Em se tratando das
atividades escolares, é importante que os pais tentem esquecer-se de suas
diferenças e ajam apenas como pais, em parceria, sem desautorizar um ao
outro. Desta maneira, a criança ficará muito mais segura na escola e terá um
desempenho adequado
Pais separados continuam sendo pais. A afirmação é ainda
mais precisa quando se trata do papel do ex-casal nas atividades escolares dos
filhos. “Quando se trata da educação formal, é importante que pai e mãe tentem
colocar suas diferenças como casal separado de lado e pensem apenas como pai e
mãe daquela criança. Eles precisam criar uma parceria entre si e com a escola
para que a criança tenha um desempenho adequado e se sinta segura no ambiente
escolar”, aconselha Katarina Bergami, Pedagoga, Coordenadora Educacional da
Faces Bilíngue, escola situada no bairro de Higienópolis, em São Paulo, que há
quase 20 anos educa crianças dos quatro meses aos dez anos de idade.
Katarina diz que é muito comum presenciar pais separados
usando o ambiente escolar como forma de desautorizar um ao outro. “É um erro. A
criança passa a obter benefício próprio, manipulando os pais,
inconscientemente, para conseguir o que deseja, já que eles mesmos começaram o
jogo de ‘se ela (ou ele) não deixa, eu deixo’. Os conflitos surgem a todo o
momento e o relacionamento vira uma guerra”, alerta a educadora.
Por esse motivo, Katarina diz que os pais precisam abrir
o diálogo e decidir, juntos, o que é melhor para a educação dos filhos, sendo
parceiros neste processo. “Das atividades anuais da criança até como o estudo
será conduzido, tudo é possível de ser combinado e executado sem brigas. Se não
for possível um diálogo sozinhos, convém pedir ajuda à Coordenação Pedagógica
da escola, que pode auxiliar os pais no entendimento. O que não pode haver é
uma disputa de poder envolvendo a criança, seus horários, atividades e a forma
como ela será educada, porque então haverá uma baita confusão na cabeça dela”,
orienta.
Finalizando, Katarina diz que, por sua experiência, pais
separados que decidem organizar a vida escolar dos filhos juntos percebem uma
performance muito melhor das crianças, mais calma e segurança também. “Isso
fica muito claro porque as crianças sentem mais harmonia e ficam mais seguras.
Ninguém gosta de ser objeto de disputa ou viver sob tensão ou sem saber se
obedece o pai ou a mãe. É preciso que ambos sejam escutados e respeitados, da
mesma maneira”, finaliza a especialista.
Katarina Bergami - mestra em Psicopedagogia pela Leibniz
Universität Hannover - School of Education e atua como Coordenadora Educacional
da Faces Bilíngue, escola situada no bairro de Higienópolis, em São Paulo, que
há quase 20 anos educa crianças dos quatro meses aos dez anos.