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sábado, 2 de novembro de 2024

Estudo comprova que uso da cartilagem da costela é alternativa viável para rinoplastia

Médica de Curitiba participou de estudo científico internacional, que demonstrou que o uso de cartilagem costal (retirada da costela) é uma alternativa para pacientes que não possuem estrutura suficiente na ponta do nariz para fazer rinoplastia

 

Um estudo científico recente, que será publicado na revista científica da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) (em português: Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), comprovou que o uso de cartilagem costal (extraída da costela) é uma alternativa viável e eficaz para a rinoplastia — cirurgia voltada para melhora estética, funcional ou reconstrução do nariz. A pesquisa, da qual participou a otorrinolaringologista e cirurgiã curitibana Marina Serrato, mostrou que a cartilagem costal é particularmente útil e eficaz em alguns casos. 

Conforme a cirurgiã, há casos de pacientes que possuem uma deficiência da pré maxila (osso da face que sustenta a estrutura do nariz). E quando a base da ponta do nariz precisa de maior suporte nasal, para que a rinoplastia seja funcional, e o paciente não tem pré maxila suficiente, o enxerto com cartilagem da costela é eficaz nesse tipo de reconstrução. 

“O estudo mostrou que essa é uma abordagem bastante viável e traz excelentes resultados, tanto para casos estéticos, quanto para a melhora da funcionalidade respiratória”, afirma Marina. 

Os médicos que realizaram o estudo consideraram, inicialmente, o resultado cirúrgico de 38 pacientes (5 homens e 33 mulheres) com idades entre 18 e 58 anos, entre os anos de 2021 e 2022. Destes, 20 foram selecionados para esse estudo. Todos foram operados por Marina e acompanhados ao longo de 12 meses. 

O estudo comprovou que o uso da cartilagem costal levou à boa sustentação da ponta da ponta do nariz, trazendo excelentes resultados estéticos e funcionais na melhora da respiração. Nenhuma complicação como deslocamento do enxerto, cicatrização, extrusão ou infecções foi relatada. Apenas um paciente teve uma diferença na angulação e sustentação devido a um problema de saúde ocorrido antes da cirurgia.

 

Como é feita a retirada da costela para rinoplastia 

A retirada da costela para uso na rinoplastia é feita através de uma pequena incisão na região do sulco infra-mamário, ficando pouco perceptível no pós-operatório. São retirados cerca de 3 cm de cartilagem, o suficiente para confecção de todos os tipos de enxertos. A retirada deste pequeno fragmento de cartilagem costal não tem qualquer repercussão clínica para o paciente. 

O cirurgião torácico Gustavo Ramasco, que realiza a retirada da cartilagem da costela dos paciente nas cirurgias da Dra Marina, explica que utilizar a cartilagem como um enxerto tem como principal vantagem o baixo risco de rejeição, porque é do próprio paciente. 

"É um enxerto bem robusto e que fornece material para que sejam feitos os moldes e os recortes necessários para dar sustentação e estrutura do nariz. Além disso, é uma opção excelente, quando bem indicada, para os pacientes que já tiveram cirurgias anteriores, para os pacientes que têm o septo muito fino ou que falta cartilagem para dar sustentação e mais projeção para a ponta nasal", afirma. 

Segundo Ramasco, a cartilagem retirada do tórax se regenera normalmente depois.


 

Virada de chave na qualidade de vida 

Um exemplo prático da eficácia dessa abordagem é o caso do administrador Jeferson Rodrigues Cardoso, de 57 anos. Após três cirurgias de septo, Jeferson continuava enfrentando dificuldades respiratórias graves, que comprometiam seu sono e qualidade de vida. Ele tinha uma alteração do arcabouço cartilaginoso da ponta do nariz, que fazia que, durante a inspiração, a entrada do nariz se fechasse e ele não conseguisse respirar pelo nariz . 

Mesmo assim, o administrador decidiu uma quarta tentativa de cirurgia. E a Dra. Marina constatou a necessidade do uso da cartilagem costal para reestruturar a base da ponta do nariz de Jeferson. 

"Eu acordava várias vezes por noite, com a boca seca, porque eu respirava com a boca. Tomava quase um litro de água durante a noite. Quando inspirava o ar mais forte, minha narina trancava, não me deixava respirar pelo nariz, porque a estrutura da narina era fraca. Depois da cirurgia, feita com o uso de cartilagem da costela, minha respiração melhorou completamente e também fiquei muito satisfeito com o resultado estético. No dia da cirurgia, voltei pra casa e pela primeira vez consegui dormir uma noite inteira, sem o nariz fechando e a boca seca", conta Jeferson. 

A cirurgia, que durou cerca de quatro horas e meia, melhorou também a estética do nariz, que ficou mais harmônica no conjunto facial.


 

Crescimento da rinoplastia no mundo e o Brasil como destaque
 

De acordo com dados da International Society for Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) - entidade internacional de cirurgia plástica, a rinoplastia foi um dos cinco procedimentos estéticos mais realizados no mundo em 2021, com destaque para o Brasil, que ocupa a segunda posição mundial em número de cirurgias plásticas. O estudo indica que mais de 63% das rinoplastias foram realizadas em pacientes de 19 a 34 anos.

Com o Brasil sendo um dos principais países no campo da cirurgia plástica, a presença de especialistas atualizados com os estudos científicos mais avançados reforça o papel do país como referência mundial em cirurgias estéticas.

  

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