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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Pneumonia é a doença que mais mata crianças de até 5 anos

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Pediatra do CEJAM alerta para principais sintomas, prevenção e formas de tratamento

 

Apesar das recentes preocupações com as infecções respiratórias, variante Ômicron da Covid-19 e a nova cepa da Influenza (H3N2), que têm lotado hospitais Brasil afora, é necessário estar atento também à pneumonia. A doença segue como principal causa de morte em crianças de até cinco anos no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). 

O alerta é da médica Teresa Cristina Traldi Spinola, pediatria do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”. Conforme a especialista, por ano, mais de 2.200 crianças morrem diariamente no mundo em decorrência de pneumonia não diagnosticada ou em fase inicial sem tratamento. 

Dados da Unicef apontam que a doença mata anualmente mais de 800 mil crianças de até cinco anos ao redor do mundo , incluindo mais de 153 mil recém-nascidos. “Muitas mortes também ocorrem por erro alimentar, falta de vacinação e de cuidados adequados e/ou procura tardia pelo médico”, acrescenta a especialista. 

Recentemente, o Ministério da Saúde incluiu crianças de cinco a 11 anos na campanha de vacinação contra a Covid-19. Além disso, em muitos Estados, a imunização contra a Influenza também foi liberada para todos os grupos.

 

O que é a pneumonia? 

A pneumonia é uma doença inflamatória aguda, que acomete os pulmões. A maioria dos casos tem causa viral -- vírus sincicial respiratório e outras viroses --, e pode ocorrer em decorrência de complicações de bronquites, gripes e resfriados, varicela, sarampo, Coronavírus e até por bactérias, sinusites e outras infecções. 

Em crianças, ela pode atingir desde os menores de um ano -- principalmente quando começam a frequentar creches -- até os maiores, que passam muito tempo com cuidadores diferentes, sem um relato adequado para o acompanhamento dos pais. 

“Nos bebês, por exemplo, algo que costuma atrapalhar na identificação dos sintomas é a falta de verbalização das crianças, já que eles não costumam ser muito perceptíveis. Por isso, é necessário que os pais e responsáveis estejam sempre atentos”, afirma a Dra. Teresa.

 

Sintomas e prevenção 

Segundo a especialista, as medidas preventivas à pneumonia devem ser seguidas para boa parte das patologias em crianças. Ela explica que é importante que a higiene corporal da criança seja sempre bem-feita, assim como a alimentação, que deve ser adequada e incluir hidratação com água. 

“O respeito às vacinas, a amamentação com leite materno, a lavagem das mãos e o sono regular também são essenciais”, reitera. 

Dra. Teresa ressalta que, durante o quadro agudo, podem surgir febres acima de 38 graus; dificuldade respiratória; fraqueza; fadiga; desânimo; choro frequente; dificuldades para dormir; irritabilidade; tosse com secreção; sintomas de gripe prolongada; respiração curta e ofegante; e movimentos visíveis das costelas e abdômen ao respirar. 

Nesses casos o ideal é procurar um médico. Apenas por meio dos exames físico, de imagem e laboratoriais o pediatra poderá definir o tratamento ideal.

 

Tratamento 

O tratamento da pneumonia pode ser realizado em domicílio e, em alguns casos mais graves, a internação pode ser necessária. 

“Caso a pneumonia seja viral, usa-se medicações antivirais. Se for bacteriana, utiliza-se antibióticos por via oral e/ou endovenosa, corticoides, suporte de oxigênio, inalações e hidratação parenteral”, destaca a pediatra. 

Conforme a médica, em crianças previamente saudáveis, a duração do tratamento é de sete a 14 dias, mas em pequenos com comorbidades ou doenças crônicas, ele pode demorar um pouco mais. 

Para evitar a pneumonia e outras patologias, é de suma importância o acompanhamento da criança com o pediatra durante os dois primeiros anos de vida. Após esta fase, as visitas podem ser trimestrais ou semestrais, para orientações nutricionais e preventivas e acompanhamento de crescimento e desenvolvimento”, finaliza a Dra. Teresa, reiterando que o acompanhamento deve ser redobrado em crianças prematuras ou com sequelas de trabalho de parto complicado.


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


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