Obra Photosphere, 2024 | Vigas | Crédito: Lua Morales
Com obras de grandes proporções criadas por artistas brasileiros, LUZ ÆTERNA - Ensaio Sobre o Sol é uma exposição imperdível para quem busca experiências sensoriais. Até 25 de novembro, público pode conferir gratuitamente no CCBB São Paulo.
De entidade
divina ao papel crucial para a vida na Terra, a jornada da estrela mais próxima
de nosso planeta é o fio condutor da exposição LUZ ÆTERNA - Ensaio Sobre o Sol, em
cartaz no anexo do Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Cinco obras
imersivas evocam a poética do Sol por meio de projeções digitais, instalações
interativas e contemplativas que permitem aos visitantes conferirem a evolução
e o poder deste corpo celeste tão presente em nossas vidas e a 149 milhões de
quilômetros da Terra.
Os cinco
artistas da mostra foram convidados a conceber as obras exclusivamente (site specific) para o CCBB
e utilizaram a tecnologia e a luz como os principais elementos das criações.
“Elas são diferentes, mas se complementam ao fazerem uma ode à principal
estrela do sistema solar”, destaca Antonio Curti, curador e co-fundador da AYA,
estúdio paulistano de new media
art que coordena a mostra. “As obras dessa exposição ilustram o que
ocorre quando o Sol, transformado em luz artificial e eletricidade, é
incorporado pela mente de um artista”, completa.
A mostra já
esteve em cartaz no CCBB Brasília e CCBB Rio de Janeiro e conta com patrocínio
do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Linguagem
acessível
A
participação dos artistas brasileiros na exposição é, também, uma forma de
mostrar a potência da arte digital realizada no país. “Eles fazem parte de um
novo movimento artístico, de extrema importância”, avalia Curti. “Ao usarem
recursos digitais e a luz como suporte para ativar poéticas, dialogam com
aspectos contemporâneos da sociedade e com vários públicos”, explica.
Em LUZ ÆTERNA - Ensaio Sobre o Sol
a linguagem é acessível e democrática, pois não é necessário o conhecimento
prévio sobre arte para compreender a mostra. “As obras captam a atenção, mesmo
em tempos de tantos estímulos. Qualquer pessoa, de qualquer idade, poderá
vivenciá-las. Isso porque o visitante sai da contemplação e passa para a
imersão, se torna parte da experiência”, afirma o curador.
Interação
e contemplação
Em Gênesis, obra imersiva
criada pelo estúdio AYA, mostra a história e influência do Sol, de sua origem
ao seu papel fundamental na geração de eletricidade, é repassada ao público em
uma sala de projeção. De uma forma lúdica, imersiva e sensorial, os visitantes
podem vivenciar a evolução e potência dessa grande estrela. O trabalho ilustra
como o Sol deu forma ao universo e continua impactando a vida diária, a
tecnologia e a sustentabilidade.
Fluido
Solar, da
artista ErotidesNai, é
uma obra participativa. Representa a busca pela iluminação, destacando o
contraste entre o desconhecido e a luz interior de cada ser humano. A instalação
desafia a bidimensionalidade ao flutuar no espaço central da sala.
Transformando-se em um espelho interativo, a peça reflete a jornada do
visitante, convidando-o à contemplação da própria essência.
Tecnologia e natureza
Além de
enaltecer o Sol, a exposição provoca reflexões sobre o seu impacto na natureza,
na sociedade e na sustentabilidade. Propõe, por exemplo, uma mensagem reflexiva
sobre o meio ambiente, de uma forma lúdica e poética. “Somos bombardeados o
tempo todo por notícias negativas. A exposição não tem esse intuito. É um
lembrete sobre a importância essencial do Sol para a vida na Terra e como as
pessoas podem ver sua beleza em pequenos momentos”, ressalta Antonio Curti.
Em Perihelion, o céu é
captado, reprocessado e projetado, em tempo real, como uma câmera obscura.
Relógios concêntricos são postos em ação e o primeiro, uma elipse, tem o ciclo
de um minuto, da escuridão à luz intensa, com um som que funciona como um sino
de anunciação. O segundo dura uma hora e marca a rotação em volta de um espelho
convexo circular (representa a Lua, que reflete e difunde a luz do céu no
ambiente). O terceiro circuito vai do solstício de verão ao equinócio.
Celebração
sensorial
Unindo
elementos astrofísicos e biológicos em uma experiência audiovisual sensorial, Photosphere, do
artista Leandro Mendes, mostra a dinâmica da fotosfera solar com elementos e
dados coletados do universo para elaborar padrões vibrantes em uma tela
circular. Com uma trilha sonora original, a instalação conecta luz e som e
reproduz a intensa variação da energia solar.
Céu
Zero,
produzida por Leston, questiona o que aconteceria se, de alguma maneira, nós
conseguíssemos capturar linha do horizonte. O que aconteceria se, finalmente,
ela estivesse ao nosso lado e na altura dos nossos olhos?
"Talvez
assim fosse possível entender que o céu não é plano, como nos parece quando
olhamos para cima”, reflete o artista. “E compreender que as coisas que vemos
não acontecem apenas uma ao lado da outra, mas também uma atrás da outra”, explica.
“Talvez assim fosse possível ver a luz se espalhando e dominando o espaço”,
completa.
SERVIÇO
LUZ AETERNA: Ensaio sobre
o Sol
Período: até 25 de novembro
de 2024
Local:
Anexo
do Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Endereço: Rua Álvares Penteado,
112 – Centro Histórico – SP
O anexo CCBB
fica ao lado do prédio principal, na Rua da Quitanda, 80.
Funcionamento: aberto todos os
dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras.
Ingressos gratuitos: disponíveis
em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB SP.
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui
estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6
horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é
gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às
21h.
Transporte
público:
O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de
ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi
ou Aplicativo:
Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB
(200 m).
Van: Ida e volta
gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma
parada no metrô República. Das 12h às 21h.
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