Médica explica que o método contraceptivo é seguro e eficaz, afirmando que não é necessário gerar pânico
Um estudo recente do Instituto do Câncer Dinamarquês trouxe à tona a relação entre o uso de dispositivos intrauterinos (DIUs) hormonais e o aumento do risco de câncer de mama. Com dados que envolveram mais de 78 mil mulheres, a pesquisa sugere que o uso de DIUs que liberam o hormônio levonorgestrel pode estar associado a um risco 40% maior de desenvolver a doença. Especialistas enfatizam a importância de analisar essas descobertas com cautela para evitar complicações desnecessárias entre as mulheres que utilizam o método contraceptivo.
Alexandra Ongaratto, coordenadora e médica do Instituto GRIS, destaca que, embora os resultados sejam relevantes, é fundamental interpretá-los no contexto de outros fatores de risco e benefícios. "O DIU hormonal é um método contraceptivo amplamente seguro e eficaz. Esses resultados não devem gerar pânico, mas sim servir como mais uma peça de informação para que cada mulher, junto com seu médico, possa considerar as opções que melhor atendem ao seu perfil de saúde”, explica Ongaratto.
Ela aponta que o risco associado ao uso do DIU hormonal é semelhante a outros métodos contraceptivos hormonais, como os anticoncepcionais orais. “Assim como acontece com pílulas anticoncepcionais, a presença do hormônio levonorgestrel no DIU pode influenciar no risco de câncer de mama, mas trata-se de um risco relativo e, em muitos casos, é compensado pelos benefícios que o método oferece em termos de eficácia e comodidade", diz.
Rosangela de Paula Alves, 41 anos, mãe e diarista, foi diagnosticada com câncer de mama há alguns meses, uma notícia que a lançou em uma busca intensa por respostas e esclarecimentos. Como muitas mulheres, ela se deparou com uma avalanche de informações, o que despertou inquietações sobre seu histórico de uso do DIU como método contraceptivo.
"Quando
li sobre a possível relação entre o DIU e o câncer de mama, senti uma
preocupação imediata, pois usei esse método por anos", comenta. Embora
essa ligação ainda não seja conclusiva, Rosangela percebeu a importância de se
informar e entender melhor os fatores que podem ter influenciado sua saúde.
Avanços nas
pesquisas
Além disso, novos avanços na pesquisa genética têm ajudado a compreender melhor as predisposições ao câncer de mama, especialmente entre mulheres jovens. A descoberta de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, responsáveis por uma maior predisposição ao câncer de mama e ovário, permite que mulheres de risco elevado sejam monitoradas de forma mais precisa. “Com esses estudos genéticos, conseguimos personalizar o acompanhamento para mulheres que têm uma maior probabilidade de desenvolver a doença, o que aumenta as chances de detecção precoce e tratamento eficaz”, comenta Alexandra.
A medicina também aponta a importância de focar em um entendimento mais amplo sobre o câncer de mama, que considere tanto fatores genéticos quanto comportamentais. Ela reforça a necessidade de uma conscientização que informe sem alarmar: "O mais importante é incentivar as mulheres a buscar informações e fazer escolhas baseadas em dados e orientações médicas. Levar em contato com os avanços que oferecem diagnósticos e tratamentos mais precisos, mas sem esquecer que a saúde feminina é um espectro amplo e que cada decisão deve ser individualizada”, conclui.
Rosangela,
que teve de enfrentar o difícil caminho do diagnóstico de câncer de mama, sabe
o quanto surgem dúvidas e receios ao longo do tratamento. "É essencial
buscar informações confiáveis e conversar com o médico sobre todas as questões
que nos preocupam," comenta. A relação entre métodos contraceptivos
hormonais e o câncer de mama continua sendo atualizado e, com o avanço da
ciência, Alexandra reforça a importância de olhar para cada estudo como uma
ferramenta para a tomada de decisões mais informadas e equilibradas.
Instituto GRIS
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