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quarta-feira, 4 de julho de 2018

COMPANHEIRO TOFFOLI


       Dias Toffoli, o paraquedista enxertado por Lula no STF, cassou a decisão do juiz Sérgio Moro que impusera a José Dirceu o uso de tornozeleira eletrônica. Ao expedir a ordem, com o pé no estribo do recesso, o ex-funcionário do PT afirmou, sem revelar o menor constrangimento, que a Segunda Turma (sempre ela!) concedera “liberdade plena” ao preso e que, portanto, tornozeleira era uma inibição da liberdade. Daquela, fulgente, de asas ao vento, que o trio maravilhoso fizera raiar para o pensionista da Papuda.
        Liberdade plena! Claro, por que não? Só porque Dirceu é um criminoso reincidente em corrupção passiva, condenado em segunda instância por tribunal federal, num novo processo, a mais de 30 anos de prisão? Como encarcerar, só por isso, um guerreiro herói do povo brasileiro? Afinal, a matéria adquire urgência absoluta posto que a carimbada, rotulada e descarada maioria da Segunda Turma vislumbrou “plausibilidade nos recursos interpostos [pela defesa] quanto à dosimetria da pena”. Faz sentido. E, se refeitos os cálculos, os 30 anos forem corrigidos para 30 dias? Para 30 minutos? Já pensaram nisso? Toffoli pensou.
Cai sobre tão insólitas decisões o silêncio dos adoradores de corruptos, a mais nova seita nacional. Fervilham os engomados e bem trajados jurisconsultos nos corredores das carceragens. Imagine leitor, a inveja ao longo do corredor enquanto os demais presos acompanhavam os passos de Dirceu rumo aos portões do presídio. “Quando sair daqui vou para a política!”, devem ter jurado a si mesmos.
A Segunda Turma faz a festa dos grandes escritórios de advocacia criminal! Querem nos convencer de que estamos presenciando as maravilhas de um ordenamento jurídico perfeito. No firmamento da democracia, ele faz luzir a constelação dos inabaláveis direitos dos cidadãos. Dito isso for the record, bota o pé no chão, deixa de frescura e solta a bandidagem endinheirada. Libera os amigos. Protege os companheiros.
        É preciso andar de quatro, com o nariz enfiado no chão, para imaginar que [no firmamento da tal “democracia” da Segunda Turma] os mesmos favores, o mesmo atendimento urgente em meio àqueles arquivos empoeirados, são conferidos a todo processo, a toda petição. E que a mesma orelha ministerial esteja sempre disposta a ouvir todas as arengas e a atender todos os telefonemas. Por quem nos tomam?
        É instigante observar que os cavaleiros do apocalipse moral do país, veneráveis patronos da impunidade eterna, ostentam uma característica comum. São bifrontes. Têm uma face para promover a impunidade, para jurisdicionar e fazer felizes os grandes corruptos. E outra para – peito estufado de vaidade enferma – descrever tais atos como virtuoso exercício de sua missão constitucional.

        

Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

Copa de 2026


Empreendedores buscam investir nos Estados Unidos, mas é preciso cuidados, alerta expert


A Copa do Mundo de 2026 já foi escolhida pela FIFA e será jogada em três países: Estados Unidos, México e Canadá. Por incrível que pareça, muitos empreendedores já estão se movimentando para obter informações no sentido de investir nestes países, principalmente nos Estados Unidos.

De acordo com a expert em International Business, Marcya Machado, a procura de investidores tem aumentado muito depois que a FIFA escolheu os Estados Unidos como sede principal. 

No entanto, é preciso alguns cuidados específicos para fomentar negócios em terras norte-americanas.  Segundo a especialista, pessoas com qualificação superior ou nível universitário, inclusive brasileiros, têm escolhido uma forma ilegal de entrar no país na esperança de permanecer na “terra das oportunidades”.  

“Além da entrada pela fronteira do México, muitas pessoas se escondem atrás de um curso de idiomas, enquanto trabalham clandestinamente, mesmo correndo o risco de ser deportado. Muita gente arrisca todos os dias. As que não são pegas, presas, julgadas e deportadas, acabam vivendo uma vida marginal. Aceitam subempregos, vivem em comunidades, mas não têm nenhuma garantia sobre os bens adquiridos durante suas estadas no país, muito menos sabem sobre o dia de amanhã”, alertou.

Conforme a Lei de Imigração dos Estados Unidos, as pessoas que tentam entrar ilegalmente no país são levadas à prisão e seguem aguardando julgamento. Se acontecer de estarem acompanhadas de seus filhos ou parentes menores de idade, estes menores não podem ser encaminhados à detenção juntamente com os adultos e são encaminhadas para abrigos ou lares adotivos. Isso tem ocasionados muita polêmica e críticas por parte das comunidades internacionais. Ultimamente, os tribunais norte-americanos têm julgado mais de 1000 pessoas por dia, buscando, desta forma, acelerar o julgamento dos processos.

Este processo, que acaba resultando em uma triste realidade para muitas famílias, deve-se à política de TOLERÂNCIA ZERO, para os imigrantes ilegais, instituída pelo presidente Donald Trump, e reforçada pelas leis estadunidenses. No entanto, aos empreendedores que desejam investir nos Estados Unidos, o atual momento é até mais favorável que na época de Barack Obama, com aquecimento crescente da economia, geração de novos empregos e oportunidades.

Para aqueles que desejam entrar no país pela porta da frente, empreender e até residir nos EUA, existem vistos específicos que permitem, ao empreendedor e família direta, entre cônjuge e filhos menores de 21 anos, vistos de trabalho (L1), investimento (E-1 e E-2) e os classificados como EB, que dão acesso direto ao Green Card, entre outros. “É importante que os interessados passem por uma avaliação de perfil com um profissional qualificado, que irá assessorar e identificar as possibilidades que podem se encaixar ao tipo de negócio, background acadêmico, artístico ou atlético, ou até mesmo, pela dupla cidadania com países que possuem tratado comercial com os Estados Unidos”, frisou Marcya Machado.



Inovação como tendência estratégica na indústria


Uma pesquisa feita recentemente pela Desenvolve SP, mostrou que mais da metade dos empresários paulistas pretendem investir em algum tipo de inovação entre 2018 e 2020. O principal desejo desses empresários é inovar para conquistar novos mercados. No entanto, apesar do crescente interesse das empresas brasileiras no tema, ainda há muitas dúvidas sobre o que, de fato, é inovação. E, separar quem realmente é inovador de quem está apenas se apropriando indevidamente do discurso, era uma tarefa quase impossível.

Digo “era” porque está chegando uma certificação ISO capaz de separar o “joio do trigo”. A ISO 50.501, é uma certificação internacional que pretende garantir que a inovação não seja apenas um discurso bonito e sim uma cultura inerente ao cotidiano da empresa. A proposta da certificação é criar uma política capaz de suportar a organização no desenvolvimento de novos processos. A intenção é unificar as boas práticas já adotadas em todos os 163 países membros da ISO - International Organization for Standardization, que fica sediada em Genebra, na Suíça.

O comitê técnico de inovação foi criado pela Organização em 2008, dando início aos estudos para elaboração de uma norma específica para o assunto. Em 2013, o comitê já havia levantado todas as normas de inovação dos países associados. A partir de 2015, começaram as reuniões para elaboração da norma. Depois de várias revisões e alterações, o texto finalmente foi aprovado no último dia 05 de junho. A publicação deve acontecer já no segundo semestre de 2018, para dar início ao processo de certificação. No Brasil, ela ainda será traduzida pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. A expectativa é que, no máximo no primeiro trimestre de  2019, ela comece e ser certificável em nosso país. E, certamente, representará um grande ganho a quem for realmente inovador.

Em linhas gerais, o texto diz que inovação é a introdução no mercado de produtos, processos, métodos ou sistemas que não existiam anteriormente, ou que contenham alguma característica nova e diferente da até então em vigor. A norma avalia, basicamente, sete pilares de inovação: liderança visionaria, gestão de novos insigths, gestão da incerteza, cultura de adaptação, espirito de cultura aberta, adoção de valores de criação e direção intencional.

Com base nesse novo modelo criado, a norma vai criar uma ferramenta de gestão baseada em uma política para inovação, estabelecer objetivos e decidir métricas para quantificar e qualificar os resultados.

Ao contrário do que parece, a implementação é bastante simples. A empresa passa por uma fase de diagnóstico, que pode ser feito tanto por uma equipe interna de gestão quanto por uma consultoria terceirizada, desde que se detenha conhecimento específico sobre essa nova norma. Essa etapa pretende identificar se a cultura de inovação já existe e precisa apenas de adaptações, ou se a certificação servirá como uma ferramenta para implantação desse novo mindset. Depois de estabelecidos esses parâmetros, a próxima fase estabelece um cronograma, que varia caso a caso, uma vez que é completamente personalizado para cada empresa. Quando os ajustes estiverem prontos, uma acreditadora ligada ao INMETRO faz a avaliação para certificar.

Todos os tipos de empresa podem - e devem - buscar a ISO 50.501 para garantir que seus processos de gestão da inovação sigam as melhores práticas do mundo. Essa será uma grande oportunidade de transformar as empresas brasileiras, disseminando condutas inovadoras ideais para enfrentarmos os desafios que estão sendo impostos todos os dias pela modernidade. As empresas já perceberam que o mundo mudou e elas precisam mudar junto para continuarem ativas.






Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da qualidade.


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