: o mercado bancário brasileiro ainda é altamente
concentrado, daí o imenso espaço de crescimento. “O maior projeto de open
banking não vai ser o americano, pois nos Estados Unidos o mercado já é
pulverizado e existem milhares de instituições financeiras ativas, que já
emprestam dinheiro para micro e pequenas empresas, então já existe uma
competição muito grande por lá. E isso a gente ainda não vê no Brasil, pois
aqui o mercado é altamente concentrado”, explica Godke.
Com a pulverização de instituições, o professor
acredita que as taxas oferecidas atualmente para os clientes vão melhorar por
causa da competição, mas não de forma rápida. “As instituições mais eficientes
vão acabar tendo taxas mais atrativas. Não acho que isso deva acontecer de um
dia para o outro, devemos presenciar uma mudança que será paulatina, pois nosso
mercado ainda é muito concentrado, com 4 instituições que dominam mais de 85%
dos ativos financeiros. Então, não acredito que esse mercado irá se
desconcentrar rapidamente, mas no longo prazo isso vai acontecer e será
positivo para o consumidor”, afirma.
Segundo o Banco Central, o compartilhamento de
dados no Open Banking é feito em um ambiente seguro e as permissões de
pagamento poderão ser canceladas pelo cliente sempre que ele desejar. A
instituição acredita que o sistema irá fomentar a inovação e criar valor para o
consumidor, com a participação de bancos tradicionais, bancos digitais,
fintechs, cooperativas de crédito e instituições de pagamento, ampliando a oferta
de produtos e serviços financeiros, mais integrados, personalizados e
acessíveis, com o consumidor no centro das decisões.
Marcelo Godke – especialista em Direito Empresarial e Societário e sócio do escritório Godke Advogados - bacharel em Direito pela Universidade Católica de Santos, especialista em Direito dos Contratos pelo Ceu Law School. Professor do Insper e da Faap, mestre em Direito pela Columbia University School of Law e sócio do Godke Advogados. Doutorando pela Universiteit Tilburg (Holanda) e Doutorando em Direito pela USP (Brasil).
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