Ah, a codependência! Essa habilidade quase artística de encontrar o lado negativo em qualquer situação e transformar pequenos inconvenientes em grandes tragédias pessoais. Quem nunca, não é mesmo? Mas, se você está cansado de ser o maestro de uma sinfonia de infelicidade, talvez seja hora de repensar essa estratégia.
A lista
infinita de "e se..."
Quem
sofre de codependência emocional é mestre em criar uma lista interminável de
"e se". "E se eu não encontrar alguém?", "E se meu
parceiro deixar de me amar?", "E se ele não me entender?". É
como se estivéssemos sempre prontos para um concurso de lamentações, onde o
prêmio é um troféu de infelicidade perpétua. Mas, convenhamos, viver assim é
como assistir a um filme de comédia romântica esperando um final trágico. E,
embora todos gostemos de uma boa reviravolta, talvez seja hora de mudar o
roteiro.
E qual é
o segredo?
Sim, há
um segredo, e ele é mais simples do que descobrir a fórmula da Coca-Cola!
Trata-se de usar e abusar do nosso poder pessoal para nos fazer felizes,
independentemente das circunstâncias. Como fazemos isso? É tudo uma questão de
ajustar o foco e aprender a direcionar a nossa atenção para o que já
temos. Ao invés de esperar que a felicidade bata à porta como um entregador de
pizza, que tal começar a encontrá-la nas pequenas coisas que já estão ao seu
redor?
- O
desafio dos Três Minutos
Imagine
que sua mente é como um rádio antigo, daqueles que precisam ser sintonizados
manualmente. Às vezes, sem perceber, acabamos deixando a estação no modo
"Reclamação FM", onde só toca aquela música triste sobre o que está
faltando em nossas vidas. Mas, felizmente, podemos girar o dial e mudar para a
estação "Gratidão FM", onde a trilha sonora é bem mais animada!
Comece
pequeno, como um treino de academia, mas para a mente. Reserve três minutos
antes de dormir para listar mentalmente ou em um papel três coisas pelas quais
você é grato. Pode ser o sorriso que você recebeu do barista, o fato de que sua
planta ainda não morreu (apesar das suas habilidades questionáveis de
jardinagem), ou aquele momento em que o ônibus chegou exatamente quando você
chegou no ponto.
2.
O Jogo do "Que bom que..."
Transforme
as situações do dia a dia em um jogo. Para cada pensamento negativo, encontre
um "Que bom que...". Por exemplo, "Perdi o ônibus... que bom que
agora tenho tempo para ouvir aquele podcast que adoro!" ou "Queimei o
jantar... que bom que agora tenho uma desculpa para pedir pizza!"
3.
A arte de descomplicar
Se você
tiver tendência a complicar, adote a prática da simplificação consciente:
sempre que se deparar com uma situação que pareça complexa, faça uma pausa e
pergunte a si mesmo(a) qual é o objetivo principal ou a essência do que está
enfrentando.
Em
seguida, divida o problema em partes menores e mais gerenciáveis, focando em
resolver uma coisa de cada vez. Pergunte-se: "Isso realmente importa
agora?" ou "Estou adicionando camadas desnecessárias a essa
questão?" Ao cultivar essa habilidade de questionamento e priorização,
você poderá reduzir a sobrecarga mental e encontrar soluções mais claras e
diretas para os desafios do dia a dia.
4.
O poder do aqui e agora
Vamos
imaginar que a felicidade é um daqueles aplicativos de celular que você nunca
usa, mas que está lá, prontinho para ser aberto. A chave é focar no que você já
tem. Sim, eu sei, isso soa como uma daquelas frases clichês de autoajuda, mas
ouça só: é mais fácil do que parece!
Comece
com pequenas coisas. Permita-se realmente sentir o sabor daquele café quentinho
pela manhã. Escute, com atenção, o barulho relaxante da chuva. Ao tomar banho,
sinta a água morninha passando por todo o seu corpo. Ou até mesmo o fato de que
você ainda consegue ver suas séries favoritas sem interrupções (pelo menos até
que o Wi-Fi resolva tirar um dia de folga).
5.
A arte de se desapegar do drama
A verdade
é que a felicidade não é um destino, mas uma jornada. E, como em qualquer boa
viagem, é importante não levar bagagem extra. Então, que tal deixar para trás
as exigências e esse fardo de expectativas irreais?
A vida é
como um jogo de tabuleiro, às vezes você avança, outras vezes volta algumas
casas, mas o importante é continuar jogando. E, se por acaso você cair na casa
do "drama", lembre-se: você sempre pode rolar os dados novamente.
Permita-se avançar no fluxo da vida, desenvolvendo a capacidade de aceitar a
realidade.
Conclusão:
rir ainda é o melhor remédio
No final
das contas, a felicidade é uma escolha. Claro, há dias em que tudo o que você
quer é se enrolar em um cobertor e assistir a filmes tristes, mas, na maioria
das vezes, rir é realmente o melhor remédio.
Portanto,
da próxima vez que você se pegar focando no que falta, tente encontrar o humor
na situação. Afinal, se não podemos rir de nós mesmos, de quem podemos rir? E,
quem sabe, ao fazer isso, você descubra que a felicidade estava ali o tempo
todo, esperando apenas que você a notasse.
Elizabeth Zamerul (@elizabethzamerul) - psiquiatra e psicoterapeuta, uma das maiores autoridades nacionais em Dependência Emocional, Codependência e Relações Abusivas. Possui uma carreira de mais de 30 anos dedicados ao estudo e tratamento de Dependência Emocional / Codependência e de relacionamentos abusivos. Formada em Medicina pela USP e com Mestrado pela UNIFESP, onde desenvolveu o projeto "Violência entre Parceiros Íntimos", é conhecida por sua abordagem prática e compassiva. Além de sua atuação como terapeuta, ela tem se destacado como escritora, palestrante e influenciadora digital, com mais de 300 mil seguidores no YouTube e redes sociais. Relançou recentemente a obra "Juntos Porém Livres – Harmonizando Amor e Individualidade".
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