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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Fibrose Cística: entenda condição que afeta tanto os pulmões como o sistema digestivo

Condição hereditária atinge uma em cada 10 mil pessoas no Brasil e pode causar tosse persistente e dificuldades de digestão

 

A fibrose cística é uma condição hereditária causada pela mutação do gene CFTR (Cystic Fibrosis Transmembrane Conductance Regulator). Em setembro, é comemorado o dia Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada 25 pessoas carregam o gene da doença.

A doença causada pela mutação genética causa uma produção de muco pegajoso e espesso que obstrui as vias respiratórias e os canais do pâncreas, podendo ocasionar infecções pulmonares e dificuldades de digestão frequentes. A condição também afeta as glândulas sudoríparas.

"Dentre os principais sintomas da fibrose cística estão a tosse persistente, chiado no peito, falta de ar, suor excessivamente salgado e até mesmo crescimento insuficiente, no caso de bebês", explica a pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Rafael Faraco.


Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico precoce da doença é essencial para iniciar o tratamento adequado e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Os principais métodos de diagnóstico incluem o teste do pezinho, o teste do suor (mede a quantidade de sal no suor do paciente, que geralmente é mais alta em pessoas com fibrose cística) e testes genéticos, que podem identificar a mutação.

O Ministério da Saúde também aponta que a doença atinge 1 a cada 10 mil pessoas no Brasil. A fibrose cística é uma condição que exige um cuidado contínuo e multifacetado para garantir o bem-estar dos pacientes. O tratamento desta doença envolve uma série de abordagens cuidadosamente integradas.

"Os tratamentos para essa condição são focados na melhora da qualidade de vida do paciente. Além disso, testes genéticos podem identificar portadores do gene CFTR alterado, permitindo aconselhamento genético para casais com risco de transmitir a doença aos filhos", comenta o pneumologista.

O especialista ainda afirma que os medicamentos desempenham um papel importante no controle dos sintomas, também existem medicamentos específicos que ajudam a fluidificar o muco, facilitando a sua expectoração, e auxiliam na digestão, um aspecto essencial para a absorção adequada de nutrientes.

"Além disso, é essencial que os pacientes recebam um acompanhamento contínuo e integrado de uma equipe multidisciplinar. O apoio de profissionais de saúde, incluindo médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, é fundamental para garantir uma qualidade de vida melhor e uma gestão eficaz da condição", comenta ele.

A fisioterapia respiratória é outra peça fundamental na jornada dos pacientes, sendo que, técnicas especializadas são empregadas para ajudar na remoção do muco acumulado nos pulmões, melhorando a capacidade respiratória e prevenindo complicações.

"O suporte psicológico não pode ser subestimado. O apoio emocional é vital para ajudar os pacientes e suas famílias a enfrentarem os desafios diários impostos pela condição. A empatia e a compaixão são valores essenciais que promovem um ambiente de acolhimento e assistência integral", finaliza Faraco. 



Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo


Estudo revela que semaglutida 2,4 mg reduz 40% da gordura visceral, considerada a mais perigosa à saúde

 

Um ensaio clínico randomizado feito pela Novo Nordisk, líder global em saúde, revelou resultados promissores da semaglutida 2,4 mg para o manejo do peso em adultos com obesidade da Ásia Oriental, com ou sem diabetes tipo 2 (DM2). A pesquisa, conduzida em 28 clínicas no Japão e na Coreia do Sul, avaliou a eficácia do tratamento subcutâneo semanal em comparação com placebo, e constatou a redução média de 40% da gordura visceral, uma redução substancial em comparação aos 6,9% observados no grupo placebo. Esta diferença representa uma melhora clínica significativa, com uma diferença estimada de tratamento (ETD) de -33,2% entre o grupo de semaglutida 2,4 mg e o placebo. 

Ao longo de 68 semanas, o estudo STEP 6 acompanhou 401 pessoas nesse perfil localizadas no Japão e na Coreia do Sul, tendo também constatado uma redução média 13,2% no peso corporal em comparação a uma redução de apenas 2,1% no grupo placebo, demonstrando que a substância é uma opção promissora para o manejo do peso em adultos com obesidade, com ou sem DM2. 

“Os resultados do ensaio STEP 6 são um marco significativo para a Novo Nordisk, pois demonstram que estamos no caminho certo em nosso propósito de derrotar doenças crônicas graves. A redução substancial de gordura visceral abdominal observada no estudo destaca o potencial da semaglutida 2,4 mg como uma ferramenta eficaz e inovadora para o tratamento da obesidade, um dos principais desafios de saúde pública da nossa era. Na Novo Nordisk, estamos comprometidos em desenvolver soluções que não apenas auxiliem na perda de peso, mas também promovam melhorias significativas na saúde metabólica dos pacientes”, afirmou Priscilla Mattar, endocrinologista e vice-presidente da área médica da companhia no Brasil. 

Ainda de acordo com Mattar, o perfil de segurança da semaglutida foi consistente com estudos anteriores, com a maioria dos eventos adversos relatados sendo de natureza gastrointestinal, predominantemente leves a moderados. A descontinuação devido a eventos adversos foi baixa, afetando apenas 3% dos participantes no grupo de semaglutida 2,4 mg.
 

Gordura visceral

Considerada a mais perigosa para a saúde por estar associada ao risco de doenças cardiovasculares, a gordura visceral é o tipo de gordura que se acumula em torno dos órgãos internos na cavidade abdominal, como o fígado, intestinos e pâncreas. Ao contrário da gordura subcutânea, que se encontra logo abaixo da pele, a gordura visceral é mais profunda e está associada a um risco aumentado de diversas condições de saúde, como doenças cardiovasculares, DM2, hipertensão, gordura no fígado e problemas respiratórios. 

“Reduzir a gordura visceral é crucial para melhorar a saúde metabólica e diminuir o risco de complicações relacionadas à obesidade. A significativa redução de até 40,0% na gordura visceral observada no estudo com a semaglutida ressalta o impacto positivo que o medicamento pode ter no sentido de prevenir doenças associadas à obesidade e garantir ainda mais qualidade de vida a essas pessoas”, explica Mattar.
 

Sobre a semaglutida 2,4 mg

Trata-se do primeiro e único tratamento para obesidade com benefício cardiovascular comprovado, além de ser, no País, o primeiro e único análogo semanal do GLP-1 aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar pessoas que vivem com obesidade e sobrepeso com ao menos uma comorbidade relacionada ao peso1. 

Pesquisas clínicas comprovaram que o medicamento apresenta redução média de 17% do peso, sendo que um terço dos pacientes apresentam redução superior a 20%, além de diminuição de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE, que consiste em morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal)1. Também já foi comprovado que a redução no risco de MACE ocorre independentemente da perda de peso desses pacientes3, que se mostrou sustentada ao longo de 4 anos4, com relação positiva de risco-benefício e perfil de segurança consistente3. 

Todos os produtos da Novo Nordisk da classe GLP-1 são tarja vermelha e por isso só podem ser vendidos sob prescrição médica.

 


Novo Nordisk
www.novonordisk.com.br
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Referências

Lincoff AM, Brown-Frandsen K, Colhoun HM, et al. Semaglutide and Cardiovascular Outcomes in Obesity without Diabetes. N Engl J Med. 2023; 389:2221-2232.

Ficha técnica de Wegovy®: Link.

[Placeholder for ECO 2024 abstract: Relevance of Body Weight and Weight Change on Cardiovascular Benefit with Semaglutide: A Pre-specified Analysis of the SELECT Trial].

Ryan DH, et al. Nat Med 2024. doi: 10.1038/s41591-024-02996-7.


Dia do Daltonismo: conheça mais sobre o distúrbio

 1 em cada 12 homens apresenta algum grau de daltonismo

 

Se engana quem pensa que as pessoas daltônicas não enxergam cor nenhuma, vivendo uma vida em preto e branco. Esse é um dos grandes mitos que envolvem o distúrbio ocular, já que a maioria dos daltônicos não consegue perceber cores específicas, como o verde e o vermelho, ou o azul e o amarelo. 

Em cada 12 homens, um apresenta algum grau de daltonismo, enquanto em mulheres esse número sobe para uma a cada 200. Apesar de estar mais relacionado à causa genética, a discromatopsia, como é chamado o distúrbio, também pode ser consequência de lesões oculares ou outras doenças como, por exemplo, tumores cerebrais e diabetes. 

Segundo a Dra. Samantha de Albuquerque, médica oftalmologista e consultora da HOYA Vision Care, empresa japonesa que produz lentes para óculos de alta tecnologia desenvolvidas para correção de problemas da visão, os daltônicos podem ser dicromatas, quando não conseguem reconhecer uma das três cores primárias, ou tricromatas anômalos, quando os receptores de cor apresentam alterações. 

Ainda sobre os tricromatas, existem três subtipos: protanopia, que significa que a pessoa vê o vermelho desbotado, como bege, marrom ou cinza; deuteranopia, que afeta a cor verde e o indivíduo enxerga em escalas marrons; e por último, tritanopia, quando altera os tons de azul e amarelo, tornando-os verde ou bege e rosa ou lilás, além de não reconhecerem a cor laranja”, explica. 

Na maioria dos casos, o daltonismo costuma ser identificado na infância ou adolescência, pois tende a afetar o processo de aprendizado e pode prejudicar o desempenho escolar. Identificar o distúrbio nessa fase é primordial para que a vida social da pessoa não seja prejudicada, assim como oferecer a possibilidade de adaptações e o desenvolvimento de estratégias que ajudem ainda mais. 

A especialista indica que existem três exames que podem ser realizados para diagnosticar o daltonismo: o anomaloscópio de Nagelan, as lãs de Holmgren e o teste de cores de Ishihara, que é o mais conhecido e consiste em exibir um padrão de pontos multicoloridos, que revela números ou formas. 

Ainda não existe tratamento para o daltonismo congênito. Para alguns casos, os médicos recomendam lentes de óculos com filtro de cor, que podem apurar o contraste. Já as formas adquiridas do distúrbio devem ser tratadas nas causas do problema. É preciso destacar que a condição não é impedimento para uma rotina normal e em ocorrências leves, não prejudica a qualidade de vida”, informa a oftalmologista. 

Apesar de existirem testes online para tirar dúvidas sobre o daltonismo, eles não substituem uma avaliação categórica do médico oftalmologista. Qualquer indício de uma visão anormal deve ser encaminhada ao profissional, que saberá auxiliar do melhor modo possível.


Hoya Vision Care
Saiba mais em Link


Brasileiras lideram o ranking por cirurgia íntima, aponta estudo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética

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Busca por procedimentos intímos ultrapassa as preocupações estéticas, explica a Dra. Fernanda Nassar, ginecologista especialista em laser para cirurgia íntima. 

 

Nesta sexta-feira (06/09) é comemorado o Dia do Sexo e a importância da saúde sexual feminina ganhou destaque nos últimos dias. Estudo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), sigla em inglês, revela que, nos últimos dois anos, o Brasil é o país que mais realiza procedimentos íntimos no mundo. De acordo com o levantamento, houve um aumento global de 33% nas cirurgias de labioplastia, também conhecida como ninfoplastia, nos últimos três anos. Popularmente chamada como “cirurgia vaginal”, esse procedimento cirúrgico é realizado na vulva, a área externa do órgão genital feminino, com o objetivo de reduzir o tamanho dos pequenos lábios vaginais e proporcionar uma aparência mais uniforme à região.  Além disso, a pesquisa indicou um crescimento de 20% na procura por procedimentos de rejuvenescimento vaginal, que visam reduzir a flacidez, clarear a região íntima e diminuir o tamanho dos lábios vaginais. 

Para a Dra. Fernanda Nassar, ginecologista especializada em laser para cirurgia íntima, o aumento na procura pela ninfoplastia pode ser atribuído a vários fatores, como a maior disseminação de informações sobre o procedimento, o autocuidado com a saúde íntima e a adesão de personalidades famosas ao procedimento. “A ninfoplastia traz benefícios significativos para a saúde e o bem-estar das mulheres, especialmente para quem sente vergonha da região íntima”, afirma a especialista 

Embora não exista um padrão estético quanto ao formato da vulva, as sobras de pele nos pequenos lábios podem causar desconfortos, afetando a realização de atividades simples do dia-a-dia, como a higienização correta da área, a prática de esportes, o uso de roupas e, principalmente, a vida sexual. A especialista explica ainda que a ninfoplastia, que corrige esteticamente os pequenos lábios, pode aliviar desconfortos físicos e aumentar a autoestima. Já o rejuvenescimento vaginal, ao utilizar a tecnologia como o laser, pode melhorar a firmeza, a lubrificação e a função sexual da região íntima.  

Mas a busca por esses procedimentos vai muito além da estética:  a ninfoplastia e o rejuvenescimento íntimo transformam a vida das mulheres em todos os sentidos. “Cada vez mais mulheres buscam a ninfoplastia devido ao aumento da consciência sobre a saúde íntima e à influência positiva do procedimento. A cirurgia contribui para a qualidade de vida e a autoestima e, consequentemente, melhora a vida sexual das pacientes”, conclui Dra. Fernanda Nasser.


Fernanda Nassar - Formada em medicina pelo Centro Universitário Lusíada (UNILUS) há 16 anos, a Dra. Fernanda Nassar é ginecologista especialista em cirurgia íntima a laser, e possui outras duas especializações em medicina estética e ortomolecular. Ela é fundadora da La Femme, a primeira clínica dedicada exclusivamente a procedimentos íntimos do Brasil. Combinando seus conhecimentos avançados com tecnologia de ponta, oferece tratamentos que promovem a saúde, a qualidade de vida, a autoestima e o bem-estar das mulheres. Inaugurada em 2021, a Clínica La Femme é uma referência em estética íntima e atende pacientes em Santos, São Paulo e em todo o Brasil.


Descubra as etapas para o desenvolvimento de uma nova vacina

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Especialista explica cada etapa do processo e os cuidados necessários para produção de uma vacina

 

Com o surgimento de novas vacinas, é comum que surjam questionamentos sobre a duração e o processo detalhado que leva desde a formulação da vacina até a sua disponibilização para a sociedade. A realidade é que o desenvolvimento de uma nova vacina é um processo complexo e rigoroso, essencial para garantir a segurança e eficácia do imunizante antes do acesso para a população. 

Esse processo envolve várias etapas, desde a pesquisa inicial até a aprovação e distribuição, sendo crucial para o combate a diversas doenças infecciosas. Cada etapa do desenvolvimento de uma vacina exige rigor científico e controle de qualidade, envolvendo desde testes laboratoriais até estudos em larga escala com voluntários humanos. Esses procedimentos são essenciais para assegurar que a vacina seja eficaz e segura, atendendo às exigências das agências reguladoras antes de ser liberada para uso público. 

Segundo Roberta Dias, professora de Farmácia do Centro Universitário Newton Paiva, "A fase de ensaios clínicos é extremamente importante, pois é nela que verificamos se a vacina realmente funciona e se é segura para a população em geral. É um processo que exige rigor científico e ético, além de uma logística complexa para garantir a representatividade dos voluntários". 

O processo de desenvolvimento de uma vacina passa por várias fases bem definidas, cada uma com objetivos específicos e métodos rigorosos. Abaixo estão as etapas principais que guiam os pesquisadores desde a fase inicial de descoberta até a aplicação da vacina em larga escala: 

Pesquisa Básica: O processo começa em laboratórios, onde cientistas identificam as moléculas mais promissoras. Diversas combinações são testadas para determinar a composição ideal da vacina. Nessa fase, são realizados experimentos iniciais para avaliar a resposta imunológica e a eficácia potencial. 

Testes Pré-Clínicos: Nesta etapa, a vacina é testada em culturas de células e em animais. Os testes buscam verificar a segurança e a imunogenicidade da vacina, ou seja, sua capacidade de induzir uma resposta imunológica. Esses testes são cruciais para decidir se a vacina é segura o suficiente para ser testada em humanos. 

Ensaios Clínicos Fase I: A vacina é administrada a um pequeno grupo de voluntários saudáveis (geralmente entre 10 e 100 pessoas). O objetivo é avaliar a segurança e determinar a dose adequada, além de observar qualquer reação adversa inicial. 

Ensaios Clínicos Fase II: Envolvendo centenas de voluntários, essa fase amplia a análise de segurança e eficácia, testando a vacina em diferentes grupos etários e perfis de saúde. Aqui são refinados aspectos como a dose ideal, o número de doses necessárias e o intervalo entre elas. 

Ensaios Clínicos Fase III: A vacina é administrada a milhares de voluntários, comparando os resultados com um grupo que recebe placebo. Esta fase é decisiva para confirmar a eficácia da vacina em prevenir a doença e para identificar qualquer efeito adverso raro. É a última etapa antes da submissão para aprovação regulatória. 

Após a conclusão dos ensaios clínicos, a vacina precisa passar por uma rigorosa revisão das agências reguladoras, como a Anvisa, no Brasil. Somente após a aprovação, a vacina pode ser produzida em larga escala e distribuída para a população, sempre sob monitoramento contínuo para garantir sua segurança e eficácia a longo prazo. 

O desenvolvimento de vacinas é um exemplo claro de como a ciência e a pesquisa são fundamentais para a saúde pública. Esse processo detalhado e minucioso garante que novos imunizantes sejam capazes de combater doenças com eficácia, protegendo a população e prevenindo epidemias.

 

Centro Universitário Newton Paiva



Estudo mostra soluções para lidar com o período crítico de poluição do ar que cidades brasileiras estão passando

 

Realizado pelo Instituto Alana e pelo Instituto Ar, o levantamento traz níveis limites e exemplos de ações para proteger a saúde das crianças e adolescentes durante episódios de poluição em nove países, incluindo o Brasil
 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 50 mil brasileiros morrem todos os anos por causa da poluição atmosférica, que representa, hoje, o maior fator de risco ambiental para a saúde humana. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, o Brasil ainda segue padrões de qualidade do ar estabelecidos em 1990. E mesmo com índices de poluição até cinco vezes mais altos do que nos países analisados no documento – somos superados apenas pelo Equador – raramente os níveis estabelecidos são alcançados, por serem muito brandos e defasados. Por isso, o Instituto Alana e o Instituto Ar divulgam os resultados do estudo “Qualidade do ar em alerta”, uma análise comparativa dos níveis críticos e planos de emergência entre o Brasil e outros oito países: Chile, Colômbia e Equador (América do Sul), Estados Unidos e México (América do Norte) Espanha, França e Inglaterra (Europa). 

O estudo, coordenado por Evangelina Araújo, especialista em qualidade do ar e diretora executiva do Instituto Ar, apresenta referências de níveis de episódios críticos de poluição do ar adotados em diferentes países e medidas de mitigação e adaptação de episódios críticos de poluição do ar vigentes, além dos protocolos específicos utilizados para proteger os grupos mais vulneráveis, como as crianças.

O relatório destaca as principais leis internacionais de qualidade do ar e mostra exemplos de planos e suas respectivas ações para o enfrentamento de episódios críticos de poluição. Entre as sugestões apresentadas no levantamento para proteger as crianças durante os episódios críticos de poluição está o fechamento imediato de escolas em zonas de risco. 

Em agosto, o nível de qualidade do ar no bairro do Grajaú, em São Paulo (SP), ultrapassou o nível estipulado para o “alerta”, superando 212µg/m³ de micropartículas poluentes. Em abril, a mesma situação foi registrada em Boa Vista (RR), que atingiu picos de poluição de 317µg/m³ e, em outubro de 2023, a fumaça gerada pelas queimadas florestais sufocou a cidade de Manaus (AM). Para efeitos de comparação, a OMS considera aceitável até 15 µg/m3 de poluição. 

As três situações têm em comum que nenhum protocolo foi adotado para reduzir os impactos causados na saúde, principalmente das crianças. “Com cada vez mais frequência, cidades brasileiras registram casos em que o excesso de poluentes forma verdadeiras cortinas de fumaça, fenômeno que chamamos de episódio crítico de poluição do ar. E até hoje não temos recomendações ou protocolos do que deve ser feito nessas situações para que a população não seja tão prejudicada, em especial as mais vulneráveis, como as crianças”, diz JP Amaral, gerente de Natureza do Instituto Alana. 

O estudo traz possíveis soluções que podem ser inspiradas em medidas já adotadas internacionalmente. Na Colômbia, país vizinho ao Brasil, existe o Plan para la atención de episodios de contaminación del aire de la área metropolitana de Bucaramanga (CDMB), que contempla ações imediatas para a proteção das crianças em casos críticos de poluição. Quando o IQAr está em “alerta”, as escolas suspendem as aulas em toda a área que está dentro desse nível específico de concentração de poluentes. No caso de “emergência”, a ordem é a mesma e, em alguns casos ocorre, inclusive, a evacuação de toda a população exposta à poluição no perímetro. 

Nos Estados Unidos, pelas indicações do Air Now, existem diretrizes voltadas a ações gerais e outras específicas para as escolas. As recomendações e atenções iniciam no nível de qualidade do ar “moderado”, quando o tempo e a intensidade das atividades ao ar livre são reduzidas. Já nas Astúrias, na Espanha, os “programas estratégicos horizontais” apresentam ações para a melhoria da qualidade do ar a longo prazo e não apenas durante episódios críticos. Por lá, o objetivo é criar uma ação de proteção para os grupos sensíveis a partir dos resultados de pesquisas epidemiológicas feitas em áreas prioritárias, como as zonas escolares e, assim, determinar os planos de vigilância epidemiológica de modo mais assertivo. 

Em Londres, a estratégia também ocorre a longo prazo: dentro do Plano de Ação de Qualidade do Ar foi elaborado o Health School Street, que adota uma série de medidas, como a diminuição do tráfego veicular, implementação de ciclofaixas, áreas verdes e parques. A iniciativa também busca reduzir a poluição do ar dentro e no entorno das escolas, que têm índices medidos a partir da implementação de sensores que monitoram a qualidade do ar. 

“O nosso país está atrasado nesse debate em relação a outras nações, inclusive da América do Sul. O Brasil tem o dever constitucional e moral de combater a poluição e mitigar episódios críticos de modo a garantir saúde e qualidade de vida para as crianças e para toda a população”, finaliza JP Amaral.
 

Alana 


Aumento do número de doadores de órgãos esbarra na autorização familiar; entidade cobra medidas

 Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética reforça a necessidade de políticas públicas e novas ações para ampliação do número de doadores

 

O Brasil tem mais de 43 mil pessoas à espera de um transplante e, embora tenha realizado 4,7 mil procedimentos do tipo entre janeiro e julho deste ano, a fila cresce diariamente. Para destacar a importância do assunto e reforçar a necessidade de mais políticas públicas para impulsionar avanços nesta frente, o mês de setembro é marcado pela campanha de conscientização sobre a doação de órgãos. 

Em vigor desde fevereiro, a Lei n.º 14.722/2023 busca aumentar o número de transplantes no País. Trata-se da Política Nacional de Conscientização e Incentivo à Doação e ao Transplante de Órgãos e Tecidos. Em 2019, mais de 5 mil famílias não autorizaram a doação de órgãos de parentes. Por mais que o desejo do doador seja explícito - e até registrado em cartório - a autorização precisa ser concedida por familiares. 

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, “por mais que haja uma Lei que incentive a prática, a maior parte das pessoas não a conhece”. “Cada doador pode salvar até oito vidas e mudar a história de inúmeras pessoas. É fundamental que quem deseja doar deixe claro à família a sua intenção, garantindo não apenas que sua vontade seja cumprida, mas que mais pessoas abracem essa causa”, afirma.
 

Demanda e espera

Gerida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a fila de espera inclui pacientes das redes pública e privada e, embora a ordem seja cronológica, leva-se em conta o estado de saúde do paciente. Por exemplo, alguém que precisa de um rim, mas consegue fazer hemodiálise, pode ver uma pessoa que esteja com a saúde mais debilitada “passando na sua frente”. 

Por falar em rim, essa é a maior demanda no Brasil. São cerca de 40 mil pessoas à espera desse órgão, que é atingido pelas patologias mais comuns no País, como a diabetes e a pressão alta. Fígado, coração, pâncreas, pulmão e multivisceral compõem o ranking da lista de órgãos que os brasileiros mais necessitam (os cinco precisam ser doados por uma mesma pessoa). 

Em média, a taxa de espera é de 18 meses, período que pode variar de acordo com o tipo de transplante, a saúde do paciente e o número de doadores. Em casos como transplante multivisceral, esse período pode chegar a três anos. “O SUS tem um dos maiores programas de transplante do mundo. 87% deles são feitos com recursos públicos. Para que mais pessoas sejam atendidas, é preciso da conscientização de todos e do engajamento das autoridades”, afirma Canal.

 

Como sinalizar a intenção?

Além do registro na carteira de identidade, também foi criada uma ferramenta digital para aumentar o volume de doadores. Por meio da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), qualquer pessoa pode registar em cartório o desejo de ser um doador após seu falecimento, de maneira online e gratuita. Há um projeto que prevê a doação presumida (sem necessitar da aprovação da família, em caso de doadores declarados), mas ele não tem prazo para ser discutido.

 

Processo seguro

O processo de doação é extremamente seguro. No caso do diagnóstico de morte encefálica, ele é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Dois médicos examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar, que é interpretado por um terceiro médico. Esses órgãos vão para os pacientes que estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado, controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes. 



Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética – Anadem
Para saber mais, clique aqui.


O Mustang Amarelo e o suicídio

Setembro Amarelo - 30 anos da campanha pela saúde mental e prevenção ao suicídio 

 

Dia 10 de setembro é a data que marca o início de uma das principais campanhas de saúde: O Setembro Amarelo, que mobiliza a sociedade internacionalmente pela prevenção ao suicídio, surgiu nos Estados Unidos em 1994, quando Mike Emme, um jovem de 17 anos foi encontrado sem vida dentro do seu Mustang amarelo. Seus pais deram início ao movimento simbolizado pelo laço amarelo, uma forma de chamar a atenção para os cuidados com a saúde mental que motiva muitos casos de suicídio. No Brasil, a campanha está ativa desde 2015, reconhecida pela Sociedade Brasileira de Psiquiatria.

A campanha é retomada anualmente e, diante de tantas angústias que impactam emocionalmente toda a sociedade, as oportunidades de trazer informações e de incentivar o debate tornam muito importantes as orientações atualizadas dos profissionais de saúde e especialistas no assunto. Indicamos aqui os títulos em catálogo do Grupo Summus que podem embasar reportagens, assim como os autores para contribuir como fontes e dar entrevistas sobre o tema:

Luto por suicídio e pósvenção - A outra margem

Autora: Karina Okajima Fukumitsu

O suicídio é morte trágica que avassala nosso coração e nosso jeito de ser. Para a pessoa em luto por suicídio, percorrer essa árdua travessia é, por si só, um ato de compreensão de que não podemos controlar o incontrolável nem explicar o inexplicável. Diante da morte, há urgência em reconsiderar as prioridades, as necessidades reais que ainda nos fazem sentido. Neste livro, Karina Okajima Fukumitsu apresenta sua trajetória profissional, com mais de 30 anos de experiência como psicóloga e pesquisadora de suicidologia — campo de saber destinado aos estudos de prevenção de processos autodestrutivos, luto por suicídio, posvenção e saúde existencial —, refletindo a respeito das perdas e partidas e dos caminhos da dor perante o suicídio de uma pessoa amada. Conta, também, como encontrou firmeza existencial para realizar a travessia, chegando na outra margem. Suas palavras são prumo para quem se encontra em mar revolto.

O lugar do sofrimento na cultura contemporânea - Reflexões sobre a medicalização da existência

Autora: Mariama Furtado

Vivemos um processo de medicalização da existência. O sofrimento, os desânimos, as simples manifestações da dor de viver parecem intoleráveis em uma sociedade que aposta no bem-estar como meta. Num contexto que exalta os valores ligados à eficiência, à produtividade, ao bem-estar e à felicidade, o sofrimento passa a ser visto como uma patologia que precisa ser corrigida. Assim, um processo de contínua expansão dos diagnósticos vem trazendo para o campo da psicopatologia comportamentos, emoções e estados subjetivos anteriormente experimentados e concebidos como parte da condição humana, de modo que cada vez mais pessoas se tornam potencialmente portadoras de algum transtorno.
Constatando esses fenômenos tanto na clínica quanto no campo da pesquisa, Mariama Furtado problematiza o assunto e mostra que, ao tentar suprimir o sofrimento da experiência da vida, a medicalização acaba destituindo o próprio sujeito daquilo que diz respeito à sua singularidade e da possibilidade de instituir formas autênticas e criativas de viver.

Angústias contemporâneas e Gestalt-terapia

Autor(es): Ailton GomesBruno Antônio de Lima NogueiraCarla Cristina PoppaDaniela Pupo BianchiKarina da SilveiraKleiton Gomes PeixeMargaret MarrasPatrícia Barrachina CampsSamanta Santos da FonsecaÊnio Brito Pinto

Nas últimas décadas, a Gestalt-terapia vem crescendo substancialmente no Brasil. Em sua visão de mundo, os indivíduos são concebidos como seres em constante processo de desenvolvimento e crescimento, inclusive quando se defrontam com problemas existenciais. Assim, numa era em que o sofrimento psicológico chegou a limites inimagináveis, é papel da abordagem ajudar os clientes a adquirir awareness para que possam estabelecer melhores relações consigo e com o meio.

Na obra, Margaret Marras reúne temas que têm promovido extremo sofrimento na atualidade. A cada capítulo, os autores – renomados profissionais da área – nos confrontam com questionamentos sobre nossa forma de estar no mundo e nos fornecem subsídios para nossa tão necessária reflexão.

Esses e outros livros do catálogo podem servir para pesquisa sobre esse mal que acomete a pessoas de todas as idades. 



Grupo Editorial Summus
Facebook, Instagram e LinkedIn: @gruposummus.


Qualidade ruim do ar aumenta propensão às doenças respiratórias

Poluição, principalmente de grandes metrópoles, pode afetar diretamente a saúde

 

Com a queda na qualidade do ar em São Paulo, especialmente em dias de inverno, a saúde respiratória da população está em risco. Dados recentes da CETESB1 mostraram que a capital paulista enfrentou um de seus piores dias em termos de poluição atmosférica. O impacto desse cenário é claro: as doenças respiratórias, como asma e bronquite, além das crises de alergias, encontram terreno fértil para se desenvolver, e o corpo humano rapidamente começa a sentir os efeitos.

 

A poluição do ar, especialmente em grandes centros urbanos, tem sido apontada como um dos maiores vilões da saúde pública. Com o aumento da concentração de poluentes no ar, sintomas como falta de ar, tosse, irritação nos olhos e garganta são sinais claros de que o corpo está sofrendo com a qualidade do ar.

 

Segundo o Dr. Fabrizio Ricci Romano, otorrinolaringologista e consultor da Glenmark, "a exposição prolongada a altos níveis de poluição pode agravar doenças respiratórias preexistentes e até mesmo desencadear novos problemas de saúde em pessoas sem histórico. Isso acontece porque o organismo é obrigado a lidar com a inflamação constante, causada pelas partículas nocivas presentes no ar".

 

No inverno, o problema se agrava. As condições climáticas dificultam a dispersão dos poluentes, resultando em uma maior concentração de substâncias tóxicas. "Essa combinação de frio, tempo seco e poluição torna o ambiente propício para o aumento das internações hospitalares por problemas respiratórios", explica o médico.

 

O corpo humano reage rapidamente à baixa qualidade do ar, manifestando sintomas de desconforto respiratório que podem evoluir para problemas mais graves, principalmente entre crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Para mitigar esses efeitos, o otorrino conta que é essencial estar atento aos níveis de poluição e adotar medidas preventivas.

 

Evite atividades ao ar livre em dias de alta poluição

Quando os níveis de poluição estão elevados, é recomendável reduzir ou evitar exercícios físicos ao ar livre. "Praticar atividades físicas em ambientes poluídos aumenta a inalação de partículas nocivas, sobrecarregando o sistema respiratório", aconselha Romano. Prefira fazer atividades físicas em locais fechados e bem ventilados.

 

Hidrate-se constantemente

Beber bastante água ajuda a manter as mucosas respiratórias hidratadas, o que é essencial para que o corpo consiga se proteger melhor das partículas presentes no ar. Além disso, a hidratação facilita a eliminação de toxinas e evita o ressecamento das vias respiratórias.

 

Mantenha os ambientes internos limpos e ventilados

Mesmo dentro de casa ou no trabalho, a qualidade do ar pode ser afetada por partículas de poeira e poluição que entram pelas janelas. Limpar regularmente superfícies, evitar o acúmulo de poeira e, sempre que possível, usar purificadores de ar, pode ajudar a reduzir a exposição a agentes nocivos.

 

 

Glenmark Pharmaceuticals

 

1 https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/08/18/cidade-de-sp-tem-neste-domingo-dia-com-pior-qualidade-do-ar-deste-inverno-segundo-dados-da-cetesb.ghtml

 

 

Poluição, principalmente de grandes metrópoles, pode afetar diretamente a saúde

 

Com a queda na qualidade do ar em São Paulo, especialmente em dias de inverno, a saúde respiratória da população está em risco. Dados recentes da CETESB1 mostraram que a capital paulista enfrentou um de seus piores dias em termos de poluição atmosférica. O impacto desse cenário é claro: as doenças respiratórias, como asma e bronquite, além das crises de alergias, encontram terreno fértil para se desenvolver, e o corpo humano rapidamente começa a sentir os efeitos.

 

A poluição do ar, especialmente em grandes centros urbanos, tem sido apontada como um dos maiores vilões da saúde pública. Com o aumento da concentração de poluentes no ar, sintomas como falta de ar, tosse, irritação nos olhos e garganta são sinais claros de que o corpo está sofrendo com a qualidade do ar.

 

Segundo o Dr. Fabrizio Ricci Romano, otorrinolaringologista e consultor da Glenmark, "a exposição prolongada a altos níveis de poluição pode agravar doenças respiratórias preexistentes e até mesmo desencadear novos problemas de saúde em pessoas sem histórico. Isso acontece porque o organismo é obrigado a lidar com a inflamação constante, causada pelas partículas nocivas presentes no ar".

 

No inverno, o problema se agrava. As condições climáticas dificultam a dispersão dos poluentes, resultando em uma maior concentração de substâncias tóxicas. "Essa combinação de frio, tempo seco e poluição torna o ambiente propício para o aumento das internações hospitalares por problemas respiratórios", explica o médico.

 

O corpo humano reage rapidamente à baixa qualidade do ar, manifestando sintomas de desconforto respiratório que podem evoluir para problemas mais graves, principalmente entre crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Para mitigar esses efeitos, o otorrino conta que é essencial estar atento aos níveis de poluição e adotar medidas preventivas.

 

Evite atividades ao ar livre em dias de alta poluição

Quando os níveis de poluição estão elevados, é recomendável reduzir ou evitar exercícios físicos ao ar livre. "Praticar atividades físicas em ambientes poluídos aumenta a inalação de partículas nocivas, sobrecarregando o sistema respiratório", aconselha Romano. Prefira fazer atividades físicas em locais fechados e bem ventilados.

 

Hidrate-se constantemente

Beber bastante água ajuda a manter as mucosas respiratórias hidratadas, o que é essencial para que o corpo consiga se proteger melhor das partículas presentes no ar. Além disso, a hidratação facilita a eliminação de toxinas e evita o ressecamento das vias respiratórias.

 

Mantenha os ambientes internos limpos e ventilados

Mesmo dentro de casa ou no trabalho, a qualidade do ar pode ser afetada por partículas de poeira e poluição que entram pelas janelas. Limpar regularmente superfícies, evitar o acúmulo de poeira e, sempre que possível, usar purificadores de ar, pode ajudar a reduzir a exposição a agentes nocivos.

 

 Glenmark Pharmaceuticals


1 https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/08/18/cidade-de-sp-tem-neste-domingo-dia-com-pior-qualidade-do-ar-deste-inverno-segundo-dados-da-cetesb.ghtml

 

Mpox e crianças: devemos nos preocupar?

Divulgação
Hospital pediátrico tira as principais dúvidas e alerta para a doença que se tornou uma emergência de saúde global

  

De acordo com o Ministério da Saúde, desde o início do ano, o Brasil já registrou mais de 830 casos confirmados ou prováveis de mpox, sendo que 61 deles precisaram de internamento. A doença foi declarada como emergência de saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por conta da rápida circulação de uma nova variante, a cepa 1b, no continente africano e que tem diferentes meios de transmissão. 

Os grupos de risco para as formas graves da enfermidade são crianças menores de 8 anos, gestantes e imunodeprimidos. Por isso, o Pequeno Príncipe, maior e mais completo hospital pediátrico do país, esclarece as principais dúvidas sobre a doença.
 

O que é a mpox e como acontece a transmissão?

A mpox, anteriormente chamada de monkeypox ou varíola dos macacos, é uma doença de etiologia viral em que a transmissão acontece principalmente pelo contato próximo prolongado ou íntimo com a pessoa que está infectada ou com as lesões que surgem na pele em um período de até 21 dias. “Se compararmos com outros vírus pandêmicos como a COVID-19, por exemplo, a transmissibilidade da mpox é menor”, enfatiza o infectologista pediátrico Victor Horácio de Souza, do Pequeno Príncipe.
 

Quais são os principais sintomas?

Após o contato com o vírus, os primeiros sintomas da doença se manifestam entre três e 16 dias. Os mais comuns são lesões na pele – todas com a mesma característica e local –, febre, ínguas, dores no corpo e de cabeça, fraqueza e até mesmo desidratação. 

“A mpox pode ser grave se o paciente estiver com mais de cem lesões na pele associadas à confusão mental, sepse e insuficiência respiratória, o que pode causar comprometimento pulmonar, renal, no sistema nervoso central e até levar a óbito”, explica o infectologista.
 

Como é o diagnóstico e tratamento?

Em caso de suspeita, é fundamental buscar atendimento médico, pois o diagnóstico da doença é principalmente clínico, e o tratamento é feito com medicações para os sintomas que o paciente apresenta. “Além do tratamento sintomático, também se faz necessário o isolamento social para evitar a transmissão”, frisa Victor Horácio. O especialista reforça que a melhor maneira de se prevenir é não ter contato com qualquer pessoa que esteja com suspeita de mpox e sempre higienizar as mãos corretamente.
 

Existe vacina disponível contra a doença?

Sim! Atualmente existem duas vacinas contra o vírus e que são produzidas por dois laboratórios diferentes. Elas não estão disponíveis para comercialização, apenas para uso na rede pública e conforme indicação. “A vacinação em massa contra a mpox não é necessária nem recomendada, porque no momento a doença está sob controle e em observação. A indicação de aplicação dela é apenas para quem teve contato com algum caso confirmado da doença”, realça a médica e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.
 

Estado de São Paulo sofre com escassez de médicos e tem 65% de suas regiões da saúde com grande carência de profissionais para atender a população

 Dados da AMIES reforçam a distribuição desigual; estado conta com 137 mil médicos para atender mais de 44 milhões de pessoas 

 

Considerado o estado mais rico do Brasil com um PIB de aproximadamente R$ 3,7 trilhões, segundo dados do IBGE, São Paulo vive um cenário de escassez de médicos, sobretudo em municípios que ficam mais distantes da capital paulista. O estado conta com 137 mil médicos para atender mais de 44 milhões de habitantes, o que corresponde a 3,1 médicos a cada mil pessoas, número abaixo dos 3,73 médicos recomendado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Segundo levantamento da AMIES (Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior), mais de 65% das regiões da saúde (conjunto de municípios que compartilham identidades culturais, econômicas, sociais, infraestrutura de transporte e serviços de saúde) do estado têm até 1,7 médico por mil habitantes. Apenas 5,74% das regiões da saúde contam com mais de 3,73 profissionais.

Regiões da saúde com mais de 500 mil habitantes, como Sorocaba, que contempla municípios como Sorocaba, Itú e Salto, e Grande ABC, que engloba São Bernardo, Santo André, Mauá e São Caetano do Sul, contam com 2,87 e 2,93 médicos por mil habitantes.

Já em regiões da saúde que estão localizadas mais distantes da capital, os índices são ainda menores. A região de saúde de Bauru, que conta com os municípios de Bauru, Lençóis Paulista e Pederneiras, tem apenas 2,32 médicos por mil habitantes. Outro caso semelhante é o da região de saúde de Central do DRS II, que engloba os municípios de Araçatuba e Guararapes, a qual tem apenas 2,15 profissionais.

“Ao analisar os dados do nosso levantamento fica claro que existe uma disparidade muito grande na distribuição de médicos no estado de São Paulo. As regiões da saúde que estão mais próximas da capital contam com uma oferta maior de profissionais, mas, ainda assim, com números abaixo do recomendado pela OCDE. É estarrecedor que um estado como São Paulo, conhecido por ser um dos “motores” do país, tenha níveis tão baixos de médicos. Se São Paulo está assim, imagine como é a realidade de estados que não recebem tantos investimentos federais”, afirma Priscila Planelis, advogada e consultora jurídica da AMIES. “Para mudar esse cenário, precisamos abrir mais vagas nos cursos de medicina, ampliar a oferta de ensino e oferecer melhores condições de trabalho para que esses profissionais possam prestar um melhor atendimento à população”, conclui.

O estado de São Paulo também sofre com um número desproporcional de especialidades médicas. Atualmente, o estado conta com apenas 53 médicos legistas, 53 médicos especializados em medicina preventiva e social, 120 médicos geneticistas, 180 médicos sanitaristas, 205 cancerologistas pediátricos e 249 fisiatras.

Como comparação, as especialidades com mais profissionais na ativa são médicos clínicos (70.506), pediatras (20.735), ginecologistas e obstetras (14.280) e cirurgiões gerais (12.903).


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