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terça-feira, 5 de setembro de 2023

Saiba mais sobre a ansiedade, transtorno que afeta milhões de brasileiros

Médica especializada em saúde mental, com foco em ansiedade e depressão, Dra. Tamires Cruz explica as características do distúrbio e comenta a respeito dos vários tipos desse transtorno


O distúrbio de ansiedade é uma questão de saúde pública no Brasil. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, em 2019, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o país apresentava 18,6 milhões de pessoas (quase 10% da população) sofrendo com esse transtorno, o que o colocava naquele momento em primeiro lugar no ranking das nações mais ansiosas.

Justamente por isso, faz-se necessário conhecer mais sobre o tema. Médica especializada em saúde mental, com foco em ansiedade e depressão, Dra. Tamires Cruz explica que a ansiedade é um fenômeno natural. “Quando o cérebro detecta o perigo, ele envia sinais de alarme ao corpo, que reage conforme o aviso.”, explica. Dessa forma, segundo ela, sentir-se um pouco ansioso ao enfrentar grandes eventos da vida é normal.

Quando esses sentimentos de preocupação persistem, mesmo quando tudo está sob controle, o que é natural torna-se patológico. Caracteriza-se dessa forma o transtorno de ansiedade, que pode acarretar diversos problemas de ordem emocional”, diz a médica. Segundo Dra. Tamires, quem sofre do distúrbio costuma apresentar autoestima e autoconfiança muito baixas, pois fica com a mente cheia de pensamentos negativos sobre seu valor e suas habilidades. Além disso, conforme a médica, a tensão constante pode causar dores de cabeça e tensão muscular.

Como muitas questões de saúde mental, a ansiedade vem carregada de estigma social. Segundo a médica, porque não acreditam que os outros entenderão o que estão sentindo, porque se preocupam com o fato de serem julgados e de serem vistos como fracos, as pessoas ansiosas muitas vezes optam por não falar sobre suas preocupações, o que acaba agravando a situação. “Assim, quem sofre com o transtorno se culpa pelo modo como se sente e passa também a apresentar sinais depressivos”, ressalta.

Conforme Dra. Tamires, embora ainda não exista cura, os tratamentos disponíveis podem ajudar quem sofre com o transtorno a se sentir melhor. Não obstante, é preciso que o paciente procure ajuda profissional quando apresentar sintomas. O problema é que falta conhecimento a respeito do assunto. “Por isso a necessidade da difusão de um maior número de informações sobre o distúrbio de ansiedade, para a pessoa ter uma melhor compreensão do que está enfrentando”, diz a médica.

 

Tipos de ansiedade

Por exemplo, segundo Dra. Tamires, muitos não sabem, mas o distúrbio de ansiedade não acomete todos da mesma forma. Há vários tipos, tais como: o transtorno da ansiedade generalizada (TAG); transtorno do pânico; transtorno da ansiedade social; fobias; transtorno obsessivo compulsivo (TOC); transtorno de estresse pós-traumático (TEPT); e transtorno de ansiedade de separação.


O transtorno de ansiedade geral (TAG), por exemplo, caracteriza-se por preocupação e medo duradouros em razão de diversas situações e acontecimentos. “Os sentimentos ocasionados por essas preocupações se tornam irreais, o que pode afetar o desempenho de quem sofre de TAG em seus esforços diários, devido à incapacidade de controle”, explica Dra. Tamires. Conforme a médica, os sintomas sãos os mesmos da ansiedade comum (dores de cabeça e estômago, irritabilidade, inquietação, fadiga, falta de concentração sudorese, dificuldade para dormir, sensação de destruição constante e iminente) porém mais crônicos e graves.


O transtorno do pânico distingue-se por seus ataques de intenso medo, que podem incluir, entre outros sintomas: tremores, palpitações cardíacas, falta de ar, medo de perder o controle, formigamento, e medo extremo da morte e desgraça iminente. “Os ataques surgem repentinamente e atingem o nível de pânico em minutos, podendo durar horas”, explica Dra. Tamires. Segundo a médica, aqueles que sofrem do transtorno costumam evitar certos lugares, pessoas e situações por medo de que possam desencadear um ataque de pânico.

Evitar a socialização, pelo medo de julgamentos negativos e embaraços públicos é ação mais comum de quem sofre de transtorno de ansiedade social. Dra. Tamires relata que indivíduos que apresentam esse quadro, quando se encontram em situações em que são forçados a interagir com outras pessoas, começam a sentir sintomas físicos extremos de desconforto, como aumento da frequência cardíaca, náusea, tontura e sudorese. “Para ser diagnosticado com esse tipo de transtorno, a pessoa deve apresentar esses sintomas a maior parte do tempo, por pelo menos seis meses”, diz.


As fobias são um sentimento irracional de medo de algo ou de uma situação específica. Existem diversos tipos de fobias, de altura, de aranhas, de voar, de lugares apertados, de multidões etc. Segundo Dra. Tamires, pessoas com fobias tentam ao máximo driblar esses objetos ou situações a fim de evitar ataques de pânico desencadeados por esses medos irracionais, que podem ser incontroláveis. “Para receber o diagnóstico da doença, o medo deve impactar negativamente o cotidiano da pessoa, sendo sentido de maneira excessiva e persistente por pelo menos seis meses”, afirma.

Quem sofre de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) apresenta pensamentos ou ações angustiantes e repetitivas, que não conseguem ser evitadas, por mais que se saiba que se trata de uma reação irracional. Conforme Dra. Tamires, indivíduos com TOC buscam justificar suas ações com sentimentos supersticiosos, como, por exemplo, limpar obsessivamente itens pessoais, andar no mesmo padrão, lavar as mãos constantemente, e verificar inúmeras vezes o mesmo objeto, como fogões a gás e interruptores de luz.


O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio de ansiedade que, geralmente, decorre de uma experiência anterior em que houve risco de perder a vida. Segundo Dra. Tamires, os ataques de pânico do TEPT costumam acontecer quando as pessoas são confrontadas com um fator desencadeante que remete ao evento traumático.  “Esse quadro, muitas vezes está associado a homens e mulheres que servem ou serviram nas forças armadas, mas pode afetar qualquer pessoa que tenha passada por uma situação de quase morte”, comenta.


Por fim, o transtorno de ansiedade de separação apresenta-se como uma intensa exibição de pânico quando a pessoa experimenta um afastamento de alguém, lugar ou objeto. Conforme Dra. Tamires, os sintomas deste distúrbio são tipicamente observados em crianças pequenas quando separadas das mães ou dos principais cuidadores.

 

Dra. Tamires Cruz, -graduada em Medicina (FMJ) e graduada e pós-graduada em Gestão e Administração Hospitalar (Estácio). Pós-graduação em Docência (Estácio), Especialização em Cuidados Paliativos (Instituto Paliar) e Saúde Mental (Estácio) com foco em Ansiedade e Depressão. Mestre e Doutoranda em Saúde Pública (Faculdade de Medicina - ABC/SP). Criadora do Método Saúde de Gigantes, metodologia que já ajudou centenas de pessoas no controle da ansiedade e tratamento da depressão, sem uso de remédios. Autora do Livro: Seja (im)perfeito, Editora Gente.


Estudo com "minicérebros" revela possível ligação chave do transtorno do espectro autista

Mayo Clinic
Pesquisadores descobriram um desequilíbrio anormal de neurônios

 

Usando modelos humanos de “minicérebros” conhecidos como organoides, a Mayo Clinic e os cientistas da Universidade de Yale descobriram que as raízes do transtorno do espectro autista podem estar associadas com um desequilíbrio de neurônios específicos que exercem uma função crítica na forma como o cérebro se comunica e funciona. As células específicas são conhecidas como neurônios corticais excitatórios.

O novo estudo foi publicado na revista científica Nature Neuroscience.

Descobertas

A equipe descobriu um desequilíbrio anormal de neurônios excitatórios no prosencéfalo de pessoas com o distúrbio, dependendo do tamanho da cabeça.

“Esta tecnologia organoide viabilizou para nós a recriação da alteração do desenvolvimento do cérebro que aconteceu em pacientes no momento em que estavam no útero. Existe a crença de que este é o momento em que o transtorno do espectro autista se origina”, explica o Dr. Alexej Abyzov, Ph.D., pesquisador genômico no Departamento Ciências de Cuidados Quantitativos no Centro de Medicina Individualizada da Mayo Clinic. O Dr. Abyzov é autor sênior do estudo.


O que é o transtorno do espectro autista

O transtorno do espectro autista é uma condição neurológica que afeta a forma como as pessoas percebem e interagem com as outras. Ele gera desafios para a comunicação social e o comportamento. O termo “espectro” enfatiza uma grande variedade de sintomas e gravidades. Ele inclui autismo, síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo da infância e uma forma não específica de transtorno invasivo do desenvolvimento.

A Organização Mundial da Saúde estima que 1 em cada 100 crianças ao redor do mundo tem autismo.


Outras informações sobre os “minicérebros”

Para o estudo, os cientistas criaram, primeiramente, modelos tridimensionais em miniatura semelhantes ao cérebro, chamados de organoides. Os agrupamentos de células do tamanho de uma ervilha começaram como células da pele de pessoas com o transtorno do espectro autista. As células da pele foram colocadas em uma placa de Petri e “reprogramadas” para voltar a um estado semelhante a uma célula-tronco, chamadas de células-tronco pluripotentes induzidas. Essas chamadas células-mestras podem ser induzidas a se desenvolver em qualquer célula do corpo, incluindo células cerebrais.

Em seguida, os cientistas usaram uma tecnologia especial chamada sequenciamento de ácido ribonucleico (RNA) de célula única para estudar os padrões de expressão do gene de células cerebrais individuais. Ao todo, eles examinaram 664.272 células cerebrais em três diferentes estágios de desenvolvimento cerebral.

Os cientistas também descobriram que o desequilíbrio dos neurônios resultou de alterações na atividade de determinados genes conhecidos como “fatores de transcrição”, que desempenham uma função essencial no direcionamento do desenvolvimento das células durante os estágios iniciais da formação cerebral.


Construção das evidências

Este estudo tem como base 13 anos de estudos publicados sobre o transtorno do espectro do autismo pelo Dr. Abyzov e seus colaboradores, incluindo a Dra. Flora Vaccarino, neurocientista da Universidade de Yale. Em um estudo pioneiro, eles demonstraram as diferenças moleculares no organoides entre as pessoas com e sem autismo, e implicou a desregulação de um fator de transcrição específico chamado FOXG1 como causa subjacente do transtorno.

“O autismo é sobretudo uma doença genética. Nosso objetivo é ter a capacidade de determinar o risco do transtorno do espectro autista e possivelmente evitá-lo em uma criança não nascida usando exames genéticos durante o pré-natal. No entanto, isso exigiria um conhecimento detalhado de como a regulação do cérebro é prejudicada durante o desenvolvimento. Existem muitos aspectos nos quais os organoides poderiam ajudar nesta direção”, explica o Dr. Abyzov.

 

Setembro Amarelo: Especialista aborda a relação entre saúde mental e trabalho

Freepik

 Médico do trabalho explica que o trabalho saudável pode ser uma prevenção ao suicídio


No Setembro Amarelo, campanha global de prevenção ao suicídio, a discussão entre a relação do trabalho e saúde mental fica ainda mais evidente, principalmente depois do estudo apontado pela International Stress Management Association (ISMA) , onde o Brasil se posiciona em segundo lugar global em diagnósticos de Burnout. O médico do trabalho e autor do livro “O que ninguém te contou sobre Burnout” (Editora Mizuno), Marcos Mendanha, explica que apesar do debate sobre o assunto, é importante ressaltar que ter uma boa relação com o trabalho pode ser inclusive uma prevenção ao suicídio. 

“Embora não seja uma doença mental, o burnout se assemelha a um quadro de fadiga e se caracteriza por exaustão ou esgotamento, distanciamento mental do trabalho e das pessoas do trabalho - uma espécie de “frieza”, e sensação de ineficácia. Se não for bem tratado, o burnout pode dar lugar a um adoecimento mental verdadeiro, por exemplo: depressão, transtorno de pânico, entre outros. Os professores são um grupo de profissionais que constantemente enfrentam desafios e pressões em suas carreiras. Esse estresse crônico pode torná-los vulneráveis ao desenvolvimento do burnout ou de doenças mentais”, explica o médico do trabalho e diretor da Faculdade CENBRAP, Marcos Mendanha.

O Japão, por exemplo, é o país que está em primeiro lugar global de acordo com o estudo da ISMA. Em 2017 e 2018, os suicídios foram oficialmente considerados “karojisatus” (ato de tirar a própria vida por conta do excesso de trabalho). Em um caso notório, Matsuri Takahashi, uma funcionária de 24 anos de um escritório de publicidade,tirou a própria vida após fazer mais de cem horas extras nos meses em que trabalhou, em 2015. As autoridades japonesas concluíram que o volume de trabalho excessivo levou à morte da jovem.

“As relações que se estabelecem entre os trabalhadores de uma mesma instituição são frequentemente saudáveis, e quando isso ocorre, o bom trabalho, além de não ser um fator de risco, é um fator de proteção do suicídio”, explicou. Esta constatação reforça a tese de Emile Durkheim, sociólogo e filósofo francês, que vê o suicídio como um fato social, que se torna menos frequente quando os vínculos saudáveis, afetivos e sociais forem os maiores de um indivíduo.

“É verdade que existem trabalhos insalubres, sobrecarregados, assediadores e adoecedores sob todos os aspectos. Mas é inegável que, para a maioria das pessoas, o trabalho continua sendo fonte, não só de sustento, mas de alegria, novas amizades e redes de apoio, e até de sentido de vida”, enfatizou Mendanha.


Cuidados no Inverno ajudam na prevenção de doenças respiratórias

Divulgação
Pneumologista do Hospital Sapiranga compartilha medidas para evitar doenças respiratórias durante a época mais fria do ano 



Com temperaturas mais baixas no Rio Grande do Sul, a prevenção de doenças respiratórias ganha uma importância ainda maior. O pneumologista do Hospital Sapiranga, Leonardo Gilberto Haas Signori enfatiza a necessidade de adotar cuidados específicos para evitar quadros de rinite, sinusite e outras condições respiratórias. O frio propícia um ambiente propício para a disseminação de vírus, como o da gripe, resfriados e a própria COVID-19, mas não é só isso que devemos cuidar.

“Não há como controlar a questão da temperatura e a oscilação térmica que é uma coisa que impacta bastante na nossa saúde respiratória. Porém, manter a casa arejada e deixar o sol entrar o maior tempo possível ajuda a evitar mofo. A umidade do inverno é uma coisa que impacta bastante. Por isso, se recomenda deixar ambientes mais abertos e limpos possíveis”, salienta.

O médico explica que a rinite, muitas vezes confundida com a gripe, é o processo alérgico da mucosa nasal e ocorre por uma série de fatores como exposição a poeira, a pólen, a produtos químicos com odor muito intenso. Ocorre de forma mais comum quando não mantemos higienizados acessórios em casa como tapete, cortina, carpete, além da exposição a animais de estimação.

“Com relação à sinusite, ela acaba sendo uma infecção secundária após um quadro de rinite. Então tu tem o quadro inflamatório alérgico e vai aumentar a produção de muco. A partir disso, vai fazer uma infecção bacteriana secundária, que pode ser uma rinofaringite ou uma sinusite na infecção do seio da face. Isso acontece mais no inverno porque a gente costuma ter mais sintomas respiratórios nesta época do ano exatamente porque a temperatura baixa irrita mais o trato respiratório”, explica o médico.

Atividade física é importante para qualquer faixa etária, pois melhora a nossa resposta imunológica.

No caso dos idosos, que geralmente estão mais vulneráveis a doenças respiratórias, é fundamental garantir cuidados especiais. Signori ressalta a importância da vacinação contra a influenza, pneumonia e COVID-19, além de incentivar a prática de atividades físicas regulares e uma alimentação equilibrada para fortalecer o sistema imunológico. Consultas periódicas ao médico são indicadas e cuidar principalmente da questão das doenças respiratórias. Pacientes, com uma doença pulmonar obstrutiva crônica, uma bronquite crônica, um quadro de asma ou até mesmo a rinite deve ter seus tratamentos otimizados para evitar crise.

Outros hábitos saudáveis para melhorar o nosso sistema imunológico incluem uma qualidade de sono adequada, alimentação balanceada, com alimentos ricos em vitamina C e tentar evitar a exposição a ambientes fechados e com muita circulação de pessoas.


Marcelo Matusiak


Creatina ajuda na recuperação de lesão e na prevenção da sarcopenia

Especialista alerta: creatina só deve ser usada se a pessoa fizer exercício físico

       Veja como usar o suplemento


Para melhora da performance, a creatina - sem a prática de exercício físico - não tem efeito. Quando alguém recebe o diagnóstico de osteopenia e faz o suplemento com creatina, porém não faz exercício físico, a creatina não vai ter nenhuma função, nem na massa muscular e nem na saúde”, comenta Dr. Felipe Henning Gaia Duarte, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional São Paulo – SBEM-SP.

 

A creatina pode ser um recurso interessante para a prevenção e para o tratamento da sarcopenia (perda progressiva da massa muscular), pois tem alta eficácia na saúde muscular e óssea. Um idoso saudável deve consumir pelo menos 1g de proteína para cada kg de peso durante o período de um dia (se não tiver nenhuma doença renal), mas cerca de 70% dessa população não chega nessa recomendação, o que pode levar à perda de massa muscular. A primeira etapa no tratamento seria, ajustar a ingesta de proteína diária orientada pelo nutricionista. Num segundo momento, em alguns casos, a suplementação da creatina pode e deve ser feita. 

A creatina pode ajudar tanto na prevenção como na recuperação de lesões, já que pode melhorar o desempenho no exercício, e a pessoa consegue se dedicar à fisioterapia de uma maneira bem mais eficiente. 

Cada vez mais famosa nas academias, a creatina é uma substância que o nosso próprio corpo produz por meio de 3 aminoácidos (lisina, metionina, arginina) no fígado, rim e pâncreas e que também chega em nosso organismo por meio de alimentos de origem animal, como carnes e leite. Uma parte da creatina é excretada pela urina, então o organismo fica com cerca de 60% a 80% dessa substância armazenada. 

Ao usar a creatina na forma suplementar, esses estoques são preenchidos, o que ajuda na melhora do desempenho e força na realização de exercício físicos.

 

Como suplementar:

- Forma de sobrecarga: durante um período de 5 a 7 dias consumir de 20g dividido em 4 momentos. Após esse período, o consumo vai para 3g a 5g ao dia.

- Forma contínua -  3g a 5g diariamente ou 0.3 g/kg durante 5 a 7 dias e depois 0.03g/kg no restante do período da suplementação. 

“Ao contrário de outros suplementos, a creatina tem uma ação contínua, então não há muita necessidade de consumir antes do treino ou depois. O importante é que ela seja consumida junto com alimentos que sejam fontes de carboidrato e de proteína, porque assim será mais retida pelo músculo”, explica Dr. Felipe. 

Outro ponto é a hidratação adequada diariamente, o que equivale que cada pessoa deveria ingerir de 35ml/kg a 40ml/kg. Na 1 hora anterior ao treino consumir em torno de 500 ml de água e a cada hora de treino também em torno de 500ml a 600 ml de água. 

“Vale lembrar que a suplementação com creatina não invalida as recomendações médicas, muito pelo contrário, o médico deve sempre estar ciente sobre qualquer suplemento”, finaliza o médico. 



SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
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Apneia do sono: especialista explica a importância da atenção aos sintomas, como o ronco

Entenda quais são os sinais, a relevância do diagnóstico precoce e o tratamento adequado para o distúrbio que atinge cerca de 100 milhões de pessoas

 

Caracterizada por pausas involuntárias na respiração durante o sono, a apneia do sono, ou apneia obstrutiva do sono (AOS), é um distúrbio comum que afeta a qualidade de vida de cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Somente no Brasil, estima-se que 35% da população sofra com o problema, de acordo com a Associação Brasileira do Sono (Absono). Apesar de essa condição poder resultar em problemas de saúde mais sérios, se não for tratada adequadamente, apenas 20% dos casos são diagnosticados.

Marcos Silva, especialista do VitalAire - segmento do Grupo Air Liquide que oferece soluções para pacientes em tratamento domiciliar - em Apneia do Sono, ressalta a importância do diagnóstico, quais são os sintomas a serem observados e o tratamento mais adequado.

A apneia obstrutiva do sono é uma desordem respiratória crônica, caracterizada por episódios repetidos de interrupção da respiração durante o sono. Essas pausas, chamadas apneias, ocorrem quando as vias aéreas superiores se fecham parcial ou totalmente, impedindo o fluxo normal do ar para os pulmões.

“Essas pausas respiratórias podem durar de alguns segundos a minutos e ocorrem diversas vezes ao longo da noite, prejudicando a qualidade do sono e, consequentemente, afetando a saúde e o bem-estar do indivíduo. Porém, embora seja algo relativamente comum, a apneia do sono é frequentemente subdiagnosticada, o que pode levar a sérios problemas de saúde a longo prazo”, explica Marcos Silva, especialista do VitalAire.

Além da apneia obstrutiva, que é a mais comum, existe também a apneia central do sono, que envolve uma falha na comunicação entre o cérebro e os músculos respiratórios, resultando em interrupções na respiração sem obstrução física das vias aéreas. Ou seja, o cérebro não envia os sinais adequados para controlar a respiração, levando a uma pausa sem esforços evidentes para retomá-la.

“A principal diferença está na causa do bloqueio da respiração. A apneia obstrutiva é causada por um bloqueio físico das vias aéreas, enquanto a apneia central é resultado de uma falha na regulação cerebral da respiração. Ambas podem ser prejudiciais à saúde, exigem avaliação médica e tratamento adequado para minimizar os riscos associados”, diz Marcos.

Sintomas e riscos

Os sintomas da apneia obstrutiva podem variar, mas os mais comuns incluem ronco alto, sensação de sufocamento ou engasgo durante o sono, dores de cabeça, sonolência excessiva durante o dia, irritabilidade, dificuldade de concentração e fadiga constante.

“O ronco é frequentemente um sintoma precoce da apneia do sono. Neste caso, o ronco acontece porque o fluxo de ar se torna restrito e, à medida que a pessoa tenta respirar, o ar passa por essa obstrução parcial com maior força, levando à vibração dos tecidos moles. E é justamente essa vibração que produz o som do ronco”, explica o especialista do VitalAire.

Além disso, quem tem apneia do sono possui maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e depressão. "Essa é uma condição que deve ser levada a sério. Muitas pessoas negligenciam os sintomas, acreditando que o ronco, por exemplo, é apenas uma questão comum. No entanto, quando é algo crônico, essa desordem pode ter impactos graves na saúde a longo prazo, afetando negativamente a qualidade de vida do paciente. Por isso, é essencial que quem apresenta sinais de apneia do sono procure aconselhamento médico o mais rápido possível", alerta.

 

Principais causas

Várias causas podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio. O excesso de peso e a obesidade são fatores críticos, uma vez que o acúmulo de gordura em torno do pescoço exerce pressão sobre as vias aéreas, tornando-as mais suscetíveis ao problema. Além disso, a idade avançada desempenha um papel significativo, pois com o envelhecimento, as mudanças naturais nas vias aéreas e nos músculos da garganta podem aumentar a probabilidade de apneia do sono.

Outros fatores a considerar incluem o consumo de álcool e sedativos, que relaxam os músculos da garganta e facilitam o colapso das vias aéreas, bem como histórico familiar e gênero, já que a presença de casos na família sugere uma predisposição genética e os homens têm um risco maior em comparação com as mulheres.

O hábito de fumar também contribui ao aumentar o inchaço nas vias aéreas superiores e a postura ao dormir, especialmente de costas, pode agravar o problema, uma vez que a língua e o palato mole podem cair para trás e bloquear as vias aéreas. Problemas nasais, como congestão crônica ou desvio de septo, também podem dificultar a respiração pelo nariz, aumentando o risco de obstrução durante o sono.

 

Como procurar ajuda

Se alguém suspeita ter apneia do sono, é fundamental buscar ajuda profissional, que pode incluir clínico geral, pneumologista, otorrino, neurologista e fisioterapeuta. O primeiro passo, portanto, é marcar uma consulta, preferencialmente com um especialista em Medicina do Sono, que pode conduzir uma avaliação detalhada e, se necessário, encaminhar para um estudo do sono. 

“O diagnóstico preciso é essencial para determinar a gravidade do quadro e a melhor abordagem terapêutica. Os exames para detectar apneia do sono podem incluir a polissonografia, que monitora diversas funções fisiológicas durante o sono, e exames complementares”, informa Marcos. “No mercado, já encontramos aparelhos de detecção de distúrbios do sono mais avançados, como o PolyWatch, que permite ao paciente fazer o exame no conforto de casa e possibilita ao profissional da saúde identificar alterações do sono no momento e no local em que normalmente acontecem”, completa.

 

Qual é o tratamento mais eficaz?

Para casos moderados e graves, um dos tratamentos mais comuns e recomendados é o uso de CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas). O CPAP é um dispositivo médico que fornece um fluxo contínuo de ar nas vias aéreas, impedindo a obstrução e mantendo a respiração regular durante o sono. 

"O CPAP tem se mostrado altamente eficaz no tratamento da apneia do sono. É essencial que os pacientes sigam rigorosamente as orientações médicas e utilizem o dispositivo conforme recomendado. Com o uso adequado e frequente, os benefícios do tratamento com CPAP são notáveis, melhorando a qualidade do sono e reduzindo o risco de complicações associadas ao distúrbio", finaliza Marcos Silva. 


Como ficam as dívidas contraídas durante o matrimônio após o divórcio? Advogado Samuel Rodrigues Epitácio responde

Samuel Rodrigues Epitácio, que atua também no Direito de Família e Sucessões, também fala sobre as dívidas de uma empresa que o cônjuge possa ter 

Quando pensamos em divórcio logo vem em mente a divisão de bens ou guarda dos filhos. O que poucos falam é sobre, a partilha de dívidas, algo complexo e desafiador para ambos os cônjuges. 

"O divórcio por si só já gera muito trauma, mesmo sendo consensual a ruptura de um relacionamento acaba deixar algumas marcas que devem ser tratadas com um especialista, seja um Psicólogo a fim de mediar os conflitos emocionais que existe neste momento doloroso para o ex-casal e para os filhos e também o Advogado, para orientar quanto ao formato que adotará do divórcio, consensual e ou litigioso, partilha dos bens, pensão alimentícias e a guarda dos filhos.Nesse sentido, quando citamos a partilha dos bens, temos que tratar das dívidas existentes, contraídas antes e durante o matrimônio com suas respectivas responsabilidades, explica Samuel Rodrigues Epitácio, que atua também no Direito de Família e Sucessões. 

De acordo com o especialista, é imprescindível analisar o regime de casamento adotado, pois cada um deles seguirá uma regra. Ele detalha: 

"Comunhão universal de bens - todo o patrimônio do casal, seja adquirido antes ou durante o casamento, vai ser dividido entre os dois, inclusive dívidas. A dívida pessoal, pactuada antes do casamento somente não será dividida entre as partes caso seja comprovado que a mesma não contribuiu para o bem-estar da família". 

"Comunhão parcial de bens – o patrimônio do casal só se comunica após o casamento, bem como as dívidas, ou seja, tudo o que for adquirido e ou pactuado antes do enlace matrimonial, desde que seja para proveito próprio, pertence somente para aquele que adquiriu. A exceção se o bem e ou a dívida adquirida antes do casamento era para usufruir pelo casal após a realização do mesmo.

Cabe destacar que no caso de união estável, é aplicado as regras do regime de comunhão parcial de bens". 

"Participação final nos aquestos – no respectivo regime, cada cônjuge possui seu patrimônio particular, antes e durante o casamento e as dívidas individuais de cada cônjuge não se misturam, sem importar se elas foram contraídas antes ou durante o casamento. Sendo assim, será objeto de partilha as dívidas adquiridas em conjunto durante o casamento, ou seja, aquelas que foram necessárias para a manutenção da casa e da família". 

"Separação total de bens - haverá a comunicação em relação aos bens/dívidas adquiridos somente na constância do casamento". 

O advogado Samuel Rodrigues Epitácio, www.instagram.com/samuelrodriguesadvogados/ do escritório Samuel Rodrigues Advogados Associados também fala sobre as dívidas de empresas que o casal possa ter. Ele diz que é preciso analisar também cada caso. 

"Quando a empresa foi fundada e se ambos constam no contrato social, bem como a cota de cada parte. Caso ambos façam parte do contrato social, há de analisar a cota parte de cada um a fim de definir o percentual de responsabilidade no pagamento das dívidas e se houve proveito próprio. Se houve a confusão patrimonial entre as contas da pessoa física e jurídica, a partilha dos bens passa a ser possível. 

O advogado Samuel Rodrigues Epitácio esclarece que a legislação permite a realização de divórcio em juízo (judicial) ou em cartório (extrajudicial), seguindo as regras próprias, porém em ambos os casos é imprescindível a participação do advogado, a fim de aplicar a lei conforme cada fato. 

 

Samuel Rodrigues Epitácio - advogado e fundador do escritório Samuel Rodrigues Advogados Associados. Especialista em Direito Empresarial e com Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho e atua também no Direito de Família e Sucessões.


Confira 4 dicas de negócios com baixo investimento

Nem sempre empreender é sinônimo de altos investimentos iniciais. Veja setores e opções para começar agora e ter retorno rápido

 

De acordo com a pesquisa GEM, publicada no início de 2023, 6 em cada 10 brasileiros têm o sonho de empreender e criar negócios próprios. A realidade, no entanto, é que muitos não tomam a iniciativa por diversos fatores, dentre os quais ganha destaque a falta de capital para dar início ao empreendimento. Porém, é importante que se saiba que com criatividade, dedicação e foco, é possível empreender, mesmo sem um grande investimento financeiro.  

Como forma de demonstrar que o empreendedorismo está ao alcance de todos, a Refuturiza, plataforma de empregabilidade e educação, lista quatro oportunidades de carreira dentro do universo empreendedor, em que não é necessário investir altas quantias.

 

1) Loja online de produtos artesanais

A habilidade para criar produtos artesanais ou a oportunidade de parceria com talentosos artesãos pode abrir portas para o empreendedorismo no e-commerce. A crescente demanda por itens únicos e personalizados tem impulsionado o crescimento do mercado de produtos artesanais nos últimos anos.  

Entre as categorias que mais se destacam, estão:

Bijuterias e acessórios

Cosméticos

Velas aromáticas

Decoração infantil 

Crochê e tricô

 Conheça alguns cursos de artesanato de baixo investimento que podem te ajudar nessa empreitada.

 

2) Organizador de festa infantil

Empreender como organizador de festas infantis pode ser uma empreitada gratificante e altamente criativa, com diversas vantagens a considerar. Em primeiro lugar, vale destacar que não há realmente uma "baixa temporada" nesse mercado, já que a demanda por festas infantis é constante ao longo do ano. Além disso, se você oferecer um serviço de qualidade, as chances de fidelização por parte dos clientes são substanciais. 

Contudo, é importante ressaltar um ponto importante: a realização desses eventos não é uma tarefa que se possa fazer sozinho. Mesmo com um investimento inicial relativamente baixo, é necessário estabelecer parcerias com profissionais de diversas áreas complementares, como fotógrafos, culinaristas, confeiteiros, decoradores e animadores infantis. A colaboração com esses especialistas é essencial para garantir o sucesso e a qualidade das festas que você organiza.

 

3) Serviços de marketing de conteúdo para Redes Sociais

Cada vez menores e médias empresas precisam de ajuda para gerenciar suas redes sociais e criar conteúdo relevante para seus clientes. Com o crescimento da comunicação online e, consequentemente, do marketing digital, essa é uma profissão que está em alta e pode pagar bons valores. 

E ainda há mais vantagens: você pode trabalhar sozinho, no seu horário e de qualquer lugar.

 

4) Cuidador de animais de estimação

Se você tem paixão por animais e sabe cuidar bem dos bichinhos, pode transformar esse amor e conhecimento em fonte de renda. Ser um cuidador de pet envolve assumir todo o trato dos animais durante um determinado período, a depender da situação. Você pode levar cachorros para passear enquanto os donos trabalham ou realizar a rotina de alimentação e higiene dos gatos enquanto os donos viajam.

Apesar do baixo investimento, é importante que você se prepare previamente para saber como abordar corretamente cada espécie de pet. Afinal, eles são seres vivos e precisam de cuidados especiais.



Alfabetização com as novas tecnologias: transformando o ensino e aprendizado

A revolução tecnológica do século XXI trouxe mudanças profundas para diversas áreas da sociedade, incluindo a educação. No contexto da alfabetização, as novas tecnologias desempenham um papel fundamental na abordagem pedagógica, oferecendo oportunidades inovadoras para alunos e professores. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) confirma a importância dessa integração, proporcionando o desenvolvimento de habilidades que envolvam a interação com diferentes mídias e a compreensão do funcionamento dos dispositivos digitais.


Uma dessas orientações destaca a importância de experimentar a interação com diversas mídias como formas de linguagem e comunicação digital. Essa habilidade não apenas amplia o repertório dos processos de criação e descoberta dos alunos, como também os capacita a se comunicar eficazmente em um mundo cada vez mais digitalizado. Através dessa interação, os estudantes podem explorar diferentes formas de expressão, desenvolvendo habilidades criativas essenciais para a alfabetização contemporânea.


Além disso, a competência (EF01TEC10) da BNCC que trata da compreensão do funcionamento dos computadores e de como eles executam comandos é de fundamental importância. Nesse sentido, os alunos não apenas se tornam consumidores passivos da tecnologia, como também compreendem o funcionamento por trás das ferramentas que utilizam diariamente. Isso promove um pensamento crítico mais profundo sobre a tecnologia, capacitando-os para enfrentar os desafios e as demandas de um mundo cada vez mais digital.


A integração das novas tecnologias na alfabetização beneficia os alunos e coloca desafios aos professores. Embora as tecnologias ofereçam oportunidades incríveis, a adoção delas no ambiente educacional enfrenta obstáculos. A falta de acesso adequado à infraestrutura tecnológica e a deficiência de treinamento são algumas das dificuldades enfrentadas pelos educadores. Muitos professores se esforçam para acompanhar o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas e, ao mesmo tempo, adaptar suas práticas pedagógicas para incorporar essas inovações.


Apesar das dificuldades, a implementação bem sucedida das novas tecnologias na alfabetização traz muitos pontos positivos para os alunos da atualidade. Primeiramente, a aprendizagem se torna mais envolvente e interativa, à medida que os estudantes exploram conteúdos por meio de vídeos, jogos educativos e aplicativos interativos. Isso estimula o interesse e a motivação, tornando o processo de alfabetização mais eficaz.


Um exemplo inspirador é a experiência do Instituto Canção Nova, que dinamiza a disciplina de robótica em seu currículo. Nesse cenário, os professores conduzem aulas teóricas seguidas de atividades práticas, nas quais os alunos montam e programam robôs. Essa abordagem, do conhecimento teórico à aplicação prática, promove a compreensão de conceitos complexos por meio da resolução de problemas tangíveis. A automatização dos materiais não apenas ensina os alunos sobre programação, como também desenvolve habilidades cognitivas, o pensamento lógico e a criatividade.


A alfabetização com as novas tecnologias é um caminho sem volta, que enriquece a experiência de aprendizagem dos alunos, preparando-os para um mundo digital em constante evolução. Através de abordagens inovadoras, como a introdução da robótica no currículo, é possível superar essas dificuldades e colher os frutos de uma educação verdadeiramente transformadora.

 

Samira Andrade da Silva - missionária da Canção Nova desde 2013, formada em Pedagogia, e coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais, no Instituto Canção Nova.

 

Os planos de saúde são obrigados a custear transplantes de órgãos?

 

O tema “transplante de coração”, tem sido muito abordado nos últimos dias, principalmente após o apresentador Fausto Silva, o Faustão, tornar público seu estado de saúde e noticiar que estava na fila do transplante a espera de um órgão. Aos 73 anos, o apresentador estava internado em um hospital de São Paulo e neste domingo, a equipe médica que acompanha o caso do paciente informou que o apresentador passou pela cirurgia de transplante.

Com a rapidez com que tudo aconteceu, uma série de dúvidas surgiram na cabeça da população sobre o assunto, entre elas perguntas como: Como funciona a fila do transplante no Brasil? Por que ele conseguiu o órgão tão rápido, com tantas pessoas na frente? E é claro, se os planos de saúde são obrigados a custear um transplante de órgãos?

E para esse terceiro ponto, a resposta é SIM!

A Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, garante, em seu conhecido “Rol da ANS” o dever de cobertura de transplante de rim, córnea e medula. Essas três possibilidades de transplantes de órgãos já estão expressas como cobertura MÍNIMA obrigatória dos planos de saúde.

Como o Rol da ANS é “exemplificativo”, com relação a cobertura mínima que os planos de saúde são obrigados a oferecer ao consumidor e, existindo justificativa médica, o transplante de outros órgãos como o coração, pulmão, fígado e pâncreas, também devem ser cobertos pelos convênios.

O plano de saúde tem obrigação de garantir inclusive que haja rede credenciada e hospitais aptos para realizar o transplante, caso não tenha, o consumidor tem direito de cobertura fora da rede credenciada.

É sempre importante destacar que a cobertura do transplante de coração, por exemplo, é obrigatória, uma vez que o convênio dá cobertura ao tratamento cardíaco, então, se cobre a doença, esse plano deverá cobrir todo o tratamento prescrito. Volto a destacar que: tendo uma justificativa médica, o paciente terá direito a cobertura total de seu tratamento pelo seu plano de saúde.

O Brasil tem uma das maiores filas de transplante do mundo, são mais de 65 mil brasileiros que estão à espera de um transplante de órgãos no país, de acordo com o Ministério da Saúde. Em 2022, foram quase 26 mil cirurgias de transplante no Brasil, entre os quais 359 de coração. O país tem ainda mais de 600 hospitais autorizados a fazer transplantes.

Por aqui, todos os transplantes de órgãos respeitam o Sistema Nacional de Transplantes, não importando se são custeados pelo SUS, por planos de saúde ou pagos pelo paciente. A fila do transplante funciona por ordem cronológica de inscrição, além disso diversos aspectos relacionados ao estado de saúde do paciente em questão são levados em consideração como: a gravidade do caso e a compatibilidade sanguínea e genética entre doador e receptor. Hoje, também de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 380 pacientes aguardam por um coração na fila.


O que fazer caso o plano de saúde negue cobrir o transplante?

Como infelizmente os planos de saúde costumam negar qualquer transplante de órgãos que não esteja listado no Rol da ANS, é interessante que o consumidor que precisa passar pelo procedimento e teve sua solicitação negada ou seus familiares, busquem imediatamente orientação jurídica especializada para que possam reverter essa situação.

A grande maioria das negativas são abusivas e podem ser questionadas judicialmente. Também vale destacar que por meio de uma liminar, em muitos casos, a autorização e determinação judicial para que o convenio custeie o transplante pode sair em até 24 horas.

Outro ponto que também é importante ressaltar é que para ter direito de pleitear o transplante de qualquer órgão, o paciente deve preencher todos os requisitos médicos e estar apto a receber o órgão. Dessa forma, na ação judicial, pode ser solicitado que ele ingresse na fila da Central de Transplantes e que já possua uma equipe transplantadora autorizada pelo Ministério da Saúde para executar o procedimento.

 

Gabriela Guerra - advogada especialista em direito à saúde.


Como a educação a distância democratiza e viabiliza a educação fora das áreas metropolitanas

Nos limites das áreas rurais, onde a geografia dispersa e a falta de infraestrutura desafiam o acesso à educação convencional, a educação à distância surge como uma ferramenta transformadora. A ausência de escolas e instituições educacionais torna a busca pelo conhecimento uma jornada complexa e muitas vezes inatingível. No entanto, graças à crescente influência da tecnologia e à expansão das opções de educação à distância, essas barreiras estão sendo gradualmente superadas. 

A educação a distância, ou EAD, oferece uma série de benefícios cruciais para tornar uma educação acessível e inclusiva. Um exemplo notável é a oportunidade que ela proporciona às pessoas com deficiência, que podem enfrentar desafios adicionais em áreas rurais devido à falta de infraestrutura adequada nessas regiões. 

Com a flexibilidade do ensino a distância, esses indivíduos podem adaptar o ambiente de aprendizagem às suas necessidades específicas, garantindo um acesso mais igualitário ao conhecimento. 

Além disso, a educação a distância reduz e até mesmo elimina os custos associados com deslocamento. Em cidades mais afastadas, muitas vezes não há escolas ou instituições educacionais nas proximidades, o que obriga os alunos a viajarem por longas distâncias para alcançar o ensino presencial em áreas urbanas. 

Isso implica em despesas substanciais com transporte, alimentação e, eventualmente, com moradia, representando uma barreira financeira significativa. A EAD elimina esses custos, tornando o acesso ao ensino mais econômico e acessível. 

No entanto, é importante observar que a eficácia da educação a distância nessas regiões depende da disponibilidade de tecnologia e da capacidade de autodisciplina do aluno. A conectividade à internet é uma peça fundamental, e é vital que sejam feitos esforços para ampliar o acesso à banda larga nessas áreas. 

Além disso, os alunos precisam desenvolver habilidades de auto direção e gerenciamento do tempo para aproveitar ao máximo a flexibilidade oferecida pelo EAD. 

Para que a democratização do acesso à educação fora das áreas metropolitanas seja completa, as instituições de ensino devem assumir a responsabilidade de garantir a qualidade do ensino online. Isso implica nos investimentos em recursos educacionais digitais de alta qualidade, bem como em programas de capacitação para professores e tutores envolvidos no ensino a distância. Só dessa forma podemos garantir que a educação à distância seja uma verdadeira aliada na missão de superar as barreiras geográficas e proporcionar oportunidades educacionais iguais para todos, independentemente de onde vivam.

 

Thiago de Freitas - sócio e co-fundador do EJA Brasil EAD

 

Cartão de crédito e cheque especial são as maiores dívidas das famílias de SP

O endividamento decorrente do uso do cartão de crédito e do cheque especial pode ser uma armadilha financeira que afeta muitas famílias. Pesquisa inédita da Fundação Seade mostra que em 2023 o pagamento em dia das dívidas assumidas pelas famílias no Estado de São Paulo melhorou quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior. O levantamento foi realizado por telefone e entrevistou 3.704 pessoas com 18 anos e mais, em abril de 2022, e 3.635, em julho de 2023. 

O nível de endividamento e os respectivos pagamentos, interfere diretamente no poder de consumo e na qualidade de vida das pessoas e das famílias, pois parte de seus gastos com alimentos, remédios, moradia e uso de serviços essenciais, como água, gás e energia elétrica, pode ficar comprometida.  

Em 2023, 59% das famílias no Estado de São Paulo estão endividadas, parcela igual à observada em 2022. O endividamento é menor na faixa de renda familiar mais alta (mais de dez salários mínimos, com 46%) e maior naquelas famílias com renda de mais de um a dez salários mínimos (62%). O interior paulista apresenta maior proporção de endividamento (61%) do que a Região Metropolitana de São Paulo (57%). 

Em 84% dos casos de contas em atraso, os motivos são cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos, 31% de financiamento de imóvel ou aluguel e 18% de financiamento de automóvel. 

Em 2023, para 29% das famílias com atraso em seus pagamentos, o tempo estimado para que possam colocar as contas em dia é de três meses a um ano e 39% não tem ideia de quando poderão efetuar seus pagamentos, proporção que equivale a 42% na RMSP e 55% entre as famílias com renda de até um salário mínimo. 

Quando se trata de despesas com alimentação e farmácia, 37% das famílias não pagaram em dia esse tipo de despesa nos últimos seis meses. Essa proporção é de 58% entre as famílias com menor renda e de 54% entre aquelas que recebiam Bolsa Família, Bolsa do Povo, BPC ou outro programa de transferência de renda. 

Apesar da menor proporção em relação a 2022, ainda há 27% de famílias no Estado que não conseguiram pagar em dia suas contas de água, luz e gás nos últimos seis meses da pesquisa. Por faixa de renda familiar, 35% das famílias com menor renda não puderam fazer esse tipo de pagamento.  

Como consequência dessas dívidas, 67% das famílias se viram obrigadas a diminuir despesas com alimentação e remédios, proporção que se eleva para 76% nas famílias com renda de até um salário mínimo. 

A proporção de famílias que consegue guardar dinheiro se restringe a 10% das famílias de até um salário mínimo e 62% das famílias com mais de 10 salários mínimos, desigualdade que se reflete na forma de obtenção de recursos para financiar seus gastos: nas famílias de até um salário mínimo 49% usa o dinheiro que consegue guardar para realizar suas despesas, provavelmente em função de dificuldades de obter crédito no setor financeiro (apenas 18% o fazem), enquanto nas famílias de mais de três salários mínimos 43% obtém crédito em banco ou financeira.

 

Alexandre Loloian - da Divisão de Indicadores Sociais da Fundação Seade


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