Projeto
do Instituto Alana orienta como comemorar a data e proteger as crianças dos
apelos publicitários
Com a proximidade da Páscoa, celebrada neste ano no
dia 16 de abril, lojas e supermercados ficam repletos de ovos de chocolate:
personagens infantis e brinquedos, muitos deles colecionáveis, são alguns dos
apelos utilizados pelas empresas para chamar a atenção das crianças. “Nessa
época do ano, são muitas as novidades anunciadas diretamente para o público
infantil, nos pontos de venda e nos meios de comunicação. Listamos algumas
dicas para ajudar mães, pais e responsáveis a aproveitarem a Páscoa com as
crianças, resistindo aos apelos consumistas”, explica Ekaterine Karageorgiadis,
coordenadora do projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana.
1.
Diminua a exposição das crianças à publicidade
Nessa época, as empresas
investem pesado no público infantil para aumentar suas vendas e desenvolvem
ações mercadológicas em diferentes mídias para atrair a atenção dos pequenos.
Se não for possível evitar a exposição, procure conversar com as crianças sobre
essas publicidades abusivas e enganosas.
2. Canais
de youtubers mirins e redes sociais
Na Páscoa muitos canais de youtubers mirins populares
entre as crianças exibem vídeos apresentando os ovos de chocolate e seus
brinquedos. As marcas também estão nas redes sociais e criam conteúdos
audiovisuais, passatempos e posts direcionados ao público infantil.
É interessante que o responsável acompanhe, sempre que possível, os conteúdos
que as crianças acessam e conversem com elas para explicar as motivações
comerciais da empresa. Usar um bloqueador de publicidade pode ajudar também,
pois previne certos abusos e evita que as empresas tenham acesso aos sites
visitados.
3. Mais
brincadeiras, menos consumo
Que tal festejar esta Páscoa
de uma forma diferente, com menos doces e mais brincadeiras? Existem ótimas
ideias como corrida do ovo, coelhinho na toca, pintura de casca de ovos e até
preparação de ovos caseiros de chocolate. Procure outras sugestões divertidas,
criativas e de baixo custo.
4.
Fique atento aos preços
Ovos de chocolate que estampam personagens nas
embalagens ou vêm acompanhados de brinquedos licenciados são mais caros do que
produtos que não são anunciados. Uma alternativa é optar por chocolates
artesanais, que são mais baratos do que os produtos que contam com
publicidades. Inclua as crianças na escolha do produto, combine antecipadamente
quantos ela poderá escolher e aproveite para explicar o motivo da substituição
do chocolate industrializado pelo caseiro.
5.
Limite o consumo de chocolate pelas crianças
Nessa época, as crianças
tendem a querer consumir muitos ovos de chocolate, pois querem o maior número
de brinquedos possível que vem com o produto, que é repleto de açúcar. No
entanto, dados da Pesquisa de Orçamento Familiar, conduzida pelo IBGE, indicam
que 33,5% da população brasileira entre 5 e 9 anos já está com excesso de peso
e 14,3% dessa parcela já é considerada obesa. Outro dado ainda mais preocupante revela que, pela primeira vez
na história, um número crescente de crianças tem apresentado problemas de
coração, respiração e diabetes tipo 2, todos relacionados à obesidade.
6. Saiba que dizer “não” é importante
Diante da insistência das crianças, é importante
que os pais ou demais responsáveis tenham a consciência de que dizer “não” é
fundamental para uma educação saudável e faz parte da formação e amadurecimento
de seus filhos. Essa atitude faz parte do processo educativo e pode ajudar as
crianças a enfrentar possíveis frustrações futuras, com as quais terão de lidar
em certos momentos da vida adulta.
7. Venda casada é proibida
O Código de
Defesa do Consumidor proíbe a venda casada, quando veicula necessariamente a
venda de produtos, sem que seja oferecido ao consumidor opção de escolha. Ou
seja, os tais brinquedos, amplamente anunciados às crianças, têm seu custo
embutido no valor do produto.
8.
Denuncie publicidades dirigidas às crianças
Vale lembrar que direcionar publicidade de qualquer
espécie às crianças é ilegal e abusivo, conforme previsto no artigo 37,
parágrafo 2º, do Código de Defesa do Consumidor (CDC), reforçado pela Resolução 163 de 2014 do Conselho Nacional dos Direitos
da Criança e do Adolescente (Conanda). Os pais podem
cobrar das empresas o cumprimento da resolução, e fazer denúncias diretamente
aos órgãos de Defesa do Consumidor ou ao Criança e Consumo, caso se
deparem com estratégias publicitárias direcionadas às crianças.
Sobre
o Criança e Consumo
Criado em 2006, o Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, atua para divulgar e debater ideias sobre as questões relacionadas à publicidade dirigida às crianças, assim como apontar caminhos para minimizar e prevenir os malefícios decorrentes da comunicação mercadológica.
Criado em 2006, o Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, atua para divulgar e debater ideias sobre as questões relacionadas à publicidade dirigida às crianças, assim como apontar caminhos para minimizar e prevenir os malefícios decorrentes da comunicação mercadológica.
Sobre o Instituto Alana
O Instituto Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que reúne projetos na busca pela garantia de condições para a vivência da plena infância. Criado em 2002, o Instituto é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial desde 2013. Tem como missão “honrar a criança”.