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Arquiteta dá dicas de como criar um espaço acolhedor e protegido para os felinos, os novos protagonistas das famílias brasileiras
Já existiu um mundo onde seres humanos preferiam
ter cães em casa ao invés de gatos. É possível ser fã de um ou de outro, ou até
mesmo dos dois, mas quem será que está mais presente nas casas dos brasileiros:
felinos ou caninos?
De acordo com o IBGE, em 2019, o país contava com 54
milhões de cães e 24 milhões de gatos. Pesquisas da FGV, em parceria com a
Comac, indicam que esse número deve crescer 26% até 2030, o que significaria
70,9 milhões de cães e 41,6 milhões de gatos. Mas o cenário atual já
surpreende: a Abinpet estimou que, em 2023, o Brasil tinha cerca de 68 milhões
de cães e 34 milhões de gatos.
Segundo a arquiteta Rose Chaves, especialista em
design de interiores, quem opta por ter gatos precisa adaptar a casa às
necessidades e ao comportamento dos animais para que eles se sintam
verdadeiramente acolhidos. “Esses bichos são escaladores natos e adoram
explorar alturas. Uma boa dica é instalar prateleiras ou pequenas escadas nas
paredes, criando trajetos verticais para os felinos. Para incentivá-los, é
possível até posicionar petiscos ou ração no topo desses locais, o que também
estimula a atividade física, mesmo nos mais preguiçosos”, explica a arquiteta.
Outra ideia prática é incluir nichos abertos nas
paredes, que permitem aos gatos caminhar e explorar de forma natural. Segundo
Rose, esses nichos, geralmente posicionados acima de móveis como sofás, também
otimizam o espaço da casa enquanto oferecem diversão aos pets.
Os sofás, no entanto, são uma preocupação comum,
afinal de contas, esses animais adoram arranhar superfícies macias, e para
minimizar os danos, Rose recomenda tecidos mais resistentes, como suede, couro
ou camurça. Materiais como linho, couro sintético e algodão devem ser evitados,
já que são mais vulneráveis às garras afiadas. “Também é essencial ter
arranhadores em casa, que podem ser encontrados em diversas versões nos
petshops desde modelos simples até os mais lúdicos. Eles ajudam os gatos a
desgastar as unhas e preservam os móveis da casa”, acrescenta.
Para quem vive em apartamentos, a segurança é
primordial. “Colocar telas em todas as janelas, além de dar um charme a mais, é
indispensável. Eles são muito curiosos e podem se distrair com pássaros ou
insetos do lado de fora, o que pode levar a acidentes graves”, alerta Rose.
Outra dica importante é oferecer uma cama
confortável e bem posicionada. Os gatos só deixam de dormir no sofá ou em
outros locais da casa quando encontram uma caminha que realmente os agrade. “A
cama precisa ter o tamanho ideal para que o gato possa dormir esparramado, mas
também oferecer conforto nos momentos em que ele preferir se encolher. Minha
dica é posicionar em um local calmo, com pouca movimentação, para que ele se
sinta seguro e relaxado, assim é possível ornar com a decoração da casa sem
fazer muito esforço”, orienta.
E claro, elementos como cortinas e móveis também
exigem atenção. “Prefira modelos de enrolar ou erguer, que são mais práticos e
seguros”, sugere. “Na marcenaria, minha recomendação é buscar por madeiras mais
duras, como carvalho, ipê ou cumaru, pois elas minimizam os danos causados
pelos arranhões nos móveis e portas”, finaliza.
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