Doença rara acomete crianças de até 5 anos e descoberta precoce é fundamental para cura
Tiago Leifert e sua esposa, a jornalista Daiana
Garbin, revelaram recentemente que Lua, filha de um ano do casal, foi
diagnosticada com câncer raro nos olhos. O vídeo gravado por eles, com cerca de
9 minutos, tinha a função de alertar sobre os principais sintomas da doença,
além de destacar a importância da descoberta precoce.
O retinoblastoma é o tumor intraocular mais comum
da infância e corresponde de 2,5 a 4% de todas as neoplasias pediátricas, além
de ser o primeiro câncer descrito como uma doença genética, 60 a 75% ocorrendo
de forma esporádica graças a uma mutação, e o restante devido uma alteração
genética hereditária.
Nelson Tatsui, Diretor-Técnico
do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, explica
que essa doença pode ter como manifestação diferentes formas clínicas, estágios
de comprometimento e diferentes prognósticos, por isso é importante o
diagnóstico precoce. Alterações oculares como reflexo pupilar branco e
estrabismo, são indícios comuns do problema. O médico comenta que é importante
que os pais ou responsáveis fiquem atentos à mudança nos olhos dos seus filhos
e que levem as crianças periodicamente ao oftalmologista, principalmente quando
já se teve algum caso de retinoblastoma na família.
De acordo com o hematologista, existem variadas formas de
tratamento contra o tumor. "O tratamento desse tipo de câncer depende do
estágio de sua evolução e se há envolvimento de outras partes do corpo",
comenta. O primeiro objetivo é sempre tentar preservar a visão do paciente. Em
seguida, tendo em vista o estágio em que se encontra a doença, determina-se
qual tratamento é mais recomendado.
Uma das alternativas é a quimioterapia
intra-arterial - uma abordagem mais recente que consiste em injetar a quimio
diretamente na artéria oftálmica (que fornece sangue ao olho). A radioterapia
externa, método frequentemente usado no tratamento do câncer, que administra
altas doses de radiação, também é outra aposta para o tratamento do retinoblastoma,
no entanto, o médico comenta que pode causar efeitos colaterais nos tecidos
adjacentes, como por exemplo córneas e pupilas.
Além desses métodos, a quimioterapia em alta dose,
seguida de transplante de células-tronco do próprio paciente, é
uma opção de tratamento promissor em pacientes com a doença em estágio
avançado. “A administração de doses maiores de quimioterapia é a forma mais
eficaz no tratamento desse câncer, há que se pesar, no entanto, os efeitos
colaterais na produção de elementos próprios da medula óssea”, explica o
médico.
Sendo assim, o uso de células-tronco de diferentes
fontes -- sendo as opções a medula e o sangue de cordão eventualmente
armazenado -- configuram-se como solução para este problema, já que é capaz de
restaurar as células progenitoras do sangue que foram extintas pela
quimioterapia de alta dosagem. “A terapia com células-tronco após quimioterapia
pode aumentar a sobrevida em longo prazo de pacientes com retinoblastoma em
estágio avançado. A utilização desse método vem aumentando desde 1995 e se
mostra como um avanço importante da medicina”, afirma.
Criogênesis
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