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sábado, 2 de novembro de 2024

Desplugue e Explore: 5 dicas de atividades escolares na natureza e “sem telas”

As telas convidam à individualidade, escola
 é lugar para a construção do coletivo.
 Unsplash
Crianças que aprendem em ambientes livres de pressão têm, em média, 40% mais criatividade, aponta um estudo do Instituto Ayrton Senna

 

Nos últimos anos, o movimento sem telas nas escolas tem ganhado força globalmente, motivado por preocupações sobre o impacto do uso excessivo de dispositivos digitais na saúde mental e no desempenho acadêmico dos alunos. Uma tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Medicina Molecular da UFMG indica que o uso excessivo de telas está associado a uma deterioração da saúde mental, afetando usuários de todas as idades. 

Na Catalunya, uma escola proibiu o uso de celulares durante o horário escolar, resultando em um aumento de 30% na concentração dos alunos e de 25% no aproveitamento escolar em apenas um semestre, segundo uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Educacional da Catalunya. Esses dados reforçam a ideia de que eliminar distrações digitais pode beneficiar o aprendizado. 

Em um movimento semelhante, escolas na França também têm implementado restrições ao uso de celulares, com 54% dos professores relatando melhorias significativas no desempenho dos alunos após a adoção de políticas sem telas, segundo a pesquisa da Universidade de Harvard. 

Terezinha Fogaça de Almeida, fundadora da Escola Ágora em Cotia, São Paulo, defende o movimento sem telas, ressaltando que a tecnologia deve auxiliar o aprendizado. “A escola foca no desenvolvimento da atenção e da interação pessoal, promovendo habilidades sociais como comunicação e empatia. A restrição ao uso de celulares tem gerado resultados positivos, estimulando a curiosidade e criatividade das crianças”, disse Terê que adota essa abordagem há quase 40 anos, em meio à Mata Atlântica. 

De acordo com um estudo do Instituto Ayrton Senna, crianças que aprendem em ambientes livres de pressão têm, em média, 40% mais criatividade. A Ágora realiza projetos de reciclagem e possui uma composteira que transforma resíduos orgânicos em adubo, incentivando a responsabilidade ambiental. Os alunos participam do plantio de árvores nativas da Mata Atlântica, como Pau Ferro e Bago de Macaco, contribuindo para a recuperação da vegetação local. Na escola, os alunos, sem o uso de telas, constroem cabanas, espadas e até uma moeda própria, cuja forma mais valiosa é uma semente de olho-de-cabra. Eles desenvolvem um ecossistema de cooperação, aprendendo a conviver com as diferenças e negociar regras. 

Neste contexto, a fundadora da Ágora, Terê, menciona mais 5 atividades escolares “sem telas”:

  1. Oficina de artes: promova uma atividade de artesanato onde os alunos possam criar obras usando materiais variados, como papel, tecido, tinta e objetos reciclados. Essa atividade pode ser inspirada em artistas ou movimentos artísticos;
  2. Teatro: os alunos podem preparar uma peça de teatro. Isso estimula a criatividade e a expressão oral, além de ser divertido!
  3. Roda de leitura: organize uma roda de leitura onde os alunos escolhem livros e compartilham trechos ou ideias principais com os colegas. Isso incentiva a leitura e a interpretação de texto;
  4. Aula de música: explore os ritmos, comece com uma breve introdução sobre diferentes ritmos. Toque padrões rítmicos simples no piano e peça aos alunos que os emitem, tanto no piano quanto batendo palmas. Varie os tempos (rápido, lento) e as acentuações;
  5. Debates e discussões em grupo: Escolha um tema relevante e promova um debate. Os alunos podem se dividir em grupos e preparar argumentos, desenvolvendo habilidades de oratória e pensamento crítico.

 

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