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Dia dos Avós, especialistas do Hospital Paulista alertam para a importância da
manute nção do diálogo entre
as diferentes gerações Shutterstock
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Referência familiar,
fonte de histórias, experiência e sabedoria. No Dia do Avós, celebrado em 26 de
julho, especialistas do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia abordam a
importância da relação entre eles e os netos para o desenvolvimento intelectual
das crianças e à manutenção das habilidades cognitivas dos idosos.
Segundo a
otorrinolaringologista Renata Vigolvino, a relação de amor e cumplicidade entre
eles é capaz de interferir positivamente na vida adulta dos pequenos,
fortalecendo valores morais e culturais; e dos idosos, diminuindo a sensação de
falta de propósito ajudando a combater a depressão.
"As crianças que
convivem com os avós recebem estímulos que ampliam seu repertório, ensinando-os
a conviver em ambientes diferentes, com pessoas distintas.
Para os avós, essa
relação com os netos também é extremamente salutar, já que eles se sentem
valorizados socialmente e integrados socialmente, diminuindo transtornos de
humor, como a depressão", explica.
A especialista
ressalta, no entanto, que é necessário estar atento às necessidades de ambos
para que possam tirar melhor proveito desta relação. Além do possível choque de
gerações, questões como saúde auditiva e dificuldades de fala podem interferir
significativamente na comunicação entre avós e netos.
"Para os avós,
avaliar a saúde auditiva é primordial. Com o envelhecimento, a acuidade
auditiva pode diminuir e interferir no entendimento do que é falado pelos
netos. Em situações mais severas, esses idosos podem não conseguir participar
da dinâmica familiar, acabando por sentirem-se isolados socialmente",
alerta a Dra. Renata.
Nos pequenos,
problemas de fala ou linguagem são comuns e também podem impactar a relação.
"Crianças que sofrem com atrasos e fala ininteligível, por exemplo, podem
ter dificuldades em se expressar aos avós, prejudicando a comunicação e
diminuindo todos os benefícios advindos da relação."
Manutenção das
habilidades cognitivas
A mesma opinião é
compartilhada pela fonoaudióloga do Hospital Paulista Christiane Nicodemo. Para
ela, questões visuais, auditivas e cognitivas podem afetar a comunicação do
idoso.
"A boa comunicação entre crianças e pessoas mais velhas depende da
manutenção das habilidades cognitivas, como memória e linguagem, no processo de
envelhecimento, o que inclui a boa saúde e a qualidade de vida, entre outras
questões sociais."
De acordo com a
especialista, a neuroplasticidade - capacidade que nosso cérebro tem de
reorganizar seus neurônios e adaptar-se às mudanças - é possível ao longo da
vida, inclusive na velhice, por meio de disciplina em atividades repetidas e
realizadas diariamente.
Práticas como
cozinhar, ler, caminhar ao ar livre e até praticar jogos eletrônicos com seus
netos podem auxiliar na manutenção das habilidades cognitivas.
Tratamento
Segundo a
fonoaudióloga, existem muitos programas capazes de identificar um problema
auditivo em pessoas mais velhas, mas a forma mais eficiente é fazendo um
check-up para averiguar a acuidade auditiva (audiometria) e visual e um teste
para verificar a cognição.
"A importância de
termos boa acuidade auditiva está ligada intimamente às questões de atenção,
memória e cognição e equilíbrio. As próteses auditivas também são ferramentas
de grande valia e auxiliam no processo. Quanto antes você tiver um diagnóstico
de seu estado físico, melhor será sua longevidade."
A Dra. Renata também
orienta a visita ao especialista para identificar questões que possam
interferir na comunicação entre avós e netos.
"Os idosos devem
passar em otorrinolaringologista para avaliação auditiva e, caso seja
identificada perda de audição, devem ser encaminhados para reabilitação com
aparelhos auditivos e acompanhamento fonoaudiológico. Já as crianças com
atrasos de fala devem ser avaliadas especificamente, para iniciar terapia o
mais precoce possível", destaca a médica.
O Hospital Paulista de
Otorrinolaringologia conta com um programa específico para orientar pessoas que
precisam de próteses, o GAUAA - Grupo de Apoio ao Usuário de Aparelho Auditivo.
Nele, o paciente participa de workshops com uma equipe multidisciplinar de
saúde, com informações sobre o funcionamento da audição e treinamento auditivo,
explorando ritmos e estimulando a expressão facial, para facilitar a atenção e,
assim, melhor a empatia e a comunicação.
"Acreditamos que um trabalho personalizado, com disciplinas práticas diárias, transforma nossa mente e a comunidade como um todo. Com ele, estimulamos a tolerância, paciência, serenidade e compaixão, que são habilidades que também se aprendem e requerem um grande esforço de cada um de nós", complementa a fonoaudióloga.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia