Estudo publicado no JAMA Psychiatry em 2024 revela que tratamento com eletroestimulação transcraniana melhorou significativamente os sintomas de depressão resistente
Uma pesquisa publicada recentemente no JAMA Psychiatry intitulada
de “Estimulação Theta-Burst intermitente acelerada e depressão bipolar
refratária ao tratamento - Um ensaio clínico randomizado” apontou resultados
promissores de uma nova terapia de estimulação cerebral no tratamento de
depressão resistente.
O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Stanford,
testou uma técnica chamada "estímulo transcraniano de alta
frequência", que mostrou ser eficaz para reduzir os sintomas em pacientes
que não respondiam a tratamentos convencionais. Dos participantes, 53%
experimentaram uma resposta positiva, e cerca de 40% alcançaram a remissão
total dos sintomas, abrindo uma nova esperança para milhões de pessoas que
sofrem dessa condição.
A depressão resistente é um dos maiores desafios da psiquiatria
moderna, afetando cerca de 30% dos pacientes que não encontram alívio nos
tratamentos tradicionais. Relatos de figuras públicas como Pamela Anderson, que
recentemente falou sobre sua batalha de longa data contra a depressão, destacam
a importância de novas abordagens. Anderson, que enfrentou crises de saúde
mental durante sua carreira, é uma das muitas vozes que reforçam a necessidade
urgente de terapias mais eficazes e acessíveis para quem sofre com a doença.
Neuromodulação não invasiva no Brasil
A neuromodulação, técnica que utiliza estímulos elétricos
ou magnéticos para modular a atividade cerebral, tem se consolidado como uma
alternativa no tratamento da depressão resistente. No Brasil, centros de
tratamento neurológico já adotam essa abordagem, com destaque para o Estímulo
Magnético Transcraniano (EMT). A técnica visa regular áreas específicas do
cérebro associadas ao humor e às emoções.
A Dra. Carolina Souza, neurocientista com PhD em neurologia pela
USP, ressalta os avanços científicos no uso dessa técnica para tratar a
depressão resistente. "As evidências científicas acumuladas nos últimos
anos mostram que a neuromodulação, especialmente o Estímulo Magnético
Transcraniano (EMT), tem apresentado resultados promissores em pacientes que
não respondem a tratamentos convencionais. Estudos demonstram que uma parte
significativa dos pacientes experimenta melhora considerável, com muitos
atingindo remissão completa dos sintomas", explica a especialista.
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