De acordo com o Dr.
Octávio Guarçoni, corredores que mantêm uma rotina de proteção solar,
hidratação adequada e acompanhamento dermatológico dificilmente terão danos
específicos relacionados à atividade.
No Instagram e no X (ex-Twitter), os feeds estão cheios de fotos das chamadas ‘street races’. Com a popularização das corridas de rua no Brasil e no mundo, um fenômeno tem chamado a atenção dos dermatologistas: a chamada ‘runner's face’, ou “face de corredor”; caracterizada por marcas de exposição aos raios solares e o envelhecimento precoce da pele.
A questão que surge é simples, mas polêmica: seria a ‘runner face’ um mito ou uma consequência real da prática intensa? A dúvida acompanha o crescimento da modalidade, que vai muito além do esporte competitivo. Kits personalizados, chips de monitoramento e uma experiência completa de lifestyle têm atraído pessoas de diferentes idades para percorrerem circuitos de corrida à céu aberto.
De acordo com o “12º Relatório Anual de Tendências Esportivas”, do app Strava, a ‘corrida’ segue como o esporte mais popular entre usuários da plataforma global, com o número de competições em ascensão. No Brasil, estima-se que o mercado já movimente em torno de R$ 1 bi, somando mais de 14 milhões de ‘runners’, segundo dados da Ticket Sports.
No entanto, as preocupações acerca da ‘runner’s
face’ levantou questionamentos entre a comunidade, sobre os possíveis
efeitos da prática intensa. De acordo com o Dr. Octávio Guarçoni, médico
especializado em Dermatologia e referência em saúde metabólica no Brasil,
os alertas emitidos que o movimento da corrida mexe com os tecidos face são
fictícios; e que pequenas rotinas como o uso do protetor
solar, hidratação e acompanhamento dermatológico são o suficiente para
evitar o ressecamento da pele no sol.
Para Guarçoni, a prática
regular de corrida traz benefícios que vão muito além do condicionamento
físico, como o auxílio à circulação, fortalecimento dos músculos e
articulações, regulação do sono e redução dos níveis de estresse. “O
corpo se adapta ao esforço gradualmente, e os efeitos positivos na saúde são
nítidos. As corridas, por si só, não têm o potencial de degradar as fibras
colágenas, mas o afinamento do rosto é natural diante da perda do tecido
celular”, explica.
Com a chegada do verão no
próximo dia 21 de dezembro, o dermatologista reforça a importância de cuidados
específicos. “O calor e a radiação solar aumentam o risco de danos à
pele durante os treinos ao ar livre. É essencial usar protetor solar de amplo
espectro, reaplicando a cada duas horas, além de optar por roupas leves e
chapéus; ou bonés que ofereçam proteção adicional. Beber água antes, durante e
depois da corrida ajuda a manter o corpo funcionando bem e a pele
saudável”, complementa.
Para o Doutor, os sulcos,
olheiras e marcas de expressão que deixam o rosto visualmente mais
cansado são consequências naturais do envelhecimento, mas que são
incorretamente atribuídas às corridas. Especialista em saúde metabólica,
o Dr. Octávio Guarçoni também é um dos entusiastas
da running, inclusive promovendo um dos maiores circuitos wellness
de alto padrão em Feira de Santana: a Guarçoni Race Experience.
“O que muitos chamam de ‘runner face’,
na verdade, não passa de um mito popular. Tecnicamente, o envelhecimento da
pele é resultado de fatores como exposição cumulativa aos raios UV, poluição,
tabagismo e genética, e não da prática da corrida em si. Corredores que mantêm
uma rotina de proteção solar, hidratação adequada e acompanhamento
dermatológico dificilmente terão danos específicos relacionados à atividade.
Portanto, a corrida deve ser vista como aliada da saúde, e não como vilã da
estética facial”, conclui.
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