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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Câncer nos olhos: quais são os sintomas e tratamentos contra o retinoblastoma

Doença rara acomete crianças de até 5 anos e descoberta precoce é fundamental para cura

 

Tiago Leifert e sua esposa, a jornalista Daiana Garbin, revelaram recentemente que Lua, filha de um ano do casal, foi diagnosticada com câncer raro nos olhos. O vídeo gravado por eles, com cerca de 9 minutos, tinha a função de alertar sobre os principais sintomas da doença, além de destacar a importância da descoberta precoce. 

O retinoblastoma é o tumor intraocular mais comum da infância e corresponde de 2,5 a 4% de todas as neoplasias pediátricas, além de ser o primeiro câncer descrito como uma doença genética, 60 a 75% ocorrendo de forma esporádica graças a uma mutação, e o restante devido uma alteração genética hereditária. 

Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, explica que essa doença pode ter como manifestação diferentes formas clínicas, estágios de comprometimento e diferentes prognósticos, por isso é importante o diagnóstico precoce. Alterações oculares como reflexo pupilar branco e estrabismo, são indícios comuns do problema. O médico comenta que é importante que os pais ou responsáveis fiquem atentos à mudança nos olhos dos seus filhos e que levem as crianças periodicamente ao oftalmologista, principalmente quando já se teve algum caso de retinoblastoma na família. 

De acordo com o hematologista, existem variadas formas de tratamento contra o tumor. "O tratamento desse tipo de câncer depende do estágio de sua evolução e se há envolvimento de outras partes do corpo", comenta. O primeiro objetivo é sempre tentar preservar a visão do paciente. Em seguida, tendo em vista o estágio em que se encontra a doença, determina-se qual tratamento é mais recomendado. 

Uma das alternativas é a quimioterapia intra-arterial - uma abordagem mais recente que consiste em injetar a quimio diretamente na artéria oftálmica (que fornece sangue ao olho). A radioterapia externa, método frequentemente usado no tratamento do câncer, que administra altas doses de radiação, também é outra aposta para o tratamento do retinoblastoma, no entanto, o médico comenta que pode causar efeitos colaterais nos tecidos adjacentes, como por exemplo córneas e pupilas. 

Além desses métodos, a quimioterapia em alta dose, seguida de transplante de células-tronco do próprio paciente, é uma opção de tratamento promissor em pacientes com a doença em estágio avançado. “A administração de doses maiores de quimioterapia é a forma mais eficaz no tratamento desse câncer, há que se pesar, no entanto, os efeitos colaterais na produção de elementos próprios da medula óssea”, explica o médico. 

Sendo assim, o uso de células-tronco de diferentes fontes -- sendo as opções a medula e o sangue de cordão eventualmente armazenado -- configuram-se como solução para este problema, já que é capaz de restaurar as células progenitoras do sangue que foram extintas pela quimioterapia de alta dosagem. “A terapia com células-tronco após quimioterapia pode aumentar a sobrevida em longo prazo de pacientes com retinoblastoma em estágio avançado. A utilização desse método vem aumentando desde 1995 e se mostra como um avanço importante da medicina”, afirma.


 

Criogênesis


Dia Mundial do Rim promove educação sobre a Doença Renal

Campanha mundial deste ano tem como tema “Saúde Renal para Todos”

 

Idealizado pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN), o Dia Mundial do Rim (DMR) tem como objetivo reduzir o impacto da doença renal em todo o mundo, sendo comemorado na segunda quinta- feira do mês de março. Esse ano, a data será celebrada no dia 10 de março. A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) coordena a campanha no Brasil, desenvolvendo material informativo e educativo sobre os fatores de risco para a Doença Renal Crônica (DRC) para todas as regiões do país visando estimular os cuidados com a saúde dos rins. 

A DRC é comum e prejudicial: um em cada 10 adultos no mundo é paciente renal crônico. Além disso, se a DRC não for tratada, pode ser fatal. Embora seu diagnóstico precoce permita tratamento e gestão para prevenir a morbidade, mortalidade, melhora da relação custo-eficácia e sustentabilidade, a mortalidade relacionada à DRC continua crescendo. Em 2040, a doença renal crônica pode ser a 5ª maior causa de morte no mundo e há uma lacuna de conhecimento sobre a doença muito persistente, que é notável em todos os setores de saúde:

  • A comunidade - Os obstáculos para uma melhor compreensão da saúde renal incluem o fato de que as informações sobre doenças renais são compartilhadas numa linguagem complexa, falta de conhecimento básico sobre o tema, instruções limitadas sobre saúde, disponibilidade limitada de informações sobre DRC e falta de prontidão para aprender.
  • O profissional da saúde - Outra barreira precisa ser superada para garantir uma melhoria na conscientização e a formação mais focada dos médicos, pois eles são os responsáveis ​​pela condição médica dos pacientes.
  • Os formuladores de políticas focadas em saúde pública - A DRC é uma ameaça global à saúde pública, mas não é priorizada nas agendas governamentais de saúde. Tais agendas se concentram, majoritariamente, quando se trata de doenças não transmissíveis, em quatro doenças principais (doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas).

Neste cenário, a falta de conhecimento sobre o assunto está sufocando a luta contra a doença renal crônica e aumentando a mortalidade associada à DRC. “Por isso, a campanha deste ano pede que o mundo fique ciente da DRC para compreender ativamente quais medidas relacionadas à saúde renal que cada um pode colocar em prática, por exemplo, a atenção com a pressão arterial, uma causa que envolve todos da comunidade renal, mundialmente falando - médicos, cientistas, enfermeiras e outros profissionais de saúde, pacientes, administradores, especialistas em políticas de saúde, funcionários do governo, organizações de Nefrologia e fundações. Todos precisam saber quais são as estratégias que podem ser aplicadas com o objetivo de oferecer mais atenção à saúde renal no estabelecimento de políticas governamentais. Isso pode gerar grandes benefícios, tanto para os pacientes como para os orçamentos de saúde”, explica Dr. Osvaldo Merege, presidente da SBN. 

Além disso, a campanha 2022 reforça a importância de incentivar o público a adotar uma dieta e estilo de vida saudável ​​(sendo necessário acesso à água potável, exercícios, dieta saudável, controle do tabaco e prevenção da mudança climática) para manter uma boa saúde renal e preservar a função renal por mais tempo em pessoas com DRC - isso também aumenta a consciência da importância dos rins; conscientizar mais o paciente renal e seus familiares afim de capacitá-los para alcançar mais resultados na qualidade de vida, que são significativos e importantes para quem possui DRC, incluindo a insuficiência renal; incentivar e apoiar os médicos de atenção primária a melhorarem o reconhecimento e gestão de pacientes com DRC em todo o espectro de prevenção, detecção precoce de doença e atendimento para a insuficiência renal; integrar a prevenção da doença renal crônica e da insuficiência renal às doenças não transmissíveis nacionais e programas de serviços abrangentes e integrados, melhorando a detecção precoce e rastreamento de cuidados renais em nível nacional e informar os políticos sobre o impacto da doença renal e da insuficiência renal na saúde e sua carga associada aos orçamentos/sistemas de saúde para encorajar a adoção de políticas e alocação de recursos,  garantindo a todos uma boa qualidade de vida com a DRC. 

 

Sobre a Doença Renal Crônica

A doença renal crônica se caracteriza por lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais, com diversas consequências, pois os rins têm muitas funções, dentre elas: regular a pressão arterial, filtrar o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo, produzir hormônios que evitam a anemia e as doenças ósseas, entre outras. Em geral, nos estágios iniciais, a DRC é silenciosa, ou seja, não há sintomas ou são poucos e inespecíficos. Por isso, o diagnóstico pode ocorrer tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido, muitas vezes em estágio muito avançado, sendo necessário o tratamento de diálise ou transplante renal. Assim, são fundamentais a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como a creatinina no sangue e o exame de urina simples.

 

 

Marcelo Barsotti - CCO da Pryor Global


BURSITE NO OMBRO: COMO EVITAR?

É super importante ficar atento a dores nessa região, o fisioterapeuta Bernardo Sampaio explica os motivos

 

Muitas pessoas sentem um incomodo na região do ombro, mas não sabem que isso pode se tratar de uma bursite. Mas o que é isso? É uma doença caracterizada por inflamações das bursas, bolsas compostas por líquidos que estão localizados em nossas articulações. A sua principal função é diminuir os atritos entre os tendões e os músculos, mas se já estiver inflamada, essa pode causar dor e prejudicar a qualidade de vida. 

“Entre os principais sintomas da bursite estão a fraqueza, repetição de movimentos muscular e claro posições que causam danos às bursas. O risco para desenvolver essa inflamação pode aumentar conforme a idade, contato ou movimento repetitivo. Mas se engana quem acha que isso não pode acontecer entre os jovens, por conta do uso prolongado de videogame ou celular”, explica o Bernardo Sampaio. 

Além das causas mencionadas pelo fisioterapeuta, as atividades esportivas, domésticas e laborais, condições de saúde lesões e traumas na área afetada podem contribuir para o desenvolvimento do quadro. 

“Os sintomas são fáceis de verificar, dor local no ombro na parte lateral, piorando quando a movimento, presença de dor de tipo inflamatório. O seu agravamento é especialmente sentido com a realização de esforços ou durante a noite, impossibilitando o doente de dormir sobre o ombro afetado.”, explica o fisioterapeuta. 

Para evitar o desenvolvimento de bursites, é necessário cuidar do corpo e não forçar as articulações. Para isso, seguem algumas dicas o Bernardo Sampaio.

  • Dobre os joelhos ao levantar;
  • Evite movimentar cargas pesadas para não causar tensão nos ombros;
  • Faça pausas frequentes e alterne tarefas repetitivas;
  • Controle seu peso corporal;
  • Fortaleça seus músculos com exercícios físicos.

“As formas mais utilizadas de tratamento, é o repouso, fisioterapia e administração de medicamentos anti-inflamatórios. Na maioria dos casos, os sintomas somem após algumas semanas de cuidados. Mas sempre alerto que quem teve o diagnóstico da inflamação deve buscar maneiras de prevenir ou corrigir os fatores desencadeados pela inflamação, uma ótima saída é o fortalecimento muscular.”, conclui o fisioterapeuta Bernardo Sampaio. 

Para saber mais sobre dores, dicas e tratamentos, acesse: www.institutotrata.com.br e www.itcvertebral.com.br

 

 

BERNARDO SAMPAIO - Fisioterapeuta pela PUC-Campinas (Crefito: 125.811-F), diretor clínico do ITC Vertebral e do Instituto Trata, unidades de Guarulhos, Bernardo Sampaio é também professor em cursos de pós-graduação em fisioterapia traumato-ortopédica, professor em fisioterapia do Centro Universitário ENIAC (Guarulhos) e também leciona como convidado nos cursos de pós-graduação na Santa Casa de São Paulo. Possui experiência em fisioterapia ortopédica, traumatologia e esporte; e especialização em fisioterapia músculo esquelética, aprimoramento em membro superior e oncologia ortopédica pela Santa Casa de São Paulo. Mestrando em ciências da saúde pela faculdade de ciências médicas da santa casa de São Paulo. Saiba mais em: www.institutotrata.com.br e www.itcvertebral.com.br


Pneumonia é a doença que mais mata crianças de até 5 anos

Shutterstock

Pediatra do CEJAM alerta para principais sintomas, prevenção e formas de tratamento

 

Apesar das recentes preocupações com as infecções respiratórias, variante Ômicron da Covid-19 e a nova cepa da Influenza (H3N2), que têm lotado hospitais Brasil afora, é necessário estar atento também à pneumonia. A doença segue como principal causa de morte em crianças de até cinco anos no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). 

O alerta é da médica Teresa Cristina Traldi Spinola, pediatria do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”. Conforme a especialista, por ano, mais de 2.200 crianças morrem diariamente no mundo em decorrência de pneumonia não diagnosticada ou em fase inicial sem tratamento. 

Dados da Unicef apontam que a doença mata anualmente mais de 800 mil crianças de até cinco anos ao redor do mundo , incluindo mais de 153 mil recém-nascidos. “Muitas mortes também ocorrem por erro alimentar, falta de vacinação e de cuidados adequados e/ou procura tardia pelo médico”, acrescenta a especialista. 

Recentemente, o Ministério da Saúde incluiu crianças de cinco a 11 anos na campanha de vacinação contra a Covid-19. Além disso, em muitos Estados, a imunização contra a Influenza também foi liberada para todos os grupos.

 

O que é a pneumonia? 

A pneumonia é uma doença inflamatória aguda, que acomete os pulmões. A maioria dos casos tem causa viral -- vírus sincicial respiratório e outras viroses --, e pode ocorrer em decorrência de complicações de bronquites, gripes e resfriados, varicela, sarampo, Coronavírus e até por bactérias, sinusites e outras infecções. 

Em crianças, ela pode atingir desde os menores de um ano -- principalmente quando começam a frequentar creches -- até os maiores, que passam muito tempo com cuidadores diferentes, sem um relato adequado para o acompanhamento dos pais. 

“Nos bebês, por exemplo, algo que costuma atrapalhar na identificação dos sintomas é a falta de verbalização das crianças, já que eles não costumam ser muito perceptíveis. Por isso, é necessário que os pais e responsáveis estejam sempre atentos”, afirma a Dra. Teresa.

 

Sintomas e prevenção 

Segundo a especialista, as medidas preventivas à pneumonia devem ser seguidas para boa parte das patologias em crianças. Ela explica que é importante que a higiene corporal da criança seja sempre bem-feita, assim como a alimentação, que deve ser adequada e incluir hidratação com água. 

“O respeito às vacinas, a amamentação com leite materno, a lavagem das mãos e o sono regular também são essenciais”, reitera. 

Dra. Teresa ressalta que, durante o quadro agudo, podem surgir febres acima de 38 graus; dificuldade respiratória; fraqueza; fadiga; desânimo; choro frequente; dificuldades para dormir; irritabilidade; tosse com secreção; sintomas de gripe prolongada; respiração curta e ofegante; e movimentos visíveis das costelas e abdômen ao respirar. 

Nesses casos o ideal é procurar um médico. Apenas por meio dos exames físico, de imagem e laboratoriais o pediatra poderá definir o tratamento ideal.

 

Tratamento 

O tratamento da pneumonia pode ser realizado em domicílio e, em alguns casos mais graves, a internação pode ser necessária. 

“Caso a pneumonia seja viral, usa-se medicações antivirais. Se for bacteriana, utiliza-se antibióticos por via oral e/ou endovenosa, corticoides, suporte de oxigênio, inalações e hidratação parenteral”, destaca a pediatra. 

Conforme a médica, em crianças previamente saudáveis, a duração do tratamento é de sete a 14 dias, mas em pequenos com comorbidades ou doenças crônicas, ele pode demorar um pouco mais. 

Para evitar a pneumonia e outras patologias, é de suma importância o acompanhamento da criança com o pediatra durante os dois primeiros anos de vida. Após esta fase, as visitas podem ser trimestrais ou semestrais, para orientações nutricionais e preventivas e acompanhamento de crescimento e desenvolvimento”, finaliza a Dra. Teresa, reiterando que o acompanhamento deve ser redobrado em crianças prematuras ou com sequelas de trabalho de parto complicado.


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


Fevereiro Laranja além da leucemia: mieloma múltiplo pode passar despercebido e ser confundido com sinais comuns de envelhecimento

 Doença é considerada altamente letal quando descoberta tardiamente; Especialista alerta para sintomas iniciais como cansaço e dor óssea, que muitas vezes acabam passando despercebidos

 

O Mieloma Múltiplo, segundo câncer hematológico mais frequente na população mundial, pode acabar passando despercebido e merece atenção. Por ser diagnosticado na maioria dos casos em pacientes acima de 60 anos, os sintomas iniciais podem ser confundidos com sinais de envelhecimento. 

Apesar de ser um tumor mais comum nesta faixa etária, o risco de desenvolver Mieloma Múltiplo é de 1 em 132 (0,76%), segundo o American Cancer Society. No Brasil, estima-se que a cada ano sejam diagnosticados cerca de 7 mil novos casos. 

Justamente por ter sintomas como cansaço, fraqueza e dor óssea, o diagnóstico precoce da doença ainda é um desafio. Os tratamentos atuais permitem que 50% a 60% dos pacientes alcancem a remissão. Além disso, segundo um estudo publicado pela revista científica The Lancet, a combinação de terapias pode melhorar ainda mais esses resultados. 

De acordo com Mariana Oliveira, oncohematologista da Oncoclínicas São Paulo, o tumor geralmente é diagnosticado após complicações mais severas: “Como fraturas nos ossos, surgimento de infecções, anemia e perda da função renal”, explica. Por ter causas desconhecidas, ela comenta ainda que não existem formas comprovadas de prevenção do mieloma, por isso a atenção a qualquer alteração na saúde é uma das principais recomendações para que o diagnóstico aconteça ainda na fase inicial da doença. 

“Nosso corpo dá sinais quando algo não vai bem e por isso é sempre importante salientar que mudanças que afetam nossa rotina e bem estar devem ser investigadas. A detecção precoce do câncer é essencial para o sucesso das condutas terapêuticas”, reforça.
 

O que é Mieloma Múltiplo? 

A doença ocorre quando os plasmócitos defeituosos ficam acumulados na medula óssea. Quando isso ocorre, as células saudáveis não conseguem funcionar de maneira normal, pois as células defeituosas tendem a atrapalhar esse processo devido uma aglomeração no local. “Além disso, os plasmócitos aglomerados podem formar tumores, chamados de plasmocitomas, que podem crescer e acabar invadindo também os ossos. Os plasmócitos anormais também causam um desequilíbrio no metabolismo do osso, levando ao aparecimento de lesões ósseas chamadas lesões líticas”, comenta Mariana Oliveira.

 

Prevenção de mieloma múltiplo 

Como alternativa para prevenir a doença, a oncohematologista explica que é importante evitar a exposição às substâncias que aumentem o risco do desenvolvimento de mieloma múltiplo e manter hábitos de vida saudáveis. 

“É fundamental manter uma dieta saudável e o controle de peso, evitando assim a obesidade e possíveis consequências inflamatórias no organismo. Esse é um fator que pode aumentar o risco de mieloma múltiplo”, explica.
 

Diagnóstico e tratamento 

O diagnóstico pode ser feito a partir de exame de sangue (hemograma), radiografia, tomografia e/ou ressonância magnética. Dependendo do quadro clínico de cada paciente, pode ser necessária uma biópsia da medula óssea, feita a partir da retirada de um fragmento do osso da bacia para análise em laboratório e um mielograma. 

O tratamento de mieloma múltiplo deve ser iniciado tão logo os pacientes manifestem sintomas, já que em pessoas assintomáticas não se obteve até o momento resultados que se mostrem eficazes no controle da condição. “O tratamento inicial é baseado na combinação de medicamentos imunomoduladores e inibidores que atacam as células doentes diretamente. Há ainda a imunoterapia, que consiste em usar anticorpos, reconhecendo o ‘inimigo’ e são capazes de combater esses alvos específicos, que pode ser utilizada inicialmente ou na recidiva da doeça”, explica a médica da Oncoclínica São Paulo. Em caso de recidivas - volta do mieloma múltiplo depois do tratamento - podem entrar na abordagem novas combinações de medicamentos e até mesmo Car-t, que deve ser aprovado no Brasil ainda este ano. 

Com relação ao transplante autólogo de células-tronco periféricas, o tratamento pode ser indicado como complemento ao inicial para os pacientes considerados aptos. É feita uma quimioterapia pré-transplante com a administração de um agente alquilante, que vai eliminar as células neoplásicas/ anormais, aprofundando a resposta ao tratamento inicial. 

É necessário ainda atenção ao tratamento de suporte, ou seja, de sintomas físicos que possam prejudicar a qualidade de vida e a saúde do paciente. Ele pode auxiliar a manter os ossos fortalecidos, reduzindo a dor óssea, a hipercalcemia e a incidência de fraturas.

 

Rede de apoio 

Na grande maioria dos casos, o diagnóstico do Mieloma Múltiplo pode causar medo e desânimo, por isso, é muito importante que o paciente receba suporte da família e amigos, e também do atendimento multidisciplinar. 

"Ter esse apoio faz toda a diferença para um tratamento de qualidade, pois envolve a recuperação e proteção da saúde mental após o diagnóstico. Isso irá fazer com que o paciente fique fortalecido durante um momento tão delicado, mostrando que ele é capaz de enfrentar todo o processo e suas adversidades", finaliza Mariana Oliveira.


NÃO TEM MILAGRE, MAS EXISTE TÉCNICA!

Como Recuperar a Disposição, a Saúde Física e a Boa Forma Depois de Enfrentar a Covid-19


Com o alto número de pessoas que já tiveram Covid-19 e com a chegada da variante Ômicron, nos deparamos cada vez mais com sequelas pós infecção. Uma das queixas mais frequentes tem sido o cansaço e dificuldade na recuperação da massa muscular perdida, como também a falta de vigor físico e energia mental, sintomas que acompanhei em muitos clientes, inclusive, clientes com perfil de atletas. 

Giulliano Esperança é diretor técnico e membro da sociedade brasileira de personal trainer e criador do método STORM 12. Um método que passou por muitas pesquisas e chegou a ser premiado pela USP e deu a Giulliano o prêmio de profissional do ano na categoria emagrecimento em 2016. “Normalmente os outros sistemas desgastam o corpo, e as pessoas não conseguem manter por muito tempo, o Storm 12 conserta o corpo e ensina ele a funcionar direito. Você ganha saúde e o corpo se reequilibra, o corpo ganha massa e emagrece sozinho com resultados pelo resto da vida.” explica Giulliano. O sistema também é bom para quem não tem tempo e não gosta de treinar ou mesmo de ir para a academia. “Existem dois tipos de pessoas, as que vivem mais e melhor com energia e disposição para ser quem elas quiserem e as que apenas sobrevivem justificando que não podem cuidar da saúde porque não tem tempo. Ter saúde, energia e o corpo dos sonhos é só uma questão de escolha, porque em 12 minutos por dia dá pra fazer tudo o que você precisa pra isso.” complementa Giulliano.

 

ATENÇÃO REDOBRADA PARA AS MULHERES QUE TIVERAM COVID-19 

A Web MD, plataforma estadunidense focada em medicina e saúde, sugere que a variante Ômicron da COVID-19 pode causar efeitos diferentes de acordo com o sexo biológico e com a idade da pessoa. Foram analisados dados de 489 pessoas infectadas com a doença de 23 de Dezembro de 2021 a 4 de Janeiro deste ano. O levantamento apontou que a fadiga atingiu o público feminino de forma diferente. Segundo os dados da pesquisa, 40% das mulheres disseram ter sofrido mais que os homens. "Num quadro normal, sem Covid nós já temos uma natureza completamente tendenciosa a preguiça, iniciar uma prática de exercício para quem está parado demanda um tremendo esforço e pensar em soluções simples e rápidas é uma boa opção. Para começar, uma caminhada de apenas 20 minutos diários é o suficiente para liberar poderosas endorfinas revigorando a mente e combatendo o estresse. 

Acredito que a sua mente já está dizendo, não tenho tempo. Estou te incentivando a dedicar 1.4% do seu dia para esse propósito, repito 1.4% é o que equivale dedicar 20 minutos do seu dia, e colocar não apenas o corpo, como também a mente em movimento, a vida em atividade e abandonar o atual cansaço, fadiga, indisposição e recuperar a forma física e a saúde. Estou te incentivando a dedicar 20 minutos caminhando, lembrando que uso um treino completo usando apenas 0.8% do seu tempo, em minha prática profissional, onde navegamos desde a reabilitação pós Covid e tratamento de câncer, como pessoas reais e até atletas." ensina Giulliano Esperança “Outro dia recebi a seguinte pergunta: Domingo eu andei de bicicleta com as crianças, isso vale como treino? Quando li essa pergunta quase pulei de alegria, isso é vida, é mais do que treino, é o corpo em movimento, conectando vidas, cultivando o amor e gerando memórias.” finaliza o Personal Giulliano. 

Quer saber mais sobre o método e como se recuperar após Covid? Tem muita informação nas nossas redes sociais @giullianoesperança ou entre em contato com a nossa assessoria o assunto rende muito.

 


Giulliano Esperança - Personal Trainner Giulliano Esperança Personal Trainer e Diretor Executivo do Instituto do Bem-Estar em Rio Claro/SP, Bacharel em Educação Física UNESP/Rio Claro, Especialistas em Fisiologia do Exercício Unifesp/SP, Especialista em Marketing - Madia Marketing School, Master Coach Sociedade Latino Americana de Coaching, Diretor tecnico da Sociedade Brasileira de Personal Trainers, Premiado pela Sociedade Brasileira de Personal Trainers em Excelência pelos serviços prestados como Personal Trainer, Homenageado pelo CREF4/SP pelo Comprometimento e Ética Profissional em 2016. Eleito do Profissional do Ano na Categoria Emagrecimento pela USP de Ribeirão Preto em 2016, Criador do Método Storm12 com mais de 6000 alunos espalhados pelo Brasil e Exterior, Mestrando do Laboratório de Nutrição e cirurgia metabólica da FMUSP, na área de oncologia.


Você sabe como apanhar um objeto no chão da forma mais adequada para a coluna?

Saiba como os adultos podem aprender essa lição com as crianças 

 

Erros muito comuns entre os adultos são inclinar a coluna ao abaixar para pegar um objeto no chão, ou ficar distante do objeto a ser alcançado. Correria no exercício das atividades diárias, fatores culturais, hábitos cotidianos, preguiça e até mesmo as roupas podem influenciar na maneira inadequada desta prática.

 

Para o Dr. Marcelo Amato - médico neurocirurgião, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna – uma dica importante sobre a postura correta diante da necessidade de pegar algo no chão é prestar atenção nas crianças. “Os adultos, geralmente, não sabem abaixar de maneira adequada. As crianças, naturalmente, fazem o movimento saudável e harmônico para a coluna, utilizando os quadris, os joelhos e a coluna de forma equilibrada”.

 

 

Dr. Marcelo Amato - Graduado pela USP Ribeirão Preto e doutor pela USP São Paulo, o médico neurocirurgião Marcelo Amato é especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio e coluna.

www.neurocirurgia.com

https://www.instagram.com/dr.marceloamato/

http://bit.ly/MarceloAmato

 

Qual a relação entre Síndrome de Down e perda auditiva?

As crianças com síndrome de Down apresentam risco maior de malformações do sistema auditivo e infecções crônicas do ouvido, o que pode causar perda auditiva

 

Muitas crianças e adultos com síndrome de Down têm problemas de audição. Segundo as Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down do Ministério da Saúde, cerca de 75% das pessoas com a trissomia sofrem perda auditiva ao longo da vida. Isso acontece, pois as pessoas com esta síndrome podem apresentar alterações auditivas e otológicas, na deglutição, na fala, na linguagem e também distúrbios do sono.

 

Crianças com síndrome de Down precisam ter a audição testada regularmente. Todos os bebês recém-nascidos devem ser checados para descobrir se têm um problema de audição, o famoso Teste da Orelhinha. Entretanto os testes de rotina em recém-nascidos não identificam fluido no ouvido, que eles podem vir a desenvolver mais tarde e é bastante comum em pessoas com a síndrome.

 

A estrutura anatômica do ouvido das crianças com síndrome de Down tem características que podem torná-las predispostas a ter perda de audição. São mais propensos à perda auditiva condutiva secundária, ao impacto do cerume e as patologias do ouvido médio que incluem: secreção no ouvido médio, otite média aguda e perfurações do tímpano2. Por isso é importante realizar nelas um monitoramento para identificar uma possível perda auditiva e obter um diagnóstico a tempo, se for o caso.

 

Em 2011, a Academia Norte-Americana de Pediatria publicou guias de prática de atendimento médico para crianças com a alteração genética. Entre as recomendações, está o monitoramento da perda auditiva, com avaliações auditivas a cada seis meses até a idade escolar e depois anualmente durante a infância. Nos casos em que for detectado qualquer tipo de alteração, os exames podem ser realizados em intervalos menores.

 

Além das patologias citadas, as pessoas com a síndrome de Down podem desenvolver surdez do nervo auditivo, quando envelhecem. Ocasionalmente também pode ocorrer em bebês e crianças pequenas, porém, torna-se mais comum entre a adolescência e a vida adulta. Por isso, é fundamental que as pessoas com Síndrome de Down tenham a audição verificada ao longo do tempo, já que a deficiência auditiva pode afetar o seu dia a dia e desenvolvimento.

 

Prevenção e Tratamento

 

Estima-se que, a cada 700 nascimentos, 1 bebê tenha a condição. As chances aumentam à medida que a mãe envelhece, sendo um dos maiores fatores de risco a gravidez acima dos 35 anos de idade. No Brasil, há cerca de 270 mil pessoas com Síndrome de Down. Trata-se da condição genética e forma de deficiência intelectual mais comum no mundo. Isso torna o acompanhamento e o tratamento um assunto essencial para os pacientes com síndrome de down.

 

É imprescindível que a criança receba acompanhamento otorrinolaringológico de rotina, com a finalidade de detectar e tratar o aparecimento de otites que podem contribuir para a perda auditiva e comprometimento da função comunicativa. Vale lembrar que a perda auditiva na infância, mesmo que transitória e em diferentes graus, é considerada um risco para o desenvolvimento da linguagem e para as habilidades do processamento auditivo. Isso pode causar atrasos na fala e na linguagem, afetando o aprendizado da criança.

 

Mesmo os casos leves podem trazer graves consequências para sua percepção da fala, a obtenção da linguagem e a interação social. "As pessoas com Síndrome de Down precisam da comunicação preservada, pois dependem dela para aquisição de outras habilidades. Desta maneira, no caso de apresentarem perdas neurossensoriais e/ou quadros condutivos permanentes, pode ser necessário o uso de aparelhos auditivos." - explica a fonoaudióloga Andrea Soares, da FONOTOM

 

Os distúrbios da fala podem ser de vários tipos e precisa ser avaliado individualmente para uma proposta terapêutica adequada. De acordo com a Academia Norte-Americana de Pediatria os exames de rotina indicados por faixa etária são: Aos 6 e 12 meses, devem realizar BERA e timpanometria. Entre 01 e 05 anos, devem realizar semestralmente audiometria comportamental e timpanometria. Já os maiores de 05 anos devem realizar audiometria anual. São exames rápidos e não invasivos realizados pelo fonoaudiólogo e que ajudam a monitorar a audição de pacientes com a síndrome. 

Existe uma série de tratamentos e opções diferenciadas, como a reabilitação auditiva, que podem ajudar a dar mais qualidade de vida para a criança, bem como auxiliar na sua autonomia. O tratamento precoce da perda auditiva é vital para estimular o desenvolvimento cognitivo das crianças com síndrome de Down, especialmente no período pré-escolar. Isto é muito importante para a vida saudável e plena que todos os pais desejam para os seus filhos.

 

Av. Angélica, 1968 - Cj. 64 - Consolação, São Paulo - SP, 01228-200

Tel: (11) 93392-6028


Gravidez na Maturidade

 Mitos e Verdades sobre Engravidar Tarde 

Seja para terminar os estudos, se estabelecer profissionalmente ou, simplesmente, devido à falta de homem no mercado, nós, mulheres, temos nos colocado disponíveis para a maternidade cada vez mais tarde. 

Mas… será que essa é uma boa ideia? 

O que é mito e o que é verdade quando se trata de gravidez na maturidade?

 

 

O melhor momento para ser mãe nem sempre é o melhor momento para se engravidar. 


Verdade. 

A gente quer encontrar o amor da nossa vida, terminar os estudos e ter um bom salário para, então, nos consideramos aptas para a maternidade. 

O problema é que nossa fertilidade não pode esperar. Nossos óvulos não podem esperar. Eles estragam com facilidade. Por isso, o melhor momento para se conseguir engravidar é sempre o mais cedo que a gente puder. 

E nem sempre esse vai ser o melhor momento para você exercer a maternidade. Por isso é importante colocar tudo na balança, analisar prós e contras e decidir quando, para você, o melhor momento para ser mãe vai ser. 

 

É arriscado engravidar aos 40 anos 

Mito e verdade

Existem riscos envolvidos em tudo que a gente faz. A gravidez não é diferente. E, claro, quanto mais idade, maiores as chances de doenças como hipertensão e diabetes acontecerem. 

Mas, se não temos nenhum problema grave de saúde, os riscos envolvidos em uma gravidez na maturidade são bastante bem calculados e não precisam ser considerados altos, uma vez que - claro - tenhamos um acompanhamento profissional adequado.

 

O grande problema de engravidar na maturidade é em relação à qualidade dos óvulos. 

Verdade 

Nós, mulheres, nascemos com um estoque de óvulos. O óvulo que ovulamos hoje tem a nossa idade mais o tempo que ficamos dentro da barriga da nossa mãe. Quanto mais velho o óvulo, maior a dificuldade que ele vai ter de fazer tudo que precisa para que o bebê possa acontecer.

 

Quanto mais velha engravidamos, maior a chance de alteração cromossômica (síndrome) no bebê. 

Verdade 

Quanto mais maduras estamos, mais velho nosso óvulo está e menos capacidade de dividir corretamente os cromossomos ele terá. 

 

A maioria das gravidezes após os 40 anos acaba em abortamento.

 Verdade 

 

O problema de engravidar na maturidade são os óvulos; o útero e as trompas não são muito afetados pelo envelhecimento.

 Verdade

  

É possível impedir que nossos óvulos envelheçam.

 Verdade 

Somos a primeira geração da história do mundo a poder impedir que nossos óvulos envelheçam através do congelamento - ou vitrificação - de óvulos. 

 

Congelando nossos óvulos, preservamos nossa fertilidade.

 Mito 

Quando congelamos nossos óvulos, impedimos que o tempo pare de agir sobre eles. Mas, obviamente, somente sobre aqueles óvulos que foram congelados. 

Por isso, a expressão “preservação da fertilidade” para falar de congelamento de óvulos está errada. 

Estamos preservando a qualidade de apenas alguns poucos óvulos. E preservar a qualidade de um pequeno número de óvulos pode - ou não - ser suficiente para que, no futuro, um bebê possa acontecer. 

Congelamento de óvulos (alguns) não pode ser sinônimo de preservação da fertilidade.

  

É possível engravidar aos 45 anos.

 Verdade 

Porém, nessa idade, a maioria esmagadora das gravidezes terminará em aborto pois foram formadas por óvulos que já não conseguiam se dividir corretamente. 

Um bebê que nasce, hoje, de uma mulher com mais de 45 anos, vem, normalmente, de um óvulo bem mais jovem: ou dela própria, caso ela tenha congelado quando mais nova ou um óvulo adotado de uma mulher mais nova. 

 

É possível ser mãe aos 50 anos. 

Verdade 

Ser mãe é muito mais uma decisão do que uma possibilidade.

É possível ser mãe em qualquer idade.

A gente pode ser mãe com nosso óvulo - ou não.

Podemos ser mãe com o útero. Ou com o coração. 


Desenvolvimento cognitivo e emocional nos primeiros 1.000 dias de vida é estudado por pesquisadores da USP

Cientistas acompanham 500 crianças para um projeto internacional. Iniciativa busca voluntários, que terão acesso a dados sobre o desenvolvimento dos bebês.  

 

Um consórcio internacional que tem a participação de 15 grupos de diferentes áreas da Universidade de São Paulo, incluindo o Laboratório de Modelagem de Doenças do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), coordenado pela Profa. Patricia Beltrão-Braga, busca entender como as crianças desenvolvem capacidades cognitivas e emocionais durante os primeiros 1.000 dias de vida. 

Para isso, os pesquisadores uspianos criaram o Projeto Germina, que acompanha o desenvolvimento de crianças de três meses a três anos de idade através de cinco visitas, durante três anos. 

A iniciativa é coordenada pelo Prof. Guilherme Polanczyk, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina, e está em busca de voluntários para participarem do estudo, que já conta com mais de 100 bebês. Mães residentes em São Paulo, entre 20 e 45 anos de idade, que tiveram seus filhos com pelo menos 37 semanas de gestação, podem inscrevê-los para participar de cinco encontros onde serão coletadas amostras de fezes, saliva, leite materno, e serão realizados eletroencefalogramas e atividades com bebês que monitoram o seu desenvolvimento. 

As atividades e procedimentos não oferecem risco, os pais permanecem todo o período com os seus bebês e terão acesso a todos os resultados diretamente ligados aos seus filhos. 

Objetivos da pesquisa - A Universidade de São Paulo é o polo brasileiro do projeto, que ocorre simultaneamente em mais nove centros ao redor do mundo. Os pesquisadores brasileiros têm a missão de acompanhar 500 crianças, o dobro dos demais países. O projeto leva em conta que 20% das crianças não atingem todo seu potencial cognitivo, representando 80% dos adultos que necessitarão de alguma forma de assistência social ou econômica. Sendo assim, o objetivo do Germina é criar ferramentas/biomarcadores que identifiquem precocemente alterações no neurodesenvolvimento, usando por exemplo parâmetros como a linguagem e as funções executivas (relacionadas a atenção, concentração, organização, planejamento, memória, controle emocional e resolução de problemas). 

“A partir dos resultados gerados é possível implementar estratégias de intervenção para fazer com que essas crianças atinjam o seu potencial máximo. Escolhemos a faixa etária do zero aos três anos porque é uma fase em que o cérebro está muito plástico, apto a acatar a maior parte dos estímulos”, afirma Beltrão-Braga, subcoordenadora do Projeto Germina. 

As análises serão feitas com base em crianças neurotípicas, ou seja, que não possuem problemas no neurodesenvolvimento. A pesquisa também vai considerar, em seu âmbito internacional, fatores socioeconômicos, culturais e ambientais das crianças. “Poderemos verificar o impacto de muitas variáveis. Se a criança se alimenta corretamente, ou tem alguma restrição alimentar, seja por questões financeiras ou culturais; se tem acesso a celulares e tablets desde os primeiros dias de vida; se vive em uma zona muito poluída; se é estimulada à arte e à cultura na escola; se foi feito o pré-natal corretamente. Poderemos ver tudo isso e muito mais”, destaca a pesquisadora. 

Iniciativa Ambiciosa - Trata-se de uma iniciativa ambiciosa financiada pela agência internacional Wellcome Leap. Segundo Beltrão-Braga, o projeto The First 1000 Days (nome original, em inglês), produzirá um enorme repositório de dados e grande número de artigos, tendo em vista que serão colhidas análises de cerca de três mil crianças. “Todo esse conhecimento servirá como base para diversas outras pesquisas, em inúmeras áreas”. 

A professora acredita que se trata de um projeto pioneiro no âmbito da Universidade. “Não me lembro de ter visto algo desta magnitude na USP. Existem consórcios internacionais enormes, que mapeiam geneticamente 20, 30 mil pacientes, mas esse é diferente, pois iremos acompanhar os pacientes e colher dados clínicos e biológicos durante a trajetória dos primeiros anos de vida”. 

As famílias que tiverem interesse em incluir seu (sua) filho(a), devem preencher as informações descritas aqui. 

Confira mais informações sobre o projeto no vídeo de divulgação.


Exercícios físicos podem aumentar a imunidade contra a covid-19. Saiba como


Em decorrência da pandemia do Novo Coronavírus, a busca pela saúde se tornou um dos principais objetivos tanto para as pessoas que buscam a prevenção como para auxiliar quem já foi infectado pela doença, através da realização de exercícios físicos. O professor e gerente operacional da AYO Fitness Club, Júlio César Chaves Nunes Filho, explica que as práticas esportivas estão ligadas ao fortalecimento do sistema imunológico e do sistema respiratório, como a realização de treinos aeróbicos e resistidos. 

Um dos principais benefícios destacados dos exercícios cardiorrespiratórios é a melhoria da imunidade geral, isso reverbera em todo o organismo, principalmente nas vias respiratórias, principal meio de entrada do vírus no corpo humano. Nesta categoria, podem ser destacadas práticas como correr, nadar e pedalar.  

Já exercícios de força e resistência muscular, através da musculação, LPO, CrossFit, desde que praticados em intensidade moderada, também induzem o fortalecimento do nosso sistema protetor. Acredita-se que pessoas que se exercitam regularmente têm menor incidência de infecções por vírus e bactérias. 

"Uma das proteínas geradas pelo corpo durante a prática de exercícios é a miocina, que tem um papel importante no combate de inflamações, ou seja, atua como um anti-inflamatório. Tanto durante a prática do exercício como após o seu fim, ocorre que as substâncias inflamatórias são reduzidas ao mesmo tempo que as anti-inflamatórias aumentam", afirma o professor. 

Apesar dos benefícios causados pelos exercícios, os praticantes devem ter cuidado com os treinos sem acompanhamento, que podem acabar gerando o efeito contrário e ocasionando lesões. “É muito importante que as pessoas iniciantes tenham em mente que além da prática, é essencial respeitar os limites do corpo e entender que a realização de exercícios não substitui a vacina. Os efeitos causados tanto pelas práticas esportivas e a imunização pela vacina devem somar nos efeitos positivos ao organismo. Vale lembrar que precisamos continuar seguindo todos os protocolos, usando máscara, álcool gel e praticando o distanciamento social”, finaliza o profissional.


A confusa e trapalhona decisão da OMS sobre a Síndrome de Burnout

Uma das dificuldades envolvendo o tema “burnout” é que a noção ganhou status de dogma religioso. E, como tal, é indiscutível – trata-se de uma questão de fé. Entretanto, para aqueles que se reservam algum espaço para pensar sobre o assunto, há aspectos bastante interessantes a serem considerados. 

A decisão da OMS de passar a nomear burnout como “síndrome” é um deles. E a primeira impressão que se tem é que a confusão envolvendo o burnout foi instalada dentro da própria Organização Mundial da Saúde, desde o momento em que decidiram anunciar a mudança na forma de descrever a síndrome: no dia 26 de junho de 2019 um porta-voz da instituição veio a público dizendo que burnout passaria a ser considerado doença na CID 11. Quatro dias depois, outro porta-voz desfez a informação: “Houve um mal-entendido. ‘burnout ’ não foi de fato reconhecido pela OMS como uma condição médica. Posto isto, a importância do bem-estar no local de trabalho é bem compreendida pela OMS’, disse Christian Lindmeier, porta-voz da agência de saúde, ao Medscape Medical News.” Além do portal Medscape, outros órgãos da mídia também deram a notícia. Numa época em que as pessoas parecem muito mais propensas a reagir do que pensar e, consequentemente, manter em suas mentes aquilo que é mais sensacionalista, obviamente se esqueceram do desmentido do segundo porta voz e o noticiário do início deste ano só fala em burnout  como “doença”, especificamente “doença ocupacional”. 

Mas este é apenas o começo da trapalhada. É preciso que o leitor entenda alguns aspectos da CID para que possa compreender o que aconteceu. A CID classifica doenças usando códigos que se iniciam com letras. A CID 10, por exemplo, classificava doenças até a letra S. A partir da letra T, codificava eventos variados, que vão de fraturas e intoxicações a “objeto estranho no ouvido”, “queda da própria altura em superfície coberta de neve”, “colisão entre bicicleta e veículo de tração animal”, “permanência prolongada em ambiente agravitacional”, etc.. O “burnout” encontrava-se na subcategoria ”Problemas com a organização do seu modo de vida”, dentro do grande grupo “Fatores que influenciam o estado de saúde ou o contato com os serviços de saúde” (letra Z). O que as mídias se esquecem de dizer é que a Síndrome de Burnout vai continuar nessa mesma categoria dentro da CID 11 – ou seja, como eventos que não correspondem a doenças (agora codificada sob a letra Q). 

Mas este ainda é apenas um pequeno ingrediente envolvendo a confusão em torno do “burnout”. A OMS adotou os critérios do MBI (Maslach burnout Inventory) para caracterizar a síndrome. O MBI é um questionário simples e ingênuo que identifica ou “diagnostica” burnout em todo e qualquer respondedor, que ganha, no mínimo, o rótulo de portador de “burnout leve”. É fortemente identificado com o burnout. (“burnout  é o que o MBI mede e o MBI mede o que é burnout” diz Kristensen, pesquisador dinamarquês que criou o CBI – Copenhagen burnout Inventory). Além disso, o MBI é rigidamente protegido por direitos autorais, seu uso exige pagamento, o que torna o burnout, por tabela, a primeira “doença” da história sujeita ao pagamento de direitos autorais... Junte-se aí o fato de que a “síndrome” é caracterizada por pelo menos 140 sintomas. Schaufeli, o principal teórico do burnout, compilou 132, encontramos mais oito. 

Com isso tudo, temos uma boa medida da trapalhada em que se meteu a OMS: incluiu uma “doença” - que não considera doença (!!) - que acomete 100% das populações. Está incluindo na CID 11 a primeira “doença” protegida por direitos autorais e que, com seus 140 sintomas, corresponderia à mais surpreendente, bizarra e estranha índrome da qual já se ouviu falar. Como se não bastasse, a OMS recomenda que sejam exluídos depressão, transtorno de estresse e ansiedade do “diagnóstico”. Ora, as diversas categorias de depressão e de transtornos de estresse estão justamente entre os cerca de 30 diagnósticos psiquiátricos que são engolfados e rotulados como “burnout” pelo MBI! Durma-se com um barulho destes! Mas os crentes dormirão tranquilamente: trata-se de uma questão de fé, e pronto! 

 

Estevam Vaz de Lima - médico pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); psiquiatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria/Associação Médica Brasileira e psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise/International Psychoanalytical Association. Autor do livro "Burnout: a doença que não existe"


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