O primeiro trimestre está próximo de ser fechado e
os números oficiais ainda não saíram, mas fazendo uma análise da situação pelas
notícias que estão sendo veiculadas, é possível afirmar que apesar de alguns
acreditarem que o cenário de demissões diminuiria em 2024, não é o que vem
ocorrendo em muitas empresas, tanto do Brasil como de fora do país.
Google, Amazon Prime Video, Meta e Duolingo realizaram cortes ao longo dos
primeiros meses do ano. Inclusive, o Duolingo, site e aplicativo móvel de
aprendizado de idiomas, reduziu cerca de 10% de seus colaboradores e optou por
utilizar inteligência artificial generativa para tarefas que antes eram
realizadas por seres humanos.
Essa movimentação é cada vez mais preocupante, principalmente diante do aumento
do uso da IA nos setores, é uma tendência crescente de automação. Claro que
sempre existiu o medo de sermos substituídos por máquinas, mas ao vermos isso
acontecer por algo que nem é físico parece ser pior ainda, já que não estamos
vendo de onde está vindo a ameaça.
Toda nova tecnologia gera impactos e pode resultar em demissões, porém, é
necessário que as companhias estejam preparadas para cenários como o que
estamos vivendo agora, onde cada vez mais ferramentas e recursos tecnológicos
ganham destaque. Afinal, não me parece razoável não aproveitar os benefícios de
uma IA, por exemplo.
No entanto, as organizações também demitem diante de outros fatores, que podem
não estar relacionados à tecnologia. Algumas enfrentam momentos de
instabilidade financeira e optam por fazer cortes no quadro de funcionários
para conseguir que o dinheiro sobre e assim possam investir em outra coisa.
Duro, mas é a realidade.
Por outro lado, um levantamento feito pelo Sebrae, com base nos dados do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que, no Brasil, os
pequenos negócios geraram 52% mais empregos em janeiro de 2024 se comparado com
o mesmo período de 2023. Foram 112 mil vagas contra 74 mil no ano passado nas
micro e pequenas empresas.
Nestes casos, temos um paralelo interessante. Enquanto grandes empresas vivem
um momento de demissões, mesmo que não seja em grande escala, companhias
menores estão com espaços disponíveis e focadas na geração de oportunidades de
trabalho, a partir da disponibilização de vagas.
É claro que a realidade dessas empresas muda conforme o tamanho de cada uma,
mas precisamos pensar: o que pode estar fazendo a diferença? A gestão. Uma
direção forte e sólida consegue tirar forças da navegação por ondas
turbulentas. Um plano de gestão bem desenhado, consolidado, entendido por todo
o time, minimiza impactos iniciais.
Claro, nem sempre temos isso, especialmente em pequenas empresas, o que
seguramente temos é o senso de dono. A gestão do negócio é feita em rédea
curta, coisas que vemos com menor frequência em grandes empresas. Nestas, vemos
lindos PowerPoints com planos ambiciosos e que tem pouco lastro.
Quando se usam os OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados
Chaves) - devidamente, também há planos ambiciosos, e até por isso se usa
melhor os recursos e, lógico, nem sempre o plano vai dar certo.
O fato é que há muita espuma em torno deste tema da IA, não sabemos muito bem
como explorar o potencial dela, e as grandes empresas pecam muito em seu
processo de inovação, e acabam desperdiçando muito tempo e dinheiro nesta fase
de descoberta, o que pode não ser tão positivo quanto pensam.
Neste sentido, se os OKRs forem aplicados devidamente, parte dos riscos
inerentes ao processo de inovação seriam mitigados, pois se pensaria no
resultado adequado a cada etapa deste funil, pensando nos indicadores chave que
nos mostram que estamos no caminho certo.
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