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quarta-feira, 3 de abril de 2024

Com mercado de viagens aquecido, crescem as buscas por profissões como hotelaria e técnico de turismo

 

Interesse nas carreiras acompanha tendência positiva do setor, que vem gerando vagas de emprego

 

O segmento do turismo vem apresentando crescimento no Brasil. Ao longo de 2023, o país registrou alta de 7,5% no índice de atividades turísticas em relação ao ano anterior. Para 2024, a previsão também é de crescimento, com os números já se mostrando positivos, apresentando aumento de 9% no número de turistas que vieram passar a virada de ano no país e de 4,5% em relação aos que vieram para os festejos de carnaval. Os dados são do Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR). 

 

Com o aquecimento do setor, todas as áreas relacionadas a ele acabam crescendo, incluindo a geração de empregos e a valorização das profissões do segmento. Em 2023, o turismo foi responsável pela criação de mais de 214 mil vagas de trabalho formal no Brasil, segundo dados do Ministério do Turismo. Em consonância com a tendência, houve um aumento nas buscas do Google relacionadas às profissões e aos cursos de aprimoramento na área. Ao longo do trimestre, as buscas por “curso de hotelaria” aumentaram em 123% e as por “curso técnico de turismo” cresceram em 52%. Outras profissões essenciais para o setor tiveram destaque, como a procura por “curso de piloto de avião” e por “curso de comissário de bordo” crescendo em 86% e em 83% respectivamente.

Os números foram levantados pela Onlinecurriculo, plataforma especializada em currículos online, que buscou entender o movimento dos profissionais do segmento e a tendência de crescimento do setor. Com o destaque do ramo de turismo e o aumento da oferta de vagas, cresce o interesse pela área, com oportunidades para quem tem interesse em atuar no segmento ou se especializar para ter uma melhor colocação no mercado. 

 

Um pouco sobre as profissões

Hotelaria: profissional responsável pela direção de estabelecimentos como hotéis, resorts, pousadas e spas, e que vai buscar, principalmente, garantir a boa recepção e acomodação dos visitantes. As buscas no Google por “hotelaria” tiveram um crescimento de 83% ao longo do último ano, considerando o período de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024. A remuneração da carreira também atraiu pesquisas, com o termo “hotelaria salário” chegando a 171% de crescimento durante o ano. 

O hoteleiro será o responsável por liderar a equipe do estabelecimento, sendo encarregado pela contratação, orientação e supervisão dos colaboradores. Também é quem administra as questões financeiras do local, organizando questões como compras e manutenção, para que tudo se mantenha em funcionamento. Desta forma, na sua atuação, o hoteleiro se relaciona com serviços de acomodação, alimentação, recreação e lazer.

 

Técnico de turismo: é quem assessora viajantes e visitantes. O técnico de turismo, ou guia turístico, é a pessoa que acompanha grupos em passeios, viagens e excursões, podendo essas serem nacionais ou internacionais. A partir de um roteiro criado previamente, o guia deve orientar os visitantes pelo local a ser conhecido, apresentando os detalhes dos pontos turísticos e trazendo informações históricas sobre os locais visitados. Também pode atuar como agente de viagens, auxiliando as pessoas que pretendem viajar a criar um roteiro para seus destinos.

 

A procura por “técnico de turismo” alcançou crescimento de 27% durante os últimos doze meses e de 100% ao longo do trimestre. Buscas relacionadas também tiveram expressão, com a pesquisa por “curso para guia de turismo” crescendo em 85% e “técnico em guia de turismo” aumentando em 57% durante os últimos doze meses.

 

Comissário de bordo: diferentemente do que se possa pensar, um comissário de bordo faz mais do que estar presente no voo servindo e orientando os passageiros. O comissário de bordo é essencial para a segurança do voo, precisando estar sempre preparado para qualquer situação de emergência, incluindo dominar técnicas de primeiros socorros, além de garantir o cumprimento das normas do voo e de auxiliar o comandante do avião.

 

O interesse pela carreira de comissário de bordo também cresceu durante o ano, com as buscas pela profissão aumentando em 50% nos últimos doze meses. Em relação à remuneração, a procura por “comissário de bordo quando ganha” cresceu em 83% no ano e 124% no trimestre.

 

Piloto de avião: uma carreira que exige mais investimento, mas que também promete um bom retorno financeiro. Por sua escassez, os pilotos de avião são cobiçados e, de forma geral, são rapidamente recrutados após concluírem o curso de pilotagem. Mesmo com as barreiras financeiras, a procura por “piloto de avião” teve aumento de 22% no último ano e a busca por “piloto de avião salário” cresceu em 50%. Os pilotos podem trabalhar para voos particulares ou para companhias aéreas, pilotando grandes aeronaves, o que exige ainda mais estudo por parte do profissional.

 

Para todas as carreiras citadas acima, é fundamental que os profissionais dominem outros idiomas, especialmente o inglês, já que em muitos momentos será preciso se comunicar com pessoas de diversos países. 


Estar atento às tendências do mercado é uma boa estratégia para quem está em busca de emprego ou planeja mudar de área. Com o aquecimento e as boas previsões para o segmento do turismo, as profissões relacionadas ao setor podem se mostrar como boas oportunidades de colocação. Quem visa essas oportunidades, deve, sempre que possível, buscar se especializar na área, pois maiores são as chances de entrada e permanência no mercado de trabalho com uma maior qualificação. 



Onlinecurruculo



Reforma tributária - quem ganha e quem perde

Thinkstock

‘Do ponto de vista federativo, governadores e prefeitos perderão poder político, pois não poderão fazer política fiscal, ficando apenas como gestores das despesas’

  

Essa pergunta, aparentemente simples, me tirou uma noite de sono tentando fazer o “balanço de lucros e perdas” dos diversos atores envolvidos nas mudanças aprovadas. Embora ainda faltem muitas definições, que deverão ser aprovadas por Leis Complementares, pode-se tentar fazer um balanço preliminar de ganhadores e perdedores a partir da Emenda Constitucional (EC) 132, aprovada pelo Congresso.

Para tanto, é necessário começar pelo objetivo, ou objetivos, visado pela proposta que deu origem à Emenda à Constituição. Dentre os objetivos explicitados pelos autores, devemos destacar a simplificação do sistema tributário, a justiça social através da maior oneração dos serviços e a promoção do crescimento da economia. Tudo isso condicionado à manutenção do pacto federativo.

A primeira dificuldade que se apresenta é a de respeitar o pacto federativo, uma vez que o IVA é basicamente um tributo de estado unitário, ou com dois entes federativos, mas que não tem o obstáculo constitucional para a sua regulamentação.

Outra dificuldade é que se pretende atingir muitos objetivos com um único instrumento, contrariando a “regra de Tinbergen”, criada pelo economista holandês Jan Tinbergen, Prêmio Nobel de Economia em 1969, que enuncia que “para alcançar um objetivo é necessário um instrumento eficaz, e para atingir diversos objetivos independentes é necessário pelo menos um número igual de instrumentos”. Além disso, os objetivos são incompatíveis entre si, pois a “justiça social” exige intervenções no mercado que levam ao aumento da burocracia. Por sua vez, a maior burocracia afeta o crescimento econômico.

Feitas essas considerações, vejamos os ganhadores e perdedores do ponto de vista macroeconômico. O objetivo de aumentar o crescimento econômico, a “taxas chinesas”, se atingido, beneficiaria governos, empresas e sociedade.

Ocorre que, o crescimento econômico, segundo os autores da proposta, decorreria da simplificação, que somente deverá acontecer depois da fase de transição, de cerca de dez anos. Nesse período teremos aumento significativo da burocracia, resultante da convivência de dois sistemas. Seguindo o raciocínio lógico de que a simplificação produz crescimento, inversamente, o aumento da burocracia deve provocar queda da atividade. Nesse caso, perderemos todos, embora alguns setores possam ter perdas maiores do que os demais. 

Olhando setorialmente, a indústria se beneficia com a transferência de parte de sua tributação para os Serviços, sendo que também nesse setor os ganhos podem ser maiores para alguns segmentos, especialmente os que atualmente têm o IPI mais elevado.

Dentre os Serviços, aqueles que estão no meio da cadeia econômica poderão transferir o aumento da tributação para seus clientes, que poderão se creditar do imposto pago. Por outro lado, aqueles que têm clientes pessoas físicas ou entidades isentas, terão uma carga maior do imposto, a partir da criação do IVA. As empresas do SIMPLES, mesmo no meio da cadeia de produção, terão que sair desse sistema, e cair no “complexo”, se quiserem transferir crédito que permita competir com as demais.

Todos os contribuintes terão aumento da burocracia durante a convivência dos dois sistemas, além do aumento da incerteza na transição, pois poderá ocorrer a desorganização do sistema de preços relativos, principal indicador para os agentes econômicos. Lembrando Gramsci, a maior dificuldade é que “o velho não morreu, e o novo não pode nascer” (o imposto).

Do ponto de vista federativo, governadores e prefeitos perderão poder político, pois não poderão fazer política fiscal, ficando apenas como gestores das despesas, por não poderem, sequer, administrar os recursos da receita, que deverá ser enviada ao Comitê Gestor, que as repassará depois aos entes federativos que terão ainda que pagar pelo passeio dos recursos. Com essa centralização, os executivos estaduais e municipais terão, também, dificuldades para elaborar os orçamentos, pois durante a transição será difícil estimar a receita, cujo rateio dependerá do resultado do conjunto dos entes federativos. Os Estados que vendem para os outros Estados mais do que compram também perderão com a passagem da origem para o destino.     

As cidades que atualmente têm arrecadação importante do ISS, perderão duplamente. Primeiro porque o ISS é o imposto que mais cresce e, na medida em que for incorporado ao IVA, essa vantagem desaparecerá. Além disso, a mudança do critério de distribuição das quotas-parte do IVA, privilegiando a população ao invés do local de geração do imposto, reduzirá a parte dessas cidades. Embora possa parecer medida redistributiva interessante, do ponto de vista macro, poderá resultar em uma pulverização dos recursos que, pelo menos em parte, significará redução dos investimentos das unidades maiores, para, com grande probabilidade, serem direcionados para consumo.         

Do ponto de vista dos contribuintes, a classe média, em seus vários extratos, deverá ser a grande perdedora. Os prestadores de serviços aos consumidores, que incluem ampla parcela dos profissionais liberais, serão grandes perdedores da reforma do imposto de consumo. Essa perda deverá se agravar pela mudança da legislação do IR, com a tributação dos dividendos já anunciada.

De outro lado, ao não isentar da cobrança de impostos alguns dos bens essenciais, se pretende evitar que os ricos se beneficiem da redução de seus preços, como se isso fosse torná-los mais ricos, embora eles gastem uma pequena parte de seu orçamento nesses bens. Essa preocupação em fazer justiça social com um tributo indireto só resulta em maior burocracia.

Para compensar os mais pobres pela não isenção, pretendem compensá-los com o “cashback”. Esse mecanismo foi criado pelo comércio para atrair ou fidelizar o consumidor, mediante devolução de parte do valor do imposto pago no ato da compra, ou, o que é mais comum, em uma próxima compra. Parece que os autores da ideia já perceberam que seria inviável a aplicação desse mecanismo através do comércio e, embora mantendo o nome para parecer uma sofisticação, vão dar bônus para os beneficiários do Bolsa Família, ou vales como o do gás.

Ocorre que a classe média baixa, aquela que supera por pouco o patamar de renda dos beneficiários do Bolsa Família, será atingida pelo aumento dos preços desses produtos, sem contar que esses aumentos serão repassados aos índices de correção (IPCA e INPC) que influenciam inclusive as taxas de juros. Curiosamente, a maioria dos países da OCDE, tão citados como modelo, simplesmente isentam os produtos e serviços para evitar o aumento dos preços. 

E quanto ao Governo Federal, como fica nesse balanço?

Do ponto de vista político, fica fortalecido, pois a centralização dos recursos dos Estados e Municípios no Comitê Gestor, e a não possibilidade de fazer políticas fiscais, enfraquecem governadores e prefeitos politicamente. Além disso, ao administrar os Fundos criados, aumenta o poder político do Executivo Federal, a não ser que o Congresso passe a controlar sua distribuição.   

Porém, uma grande dúvida que, ao que se sabe até agora, não tem resposta é com relação à origem dos recursos que deverão suportar os quatro Fundos criados pela EC 132/2023, que deverão exigir volume considerável de aportes do governo federal. Sabe-se que o governo federal está com dificuldades de cumprir as metas do “arcabouço fiscal”, apesar dos aumentos de impostos que já promoveu. Tanto que está parcelando o ressarcimento de créditos legítimos das empresas para tentar alcançar a meta de resultado fiscal estabelecida.

A única certeza que os contribuintes podem ter é a de que pagarão por esses Fundos, embora não se saiba como. A certeza decorre do fato de que “quando o governo gasta, a sociedade paga”.

Esse balanço preliminar não deverá se alterar em suas grandes linhas, mas com as definições das Leis Complementares será possível detalhar melhor, e talvez quantificar, os ganhadores e perdedores da reforma tributária.


Marcel Solimeo - Economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo
Fonte: https://dcomercio.com.br/publicacao/s/reforma-tributaria-quem-ganha-e-quem-perde


Estudo utiliza conceitos da termodinâmica para descrever a expansão do Universo

 

Representação das eras do Universo – (a) radiação, (b) matéria, (c) energia escura
 – com os respectivos valores do parâmetro da equação de estado ω = Γ
eff,
onde Γ
eff é o parâmetro de Grüneisen efetivo. À medida que a energia
escura passa a dominar, ocorre uma mudança de sinal em Γ
eff, que emula
 uma transição de fase da física da matéria condensada
 (imagem: Mariano de Souza/Unesp)

A mudança de um regime de expansão desacelerada (na era dominada pela radiação e pela matéria) para um regime de expansão acelerada (na era dominada pela energia escura) se assemelharia a uma transição de fase termodinâmica, sugerem cientistas da Unesp na revista Results in Physics


A ideia da expansão do Universo tem já quase um século. A proposição de que as galáxias distantes estão se afastando da Terra e de que a velocidade de afastamento cresce com a distância foi teorizada pelo belga Georges Lemaître (1894-1966) em 1927 e confirmada observacionalmente pelo norte-americano Edwin Hubble (1889-1953) dois anos depois. Tal confirmação foi proporcionada pelo redshift (desvio para o vermelho) do espectro da radiação eletromagnética recebida desses objetos longínquos.

Em 1998, um novo e surpreendente ingrediente foi acrescentado ao modelo. Um conjunto de observações de estrelas supernovas muito distantes, realizadas pelo Supernova Cosmology Project e pelo High-Z Supernova Search Team, mostraram que a expansão do Universo estava se acelerando – e não sendo retardada por efeito gravitacional como se supunha. Essa descoberta levou ao conceito de energia escura, que supõe-se contribuir com mais de 68% da energia total do Universo observável atual, enquanto a matéria escura e a matéria comum contribuem com 26% e 5%, aproximadamente.

“Medidas de redshift apontam para uma expansão acelerada adiabática [isto é, sem troca de calor] e anisotrópica [que não é a mesma em todas as direções]”, diz Mariano de Souza, professor do Departamento de Física do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro. E prossegue: “Conceitos fundamentais da termodinâmica permitem inferir que toda expansão adiabática é acompanhada de um resfriamento, no efeito barocalórico [capaz de gerar calor quando submetido a pressão] que é quantificado pela chamada razão de Grüneisen.”

Cabem aqui algumas informações. Em 1908, o físico alemão Eduard August Grüneisen (1877-1949) propôs uma expressão matemática para o denominado parâmetro de Grüneisen efetivo, Γeff, que relaciona três propriedades físicas de um material: o coeficiente de expansão térmica, o calor específico e a compressibilidade isotérmica. Quase um século depois, em 2003, Lijun Zhu e colaboradores demonstraram que a parte singular de Γeff, chamada “razão de Grüneisen”, definida como a razão entre o coeficiente de expansão térmica e o calor específico, aumenta expressivamente nas vizinhanças de um ponto crítico quântico devido ao acúmulo de entropia. Em 2010, Mariano de Souza e colaboradores demonstraram que o mesmo ocorre para um ponto crítico a temperatura finita.

Em artigo recente, publicado no periódico Results in Physics, os pesquisadores da Unesp liderados por Souza utilizaram o parâmetro de Grüneisen para descrever aspectos intricados relacionados à expansão do Universo. O trabalho é um dos resultados da pesquisa de doutorado de Lucas Squillante, o primeiro autor, atualmente pós-doutorando sob supervisão de Souza.

“A dinâmica associada à expansão do Universo é geralmente descrita pelo modelo de um fluído perfeito, cuja equação de estado é dada por ω = p/ρ, onde ω [ômega] é o chamado parâmetro da equação de estado, p [pê] a pressão e ρ [rô] a densidade de energia. Embora amplamente utilizado, o significado físico de ω ainda não havia sido discutido de forma apropriada. Ou seja, ω era tratado apenas como uma constante para cada era do Universo. Um dos resultados importantes de nosso trabalho é a identificação de ω com o parâmetro de Grüneisen efetivo, por meio da equação de estado de Mie-Grüneisen”, explica Souza.

Os pesquisadores demonstraram, utilizando o parâmetro de Grüneisen, que o contínuo resfriamento do Universo está associado a um efeito barocalórico, isto é, que relaciona pressão e temperatura. Tal efeito, por sua vez, ocorre devido à expansão adiabática do Universo. Sob essa perspectiva, propuseram que, na era dominada pela energia escura, na qual atualmente nos encontramos, o parâmetro de Grüneisen depende do tempo.

Um dos aspectos interessantes desse trabalho é que utiliza conceitos da termodinâmica e da física do estado sólido, como stress (tensão) e strain (deformação), para descrever a expansão anisotrópica do Universo. “Demonstramos que o parâmetro de Grüneisen está naturalmente incluído no tensor de stress energia-momento presente nas celebradas equações de campo de Einstein – o que proporciona uma nova maneira de se investigar efeitos anisotrópicos associados à expansão do Universo. Estes não excluem o cenário de um possível Big Rip”, afirma Souza.

A hipótese do Big Rip (Grande Ruptura) foi apresentada pela primeira vez em 2003, em artigo publicado em Physical Review Letters. Ela diz que, se a quantidade de energia escura for suficiente para acelerar a expansão do Universo além de uma velocidade crítica, isso poderá causar uma ruptura no “tecido” do espaço-tempo.

“Ainda sob a perspectiva do parâmetro de Grüneisen, conjecturamos que a mudança de um regime de expansão desacelerada [na era dominada pela radiação e pela matéria] para um regime de expansão acelerada [na era dominada pela energia escura] se assemelha a uma transição de fase termodinâmica. Isso porque demonstramos que Γeff muda de sinal quando a expansão do universo muda de desacelerada para acelerada. Tal mudança de sinal de assemelha-se à assinatura típica de transições de fase na física da matéria condensada”, acrescenta Souza.

Como se sabe, a energia escura foi associada à constante cosmológica Λ [lambda]. Primeiro postulada e depois rejeitada por Einstein, a constante cosmológica foi reabilitada quando se descobriu que a expansão do Universo estava acelerando em vez de desacelerar. O modelo hegemônico, chamado de Λ-CMD(Lambda-Cold Dark Matter), confere à constante cosmológica um valor fixo. Isto é, supõe que a densidade da energia escura se mantenha constante à medida que o Universo expande. Mas existem outros modelos que assumem que densidade da energia escura, e consequentemente Λ, variem no tempo.

“Atribuir um valor fixo para lambda equivale a atribuir também um valor fixo para ômega. Mas o reconhecimento de ω como o parâmetro de Grüneisen efetivo permite inferir uma dependência temporal de ω à medida que o Universo expande na era dominada pela energia escura. E isso implica diretamente em uma dependência temporal de Λ ou da constante universal de gravitação”, sublinha Souza. O estudo, como se percebe, abre uma nova via de interpretação da expansão do Universo sob a luz da termodinâmica e de conceitos da física da matéria condensada e pode vir a ter importantes desdobramentos.

Além de Souza e Squillante, participaram do estudo os pesquisadores Antonio Seridonio (Unesp de Ilha Solteira), Roberto Lagos-Monaco (Unesp de Rio Claro), Gabriel Gomes (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, IAG-USP), Guilherme Nogueira (Unesp de Rio Claro) e a doutoranda Isys Mello, orientanda de Souza.

O trabalho recebeu apoio da FAPESP por meio de dois projetos (11/22050-4 e 18/09413-0).

O artigo Exploring the expansion of the universe using the Grüneisen parameter pode ser acessado em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2211379724000263?via%3Dihub.


José Tadeu Arantes
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-utiliza-conceitos-da-termodinamica-para-descrever-a-expansao-do-universo/51268



Celular, computador e ipad devem ser usados com moderação, aponta educadores

 

Dispositivos tecnológicos são um excelente recurso para otimizar momentos de ensino, desde que haja planejamento pedagógico


O uso excessivo de telas está relacionado a uma piora da saúde mental de seus usuários, independentemente da idade, constatou tese defendida no Programa de Pós-graduação em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG. A utilização dos dispositivos como distração para as crianças, enquanto os pais buscam realizar suas tarefas, contribui para o aumento nas horas de uso, também constatou a pesquisa. 

Educadores sugerem a determinação do tempo de tela de acordo com a idade e a busca por atividades que propiciem mais possibilidades de socialização. Para a pedagoga Karla Lacerda, diretora do Colégio Progresso Bilíngue Santos, a tecnologia não deve ser vista como a “vilã” do uso excessivo de telas pelas crianças (celulares, tablets e TVs), mas como uma ferramenta de aprendizado. “É sempre importante entendermos que a tecnologia faz parte do nosso cotidiano e não é a vilã da história. Precisamos aprender a lidar com ela e utilizá-la da melhor forma possível para o nosso desenvolvimento individual e social e dos nossos filhos.”

Até porque as crianças também usam as telas para se comunicar com os colegas, pesquisar e aprender outros conhecimentos. Seja qual for o objetivo, os pais devem acompanhar esse uso, acrescenta Karla. “Elas acabam se comunicando com colegas no presencial e através dos jogos e redes sociais. Mas, para além da quantidade, a qualidade dessa exposição é bastante importante que os pais olhem também.”

Quando o limite é ultrapassado, Karla reconhece que o desenvolvimento socioemocional e físico das crianças é prejudicado. “Há aspectos cognitivos que podem ser afetados pela excessividade do uso das telas. Estamos falando de distúrbios de aprendizagem, aumento da impulsividade e diminuição de habilidades físicas, quando a criança fica muito tempo parada na mesma posição. E o traquejo social delas também vai ficando reduzido, porque não existe troca de experiência com outras crianças”, assinala.

Para que as crianças fiquem menos tempo nas telas, Karla reforça que os pais precisam dar o exemplo. “Se os pais voltam cansados do trabalho e têm meia ou uma hora para ficar com os filhos, que ela seja com total atenção. Não adianta pedir para o filho sair das redes sociais se um dos pais também não se desliga delas. Eles também precisam se libertar da rotina de uso do celular”. 

Na sala de aula

A diretora pedagógica da Escola Lourenço Castanho e doutora e mestre em pedagogia do Movimento pela Universidade de São Paulo – USP, Fabia Antunes, afirma que os dispositivos tecnológicos são um excelente recurso para otimizar momentos de ensino-aprendizagem, desde que haja planejamento pedagógico. Ela explica, porém, que o uso individual do celular na sala de aula é proibido na Lourenço Castanho.

“Entendemos que esses equipamentos realmente potencializam, em alguns momentos, a aprendizagem. Mas ensinamos e mostramos às crianças e aos adolescentes como fazer o uso adequado”, afirma Fábia. Ela lembra que a escola trabalha com os estudantes o conceito de cidadania digital. “Nessas aulas planejadas pelos professores e orientadores, falamos inclusive sobre a importância do que os alunos compartilham e sobre os impactos do uso excessivo das telas".


Especialista dá cinco dicas para criadores de conteúdo conquistarem fãs nas redes sociais

Criador de conteúdo ensina como desenvolver consciência de marca e fidelizar público, conduzindo seguidores em uma jornada de conexões significativas e duradouras


As redes sociais são ótimas ferramentas para divulgar trabalhos criativos, especialmente quando se trata de uma carreira freelancer. Porém, como se destacar na multidão de conteúdo que está em constante guerra com o temido algoritmo? O ilustrador, designer e podcaster Andy J. Pizza propõe a solução: construindo presença online de forma original e o que ele chama de “jornada do verdadeiro fã”.   

Em uma aula completa na Skillshare, a maior comunidade online do mundo para criativos, o criador de conteúdo traz nova perspectiva sobre a presença nas redes sociais e traz dicas para se expressar de forma criativa e bem-sucedida.   

“A ideia convencional sobre as redes sociais é que você precisa produzir conteúdo viral, ter uma enorme quantidade de seguidores, postar todo dia, durante todo o tempo. Imagine a pressão que isso induz em que está tentando desenvolver um perfil de destaque?”, diz Andy J. Pizza.   

O professor tem como objetivo mostrar que é possível criar conteúdo criativo e bem-sucedido nas redes sociais sem sacrificar a saúde mental. “A ideia é que as pessoas se sintam inspiradas e motivadas a usarem esses canais e aprenderem como fazer um trabalho criativo que faça diferença para o seu dia a dia e para o dos seus seguidores”, completa o criador de conteúdo.   

A seguir, confira cinco exercícios que podem te ajudar a se conectar com pessoas que nunca ouviram falar do seu trabalho e transformá-las em grandes fãs.   


Desconstruindo as redes sociais   

Atrair seguidores é algo que gera ansiedade em criadores de conteúdo, especialmente para quem está começando. Embora esse seja o parâmetro que muitos usam para avaliar um perfil bem-sucedido, existem outros fatores mais importantes, segundo Andy J. Pizza. Em vez de tentar atingir milhões de pessoas a qualquer custo, é preferível atingir mil usuários de forma significativa.   

O grande segredo para isso é conduzi-los em uma jornada, começando de um lugar onde eles nunca ouviram falar sobre você até se tornarem verdadeiros fãs dispostos a investir tempo e até dinheiro no seu trabalho. Para isso, é preciso entender a dar valor às pessoas que está procurando como público nas redes sociais e criar um relacionamento com elas.   


A jornada do verdadeiro fã   

A jornada do verdadeiro fã pode ser visualizada como um jogo de tabuleiro com fases distintas, que irão corresponder a estratégias para momentos e plataformas diferentes. O primeiro passo é entender quem será esse público. Em seguida, como fazer uma conexão com ele pela primeira vez. Avançando no tabuleiro, entender como criar uma relação de confiança. Mais adiante, como fidelizar seu público e, por fim, conquistar verdadeiros fãs.  

A ideia é dividir as estratégias para que os criadores de conteúdo possam administrar o tempo e dedicação necessários para cada estágio. Esse método permite ter uma visão mais clara de como e quando agir, além de ajudar a se adaptar às mudanças que acontecem de forma constante nas redes sociais.   


1. Identificando seu potencial   

Quem são as pessoas que você deseja guiar na jornada do verdadeiro fã? Na primeira etapa do tabuleiro, o importante é fazer perguntas desse tipo para entender seu público-alvo. O objetivo é transformar um grupo de pessoas com os mesmos gostos, ideias e preferências em uma única pessoa.   

Idealize esse processo como se fosse reunir pessoas com interesses em comum numa mesma sala. O propósito, afinal, é reuni-las no seu perfil ou canal. Tenha em mente que será mais fácil atrair mil usuários se você atingir o gosto de uma única pessoa com seu trabalho criativo.   


 2. Criando a sua consciência de marca   

Após identificar o personagem, é hora de traçar a primeira etapa da jornada que ele será guiado. Essa é a fase de conscientização da marca, ou seja, será o primeiro contato com o seu trabalho. Para criar uma primeira impressão positiva, é importante criar conteúdo que as pessoas se identifiquem e que gere algum valor para suas vidas.   

Existem cinco principais tipos de valor que podem ser abordados no seu conteúdo.   


  • Sentimento   

Dentro ou fora do mundo digital, todos estão sempre buscando sentir coisas. O papel de um bom criador de conteúdo é dar às pessoas os sentimentos que elas buscam, independente de qual for ele: diversão, empatia ou pertencimento.   


  • Aprendizado   

Além de entretenimento, muitas pessoas gostam de consumir conteúdos informativos nas redes sociais. Nesse formato, vale compartilhar fatos curiosos e interessantes ou que façam diferença na vida do seu público-alvo.   

  • Vínculo   

As pessoas constantemente buscam estabelecer vínculos umas com as outras. Para isso, crie conteúdo com os quais as pessoas se identifiquem e possam se unir em uma comunidade: seja através de gostos pessoais ou experiências de vida.   


  • Coleta   

Nas redes sociais, também expressamos a necessidade de acumular coisas. Entenda que todos os usuários possuem uma coleção pessoal, salvando publicações que têm a ver com sua identidade. Então, prefira criar conteúdo que os seus seguidores queiram guardar.   


  • Proteção  

A necessidade de proteger aquilo que acreditam também se reflete no mundo digital. Nesse caso, busque criar conteúdo que ajude as pessoas a articularem seus sentimentos ou a defenderem assuntos que são importantes para elas.   


3. Aumentando seu engajamento   

Engajamento e confiança caminham de mãos dadas. Nessa etapa, é preciso mostrar aos seus seguidores que eles irão encontrar mais daquele conteúdo que os atraíram para seu perfil. Em vez focar em ganhar cada vez mais seguidores, prefira pensar em como se conectar de forma profunda com aqueles que você já tem.   

Likes não revelam essa conexão profunda. Comentários, compartilhamentos e salvamentos, sim. São nessas métricas que os criadores de conteúdo poderão entender quais são aquelas publicações que criaram conexões reais.   

Para isso, Andy. J Pizza propõe um exercício: identifique quais são os três posts com mais comentários, independentemente da plataforma, e compare esses conteúdos com os que têm menos comentários. Assim, será possível entender aquilo que funciona ou não para o seu público.  


4. Ganhando inscritos   

Nessa etapa, o objetivo é fazer com que seus seguidores se inscrevam em outras plataformas que você está presente. Atrair pessoas para um workshop, uma live ou qualquer outra ação com seu nome, significa que está dando um passo além na construção de uma relação de confiança.   

Aqui, vale a pena apostar em um brainstorm para entender qual valor deseja entregar em diferentes tipos de ação. Seja para vender um produto ou participantes de um curso, por exemplo. Estude quais plataformas permitem dar aos seguidores outros tipos de valores.   

Podcasts são bons meios de se comunicar profundamente com seu público. Disponibilize links direcionando para outras plataformas e convide pessoas para assumirem um compromisso com você.   


5. Conquistando verdadeiros fãs   

Um verdadeiro fã é aquele que ama tanto seu trabalho que está disposto a investir tempo ou dinheiro no seu trabalho criativo. Nessa etapa, o seu público já estará familiarizado e envolvido profundamente com aquilo que seu perfil representa. Durante toda a jornada, é importante dar coisas para as pessoas. Dessa forma, elas estarão mais dispostas a retribuírem todo seu esforço, seja comprando produtos ou participando de ações.   

Por fim, crie seu processo, encontre inspiração em outras pessoas e aprenda com elas. Colete informações e teste todas as possibilidades. Lembre-se que publicar nas redes sociais sempre será como rolar um dado no jogo de tabuleiro. Você pode avançar cinco casas ou apenas uma, mas se continuar jogando, sempre ficará melhor do que estava.   



Skillshare™
www.skillshare.com


Demissões x Contratações: a situação das empresas no primeiro trimestre de 2024

 

O primeiro trimestre está próximo de ser fechado e os números oficiais ainda não saíram, mas fazendo uma análise da situação pelas notícias que estão sendo veiculadas, é possível afirmar que apesar de alguns acreditarem que o cenário de demissões diminuiria em 2024, não é o que vem ocorrendo em muitas empresas, tanto do Brasil como de fora do país.

Google, Amazon Prime Video, Meta e Duolingo realizaram cortes ao longo dos primeiros meses do ano. Inclusive, o Duolingo, site e aplicativo móvel de aprendizado de idiomas, reduziu cerca de 10% de seus colaboradores e optou por utilizar inteligência artificial generativa para tarefas que antes eram realizadas por seres humanos.

Essa movimentação é cada vez mais preocupante, principalmente diante do aumento do uso da IA nos setores, é uma tendência crescente de automação. Claro que sempre existiu o medo de sermos substituídos por máquinas, mas ao vermos isso acontecer por algo que nem é físico parece ser pior ainda, já que não estamos vendo de onde está vindo a ameaça.

Toda nova tecnologia gera impactos e pode resultar em demissões, porém, é necessário que as companhias estejam preparadas para cenários como o que estamos vivendo agora, onde cada vez mais ferramentas e recursos tecnológicos ganham destaque. Afinal, não me parece razoável não aproveitar os benefícios de uma IA, por exemplo.

No entanto, as organizações também demitem diante de outros fatores, que podem não estar relacionados à tecnologia. Algumas enfrentam momentos de instabilidade financeira e optam por fazer cortes no quadro de funcionários para conseguir que o dinheiro sobre e assim possam investir em outra coisa. Duro, mas é a realidade.

Por outro lado, um levantamento feito pelo Sebrae, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que, no Brasil, os pequenos negócios geraram 52% mais empregos em janeiro de 2024 se comparado com o mesmo período de 2023. Foram 112 mil vagas contra 74 mil no ano passado nas micro e pequenas empresas.

Nestes casos, temos um paralelo interessante. Enquanto grandes empresas vivem um momento de demissões, mesmo que não seja em grande escala, companhias menores estão com espaços disponíveis e focadas na geração de oportunidades de trabalho, a partir da disponibilização de vagas.

É claro que a realidade dessas empresas muda conforme o tamanho de cada uma, mas precisamos pensar: o que pode estar fazendo a diferença? A gestão. Uma direção forte e sólida consegue tirar forças da navegação por ondas turbulentas. Um plano de gestão bem desenhado, consolidado, entendido por todo o time, minimiza impactos iniciais.

Claro, nem sempre temos isso, especialmente em pequenas empresas, o que seguramente temos é o senso de dono. A gestão do negócio é feita em rédea curta, coisas que vemos com menor frequência em grandes empresas. Nestas, vemos lindos PowerPoints com planos ambiciosos e que tem pouco lastro.

Quando se usam os OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) - devidamente, também há planos ambiciosos, e até por isso se usa melhor os recursos e, lógico, nem sempre o plano vai dar certo.

O fato é que há muita espuma em torno deste tema da IA, não sabemos muito bem como explorar o potencial dela, e as grandes empresas pecam muito em seu processo de inovação, e acabam desperdiçando muito tempo e dinheiro nesta fase de descoberta, o que pode não ser tão positivo quanto pensam.

Neste sentido, se os OKRs forem aplicados devidamente, parte dos riscos inerentes ao processo de inovação seriam mitigados, pois se pensaria no resultado adequado a cada etapa deste funil, pensando nos indicadores chave que nos mostram que estamos no caminho certo.


Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/


Guia para Declarar Criptoativos no Imposto de Renda 2024: Informações Cruciais para Investidores


A temporada de declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de 2024 já começou, e os investidores de criptoativos enfrentam novas exigências. As alterações nas regras, particularmente aquelas relacionadas aos criptoativos, demandam uma compreensão detalhada para evitar complicações com a Receita Federal. Este guia oferece informações vitais para auxiliar os investidores na declaração correta de seus criptoativos, seja Bitcoin ou qualquer outra moeda digital.

É importante destacar que o IRPF 2024 refere-se ao ano de 2023. Portanto, as novas regras de tributação para o exterior, que entraram em vigor a partir de 2024, não se aplicam aqui. Essas novas regras afetarão a declaração de 2025.


Como Declarar Criptoativos?


Ao declarar o Bitcoin, é essencial informar a quantidade, o nome da empresa e o CNPJ, no caso de exchanges nacionais, ou o modelo da carteira digital onde os ativos estão custodiados. Para outros criptoativos, como Ethereum, Litecoin, Ripple, etc., é necessário informar a quantidade, o tipo e o nome da empresa ou o modelo da carteira digital, além de especificar o tipo de criptoativo. Manter registros precisos de todas as transações, incluindo compras, vendas e trocas, é crucial.


A Receita Federal categoriza os tipos de criptoativos a serem declarados em diferentes códigos, como Bitcoin, altcoins, stablecoins, NFTs e outros criptoativos. É importante entender quais ativos precisam ser declarados, mesmo que não haja tributação para alienações mensais (somatório) abaixo de R$35 mil.

 

Ana Paula Rabello, especialista em declaração de criptomoedas, explica que a novidade para os investidores de criptomoedas é a obrigatoriedade de identificar especificamente altcoins e stablecoins na declaração do Imposto de Renda. Anteriormente, a separação era feita apenas por códigos: 01 para Bitcoin, 02 para Altcoins, 03 para Stablecoins, 10 para NFTs e 99 para outros criptoativos. Agora, para altcoins e stablecoins, será necessário informar o criptoativo específico, proporcionando um detalhamento maior, semelhante à identificação de ações, onde é necessário informar o ticker da ação.


A declaração de criptoativos no Imposto de Renda segue um processo semelhante ao de outros bens utilizando a plataforma da Receita Federal. É importante ter os valores de custo de aquisição em reais e preencher as informações corretamente, mesmo que as exchanges não forneçam informes, e manter documentos como extratos para comprovação em caso de fiscalização.


A partir de 2024, os impostos para corretoras estrangeiras passaram a ser pagos anualmente, mantendo-se a regra antiga para as corretoras nacionais. É importante lembrar que vendas (somatório) acima de R$35 mil estão sujeitas a uma tributação de 15% sobre o lucro, e o preenchimento do GCAP é necessário se o total das alienações ultrapassar esse limite com ao menos uma operação lucrativa. O GCAP era a regra geral até o fim de 2023 e permanece apenas para as corretoras nacionais.


Investidores com ativos sob custódia de corretoras estrangeiras devem prestar atenção especial às orientações da Receita Federal, que disponibilizará uma ficha específica para declarar esses ativos. É importante lembrar que isso se aplica apenas à declaração do ano seguinte, em 2025.


As regras de tributação variam dependendo de se as operações foram realizadas em corretoras nacionais ou estrangeiras. As operações em corretoras internacionais estão sujeitas a uma alíquota de 15% sobre os rendimentos anuais após a compensação dos prejuízos, enquanto operações em corretoras nacionais podem estar isentas de impostos se o total alienado no mês não ultrapassar R$35 mil, porém não é permitido a compensação de prejuízos.


As alterações nas regras de tributação e declaração de criptoativos refletem o reconhecimento da Receita Federal da importância crescente do mercado de criptoativos, exigindo um maior detalhamento na declaração do Imposto de Renda. Para evitar complicações fiscais, é essencial entender e cumprir corretamente todas as orientações e obrigações fiscais relacionadas aos investimentos em criptoativos. Em caso de dúvidas específicas, é aconselhável buscar a orientação de um profissional especializado, como um contador ou consultor fiscal.


Em resumo, a declaração de criptoativos no Imposto de Renda 2024 apresenta novas exigências para os investidores. Com as mudanças nas regras de tributação e declaração, é crucial entender e seguir corretamente todas as orientações fornecidas pela Receita Federal. Manter registros precisos de todas as transações, identificar corretamente os criptoativos e preencher as informações de forma detalhada são passos essenciais para garantir a conformidade com a legislação tributária vigente e evitar complicações fiscais futuras.

 

Além disso, o suporte e a orientação oferecidos por profissionais especializados, como Ana Paula Rabello e seu “SAC da Loira”, são recursos valiosos para esclarecer dúvidas e garantir uma declaração precisa e completa. Com atenção aos detalhes e cumprimento das obrigações fiscais, os investidores podem realizar suas declarações de criptoativos de forma tranquila e evitar problemas com a Receita Federal. Através da educação e da conformidade, podemos navegar com confiança neste novo cenário fiscal para criptoativos.

  

Camila Ferreira


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