No entanto, entre os paulistas, categorias de
indulgência e praticidade crescem nos lares
Os brasileiros continuam tendo que equilibrar escolhas e driblar os
desafios no orçamento em 2019. No cenário atual de incertezas políticas,
aumento do desemprego e crescimento do endividamento, o consumo de todas as
classes sociais sofre redução. Segundo levantamento da Kantar,
multinacional de painéis de consumo, 78% das categorias de consumo rápido
perderam alcance nos lares e 70% apresentaram redução na frequência de compra
nos últimos 12 meses terminados em março. Neste contexto, o aumento dos preços
é o que mais impactou o consumo dentro e fora do lar e levou muitos brasileiros
a deixarem de fazer as refeições na rua.
Neste período, as refeições fora do lar do tipo ‘buffet a vontade’ encareceram
7% no País. Em 2018, 61% dos brasileiros faziam refeições fora de casa. Em
2019, o percentual caiu para 58%, o que significa menos 976.840 indivíduos
comendo em estabelecimentos comerciais.
Em São Paulo,
os ‘pratos do cardápio’ foram o que mais sofreram reajuste com 8% de aumento de
preço. Em segundo lugar, o tipo ‘buffet a vontade’ encareceu 7% e, em terceiro,
o ‘prato feito’ subiu 3% no valor médio. Considerando toda a categoria de
pratos e refeições fora do lar, 68% dos paulistas faziam refeições fora de casa
em 2018. Em 2019, este índice é de 62% da população. O estado registrou
retração de 6 pontos percentuais de penetração, o que significa 720.250 pessoas
deixando de comer fora.
Considerando
as bebidas quentes, o chocolate quente está até 14% mais caro fora de casa no
País e, em São Paulo, aumento do preço pode chegar a 7%. Já o cafezinho, não
registrou aumento significativo no valor. “Apesar de razoável estabilidade no
valor, o consumo de uma das bebidas favoritas do brasileiro também perde
consumidores fora do lar”, analisa Giovanna Fischer, Diretora de Marketing e
Insights da Kantar.
De 2018 para
2019, o consumo de cafezinho na rua caiu 2 pontos percentuais de penetração, ou
seja, 775.842 indivíduos abriram mão de pedir um expresso no Brasil. Em São
Paulo, a queda foi de 4 pontos, o que significa 610.177 clientes deixando de
consumir a bebida fora de casa. Dentro do lar, o cafezinho continua forte e
estável em 98% dos lares nacionais. Já em São Paulo, o número caiu para 96%,
uma redução de 2 pontos percentuais e menos 143 mil famílias comprando café
para consumo domiciliar.
Se por um
lado, os dados mostram retração de consumo de refeições fora do lar. Por outro,
o estudo concluiu também que os paulistas têm se voltado para o consumo dentro
do lar e, por isso, o estado registra crescimento de categorias ligadas a
saudabilidade, praticidade, indulgência e conveniência. O sorvete e a sobremesa
pronta, por exemplo, ganharam 8,4 e 5,7 pontos de penetração, respectivamente.
Isto equivale a 603.397 e 409.448 famílias que incluíram os itens em seus
carrinhos. A água de coco também tem tido mais espaço nas prateleiras das famílias
paulistanas e, com 6,5 a mais de pontos de penetração, ganhou 466.914 novos
consumidores nos últimos 12 meses. O mesmo aconteceu com o leite fermentado,
que tem 423.814 novos compradores com aumento de 5,9 pontos de penetração.
Kantar
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