Contratar profissionais do concorrente é uma prática bastante comum do mercado, motivado, muitas vezes, por captar alguém com menor curva adaptativa, conhecimento do mercado e ampla experiencia no setor. Essa é uma estratégia que possui seu ônus e bônus e, antes de tomar essa decisão, as empresas precisam ter claro em mente as regras deste jogo para que saibam como disputá-lo com maior chance de vitória.
Um processo de recrutamento assertivo é uma tarefa
extremamente delicada e importante para alavancar o desempenho corporativo.
Isso porque, além de prejuízos financeiros, de tempo e de energia, uma
contratação errada pode ocasionar em uma queda na produtividade na equipe,
motivação do time e, até mesmo, uma eventual desestruturação. Em uma pesquisa
divulgada pelo jornal Valor Econômico, 41% das empresas chegaram a errar na
contratação de executivos em 2022, o que evidencia uma dor constante do
mercado.
Dentre as possíveis soluções que são enxergadas
nesse cenário, recrutar um colaborador do concorrente costuma entrar bastante
em pauta nas mais diversas funções, mas com um olhar ainda mais forte em
posições comerciais. Isso porque, por já ter amplo conhecimento no setor e,
especificamente, de outro player que atua no mesmo segmento, sua
curva de aprendizado e adaptação tende a ser menor do que é visto em
profissionais sem background nesse sentido.
Esse é o tipo de perfil plug and play, o
qual possuirá o know how necessário em termos de produto, clientes e
concorrência para facilitar sua chegada ao novo ambiente corporativo – sem
falar da falta que este talento pode fazer na outra empresa, principalmente, se
tiver ocupado uma cadeira estratégia nas operações. Mas, toda moeda tem seus
dois lados.
Do ponto de vista negativo, um profissional vindo
do concorrente pode ter uma mente “viciada” no sentido prático de seu trabalho,
o que dificilmente acontece com alguém de fora deste universo, que terá uma
visão mais fresca do negócio e uma maior capacidade de oxigenar e trazer ideias
criativas e disruptivas que possam elevar a conquista dos resultados esperados.
O que é melhor, então, em termos de contratação? A
resposta acaba sendo subjetiva. Se a sua empresa deseja adotar ações similares
aos de seus concorrentes e implementar estratégias de crescimento em tempo mais
veloz, então, talvez, o ideal seja trazer este talento do oponente. Porém, se o
foco está em inovar e buscar medidas diferentes que possam viabilizar tal
destaque, optar por um profissional fora deste campo terá grandes chances de
atingir essa meta.
Não que um seja melhor do que o outro, tudo depende
dos objetivos de cada negócio, suas dores, capacidades e ambições. Por isso, é
importante testar os dois cenários, identificando qual possui mais sinergia com
essas demandas.
Neste caso do concorrente, é fato que sua chegada
pode contribuir com um maior acesso às melhores práticas do mercado atuado,
assim como ao aperfeiçoamento dos processos levando em consideração essa
atuação das outras empresas do setor, e a adoção de ferramentas assertivas
nesse sentido. Mas, para tudo isso, certos cuidados devem ser tomados.
A liderança precisa desempenhar um papel muito ativo nessa curva de adaptação do talento, demonstrando clareza sobre o que é esperado dele em sua nova função e o problema a ser endereçado, para que consiga modelar seu trabalho a favor desta execução. Essa é uma opção que, certamente, poderá contribuir muito para o destaque competitivo da sua empresa, mas, se ainda não tem certeza de é o melhor caminho a seguir, comece se questionando por que está cogitando esse tipo de contratação. A resposta para sua dúvida certamente virá.
Jordano Rischter - headhunter e sócio da Wide Works, boutique de recrutamento executivo focado em posições de alta e média gestão.
Wide
https://wide.works/
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