Também conhecida por transtorno da acumulação ou simplesmente SD, a síndrome de Diógenes é bastante comum na população. Contudo, ela é mais evidente na terceira idade, sobretudo quando há comorbidades envolvendo a saúde mental e emocional.
De modo geral, esse distúrbio é caracterizado pela negligência com a própria casa,
pelo acúmulo de objetos sem valor e pelo descuido extremo com a higiene
pessoal. No entanto, a síndrome de Diógenes não é uma doença, mas uma alteração
comportamental que requer atenção especializada.
Nesse sentido, vamos apresentar o que é a síndrome de Diógenes, suas principais
causas e formas de manifestação. Veja como identificar esse transtorno e quais
são as melhores intervenções terapêuticas para o enfrentamento desse problema.
O que é a síndrome de Diógenes?
A síndrome de Diógenes está relacionada a um conjunto de
sinais especialmente ligados às alterações no comportamento. Entre as
principais características, estão a negligência extrema no autocuidado, a
desorganização e o desleixo com o ambiente doméstico e a tendência a colecionar
objetos sem valor.
Do ponto de vista social, o indivíduo que apresenta esse transtorno costuma se
afastar da família e dos amigos. Além disso, ele tem dificuldade de perceber a
sua real condição e nega a necessidade de ajuda. Na maioria das vezes, quem
está dominado por esse problema se torna apático, indiferente e agressivo.
Logo, vale ressaltar que a síndrome de Diógenes representa uma condição clínica
bastante preocupante devido ao aumento da longevidade da população. Como esse problema
está associado ao envelhecimento, do ponto de vista social e de saúde pública,
suas consequências não podem ser ignoradas.
Quando a síndrome foi descoberta?
A síndrome da acumulação foi referida pela primeira vez em
1975 e, aos poucos, foi sendo reconhecida entre os profissionais de saúde
mental. O nome “síndrome de Diógenes” foi inspirado no filósofo grego de mesmo
nome. Entretanto, Diógenes não era um acumulador, mas apresentava maus hábitos
de higiene, uma personalidade muito arrogante e não aceitava opiniões alheias.
De modo geral, quem desenvolve esse distúrbio tende a se afastar socialmente,
sobretudo de pessoas próximas que têm liberdade para dizer que o ambiente está
muito desorganizado. Além disso, se alguém tentar “dar uma geral” e organizar a
casa, o acumulador se ofende e fica muito bravo.
Quais são as principais causas da síndrome de Diógenes?
A síndrome de Diógenes afeta indivíduos de diferentes
gêneros, culturas e classes sociais. Mesmo que os sintomas possam variar, na
maior parte dos casos, as causas são muito parecidas.
Além do fator idade e das comorbidades comuns ao envelhecimento, há evidências
de que o transtorno tenha relação com traumas
emocionais, perdas e com outras dificuldades de ordem
psíquica. Eventos ligados à aposentadoria, problemas financeiros ou conjugais
podem influenciar o desenvolvimento desse distúrbio.
Do ponto de vista científico, ainda não há uma determinação exata para as
causas que geram os comportamentos típicos da síndrome de Diógenes. Contudo,
existem hipóteses que apontam falhas na conexão cerebral que coordena algumas
funções importantes.
Logo, essa disfunção leva à perda da capacidade de organização, planejamento e
execução de tarefas consideradas essenciais na rotina. Com isso, a pessoa reduz
a percepção do monitoramento e passa a ter muita dificuldade para tomar
decisões simples, como a de descartar objetos inúteis.
Há outras doenças relacionadas a essa síndrome?
Sim. A maioria das pessoas com esse transtorno também apresenta
outros problemas, que podem ser tanto de natureza física quanto psicológica.
Assim, a síndrome de Diógenes pode sofrer influência de diversas condições
clínicas, inclusive do comprometimento
cognitivo leve.
As mais comuns são o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), a esquizofrenia, a
anorexia nervosa, o transtorno
do espectro autista (TEA) e a síndrome de Prader-Willi
(PWS). Além disso, os episódios de autonegligência pessoal e com a moradia são
frequentes nos casos de demência
na terceira idade.
Embora a síndrome de Diógenes costume acometer pessoas que moram sozinhas,
indivíduos que vivem com os familiares também podem começar a acumular objetos
desnecessários em seu cômodo pessoal. Vale destacar, ainda, que o hábito de
amontoar coisas inúteis é o principal sinal desse transtorno.
Outro ponto importante é que a acumulação difere bastante do colecionismo. Um
colecionador, por exemplo, pode ter vários itens de seu interesse, mas, em
geral, estão limpos e bastante organizados. Por outro lado, o acumulador vai
entulhando objetos inúteis — e até animais — sem qualquer critério ou
ordenamento.
Como tratar a síndrome de Diógenes?
Há diferentes alternativas de intervenções terapêuticas voltadas
para os indivíduos acometidos pela síndrome de Diógenes. Mesmo assim, o
tratamento requer muita habilidade do profissional, já que existe uma grande
relutância dessas pessoas em aceitar ajuda profissional ou de outra natureza.
Por conta disso, ao encaminhar o paciente para a terapia
em grupo ou individual, é necessário manter uma contínua
supervisão. Além da desistência por pensar que o tratamento é desnecessário, a
prática do acúmulo pode retornar rapidamente.
Desse modo, a orientação é identificar as causas que estão gerando esse
comportamento. Também é necessário considerar se há doenças físicas presentes.
Após essa etapa, as chances de ajudar o paciente a se libertar do acúmulo serão
maiores.
Logo, a síndrome de Diógenes exige um tratamento multidisciplinar e centrado em
abordagens integradas ao suporte social e familiar. O objetivo dessa
assistência profissional é avaliar a competência do indivíduo para seguir com o
tratamento e cuidar de si mesmo para viver com mais autonomia e qualidade de
vida.
Por que contar com o HSM?
Um artigo
publicado na Revista PUC/SP destacou a relevância de tratar o
tema da acumulação em idosos com um olhar mais amplo e contextualizado.
Portanto, esse transtorno não pode ser visto apenas como mania, já que a
velhice é algo multidimensional e as formas de enfrentamento impactam
diretamente a saúde mental na terceira idade.
Nesse sentido, o ideal é contar com os diferenciais do Hospital Santa Mônica.
Oferecemos uma infraestrutura qualificada, equipe especializada na reabilitação
mental de pessoas de todas as idades e convênios com os melhores consórcios de
saúde.
Como você viu, não basta apenas conhecer as características da síndrome de
Diógenes, mas é necessário escolher uma instituição que ofereça os melhores
tratamentos para superar esse quadro. Afinal, a experiência dos profissionais e
a qualidade da assistência são essenciais à reabilitação da saúde integral.
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