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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Halitose



Quando o assunto é mau hálito, a situação é pra lá de delicada. Em geral, a primeira reação é tentar disfarçar. Uns dão uma certa distância da pessoa durante a conversa, outros chegam a prender a respiração dependendo do nível do odor. A jornalista Andrea Povoas sabe o quanto é complicado ter que fingir, visto que já conheceu uma pessoa com o problema. “É difícil para quem convive com isso. Nunca tentei contar para não deixá-la constrangida e também não tinha intimidade de falar. Mas, acho que, havendo condições, é interessante alertar de uma forma sem ofender", opina.
O nome correto é halitose e, ao contrário do que se pensa, não se trata de uma doença e, sim, de um sinal para avisar sobre um desequilíbrio no organismo. O problema atinge em torno de 30% da população, de acordo com a Associação Brasileira de Halitose (ABHA). E como é possível tratar? As formas são várias, mas antes de tudo é preciso saber o motivo, que pode variar de pessoa para pessoa, e só depois realizar o tratamento adequado.
O otorrinolaringologista da CLIAOD e também chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Base, no Distrito Federal, Dr. Jader Rebouças, esclarece que a origem pode ser classificada como fisiológica ou patológica. "A fisiológica é decorrente de um jejum prolongado, da ingestão de certos tipos de alimentos, como alho, cebola e álcool. A patológica é provocada por doenças", define o especialista.
O médico ressalta que em 90% das situações de origem patológica, as causas estão na boca, resultantes de doenças odontológicas, como a periodontite, o tártaro (consequência, inclusive, da má higiene da boca) e as glossites (inflamações da língua). "A formação de cáseos amigdalianos também dão um odor desagradável. Eles são uma espécie de resíduos de alimentos que se acumulam nas cavidades das tonsilas palatinas (ou amígdalas palatinas) e podem ser expelidos quando a pessoa fala, espirra e tosse. Ao lado disso, vem o mau cheiro", esclarece.
As causas extrabucais e sistêmicas têm relação com problemas renais, gastrointestinais (refluxo gastroesofágico, por exemplo), complicações pulmonares, descontrole de diabetes, tumores e outros. Importante citar doenças da cavidade nasal como rinossinusite e tumores nasossinusais.

O Dr. Jader Rebouças destaca ainda a halitofobia. Você já ouviu essa expressão? O otorrino explica que é uma condição específica. "Ela está relacionada a um distúrbio psicológico em que o indivíduo acredita ter o problema de mau hálito e chega a procurar vários especialistas, nas mais diversas áreas médicas e odontológicas, sem encontrar uma solução. Neste caso é muito importante o reconhecimento do problema pelo avaliador e encaminhar para tratamento adequado com o especialista da área", conclui.



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