Segundo doutor em
psicologia, é importante que haja ciência de que algumas práticas podem
comprometer a eficácia do tratamento
Participar de sessões de terapia é uma parte vital
do cuidado com a saúde mental, mas é importante que quem decide fazer esse
investimento saiba que algumas ações podem comprometer os seus
resultados.
De acordo com dados do Instituto Cactus, entidade
filantrópica ligada ao bem estar psíquico, somente 5,1% dos brasileiros fazem
tratamento com psicoterapia; e cerca de 19% chegaram a se consultar em algum
momento com um psicólogo ou um psiquiatra no decorrer do último ano, porém a
grande maioria não passou de cinco encontros.
Segundo Danilo Suassuna, doutor em psicologia e diretor do Instituto Suassuna, que oferece pós-graduação e forma psicólogos atuantes, a terapia pode
não ser um processo fácil, por isso, esperar resultados rápidos ou acreditar
que o terapeuta resolverá todos os problemas sem esforço pessoal do paciente
pode levar à frustração. “Muitos pacientes, sem saber, acabam cometendo erros
que só prolongam a obtenção de um resultado satisfatório, por isso é preciso
estar consciente de que, ao iniciar a terapia, eles também precisam estar
dispostos”, afirma.
Confira as principais ações que comprometem a busca
de saúde mental por meio de terapia:
- Falta
de Honestidade - Esconder informações importantes ou não ser completamente honesto
sobre sentimentos e comportamentos pode dificultar a eficácia da terapia.
“Lembre-se de que o espaço terapêutico é seguro e confidencial. Ser
transparente com seu terapeuta é crucial para o progresso. Sem essa
sinceridade, as intervenções podem não ser tão eficazes quanto poderiam
ser”, diz Danilo Suassuna.
- Achar
que é um processo super rápido - A terapia é um processo colaborativo e
gradual, por isso, estabelecer metas realistas e compreensíveis desde o
início pode ajudar a alinhar expectativas e tornar o processo mais
satisfatório. “Além disso, é importante entender que a terapia não é um
processo de fora para dentro, mas de dentro para fora. Estar disposto a se
abrir e enfrentar suas emoções pode ser doloroso, mas é essencial para o
crescimento pessoal”, orienta o especialista.
- Não
seguir recomendações - Segundo o doutor em psicologia, ignorar as
sugestões e tarefas dadas pelo terapeuta pode limitar o progresso. “Tente
seguir as recomendações e praticar as técnicas discutidas durante as
sessões. Elas são projetadas para ajudar no seu desenvolvimento.
Negligenciar esses aspectos pode resultar em um tratamento menos eficaz e
mais prolongado”, explica ele.
- Interrupções
constantes -
Celular, notificações ou preocupações do dia a dia podem atrapalhar a
fluidez da sessão. Além disso, Suassuna afirma que, embora seja natural
ter muitos pensamentos e sentimentos durante a terapia, é importante criar
um ambiente propício para a concentração.
- Falta
de compromisso - Faltar sessões regularmente ou não levar a sério os compromissos
pode comprometer o andamento do tratamento. A terapia requer um
compromisso regular para ser eficaz.
- Resistência
a mudanças -
Ser resistente a novas perspectivas pode dificultar o progresso. A terapia
frequentemente envolve a exploração de novos modos de pensar e
comportar-se. “Mantenha a mente aberta e esteja disposto a considerar
novas formas de pensar e agir. A mudança pode ser desconfortável, mas é
frequentemente necessária para o crescimento pessoal”, orienta Danilo
Suassuna.
- Foco
excessivo em problemas externos - Colocar a culpa apenas em fatores externos
e não reconhecer sua própria responsabilidade nas situações pode limitar o
autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal, segundo o doutor em
psicologia. “Reconhecer sua própria responsabilidade é um passo importante
para a transformação e a resolução de problemas”, avalia o especialista.
- Não entender que há limites profissionais e éticos - Os psicólogos seguem um código de ética rigoroso que visa proteger tanto o paciente quanto o terapeuta. Esses limites são estabelecidos para manter a objetividade, a confidencialidade e a eficácia do tratamento. “Manter uma relação profissional estritamente dentro do ambiente terapêutico é essencial para evitar conflitos de interesse e preservar a neutralidade do terapeuta. Com isso, qualquer comunicação fora do contexto terapêutico, como por redes sociais ou eventos pessoais, deve ser evitada para não comprometer a dinâmica da terapia”, finaliza Danilo Suassuna.
Danilo Suassuna - Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG Núcleo de estudos e pesquisa em gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011). Para mais informações acesse o instagram: @danilosuassuna.
Instituto Suassuna
Para mais informações, acesse o site
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