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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Câncer nos olhos: quais são os sintomas e tratamentos contra o retinoblastoma

Doença rara acomete crianças de até 5 anos e descoberta precoce é fundamental para cura

 

Tiago Leifert e sua esposa, a jornalista Daiana Garbin, revelaram recentemente que Lua, filha de um ano do casal, foi diagnosticada com câncer raro nos olhos. O vídeo gravado por eles, com cerca de 9 minutos, tinha a função de alertar sobre os principais sintomas da doença, além de destacar a importância da descoberta precoce. 

O retinoblastoma é o tumor intraocular mais comum da infância e corresponde de 2,5 a 4% de todas as neoplasias pediátricas, além de ser o primeiro câncer descrito como uma doença genética, 60 a 75% ocorrendo de forma esporádica graças a uma mutação, e o restante devido uma alteração genética hereditária. 

Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, explica que essa doença pode ter como manifestação diferentes formas clínicas, estágios de comprometimento e diferentes prognósticos, por isso é importante o diagnóstico precoce. Alterações oculares como reflexo pupilar branco e estrabismo, são indícios comuns do problema. O médico comenta que é importante que os pais ou responsáveis fiquem atentos à mudança nos olhos dos seus filhos e que levem as crianças periodicamente ao oftalmologista, principalmente quando já se teve algum caso de retinoblastoma na família. 

De acordo com o hematologista, existem variadas formas de tratamento contra o tumor. "O tratamento desse tipo de câncer depende do estágio de sua evolução e se há envolvimento de outras partes do corpo", comenta. O primeiro objetivo é sempre tentar preservar a visão do paciente. Em seguida, tendo em vista o estágio em que se encontra a doença, determina-se qual tratamento é mais recomendado. 

Uma das alternativas é a quimioterapia intra-arterial - uma abordagem mais recente que consiste em injetar a quimio diretamente na artéria oftálmica (que fornece sangue ao olho). A radioterapia externa, método frequentemente usado no tratamento do câncer, que administra altas doses de radiação, também é outra aposta para o tratamento do retinoblastoma, no entanto, o médico comenta que pode causar efeitos colaterais nos tecidos adjacentes, como por exemplo córneas e pupilas. 

Além desses métodos, a quimioterapia em alta dose, seguida de transplante de células-tronco do próprio paciente, é uma opção de tratamento promissor em pacientes com a doença em estágio avançado. “A administração de doses maiores de quimioterapia é a forma mais eficaz no tratamento desse câncer, há que se pesar, no entanto, os efeitos colaterais na produção de elementos próprios da medula óssea”, explica o médico. 

Sendo assim, o uso de células-tronco de diferentes fontes -- sendo as opções a medula e o sangue de cordão eventualmente armazenado -- configuram-se como solução para este problema, já que é capaz de restaurar as células progenitoras do sangue que foram extintas pela quimioterapia de alta dosagem. “A terapia com células-tronco após quimioterapia pode aumentar a sobrevida em longo prazo de pacientes com retinoblastoma em estágio avançado. A utilização desse método vem aumentando desde 1995 e se mostra como um avanço importante da medicina”, afirma.


 

Criogênesis


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