Evaporação
da lágrima, falta de óculos com proteção UV,
excesso de filtro solar e água contaminada são os grandes vilões. Saiba
como prevenir.
Aglomerações
nas praias e piscinas são frequentes nesta época do ano e aumentam a incidência
de conjuntivite, além de facilitar o olho seco evaporativo e a ceratite,
inflamação na córnea mais comum em quem usa lente de contato.
De
acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto,
a doença mais comum no calor é a conjuntivite, inflamação da conjuntiva,
membrana que recobre a esclera, parte branca do olho e a face interna das
pálpebras. O especialista diz que nesta época do ano podem surgir três tipos
diferentes de conjuntivite
A
bacteriana, explica, é desencadeada pela maior proliferação de bactérias no
calor e água contaminada. A viral por conta das aglomerações, diminuição do
apetite e queda da imunidade.Já o
excesso de filtro solar na região dos olhos responde por 46% da conjuntivite
tóxica conforme levantamento realizado pelo especialista.
Maioria dos brasileiros se automedicam
O
tratamento de cada conjuntivite é feito com um tipo de colírio. O problema é
que segundo pesquisa lançada no segundo semestre de 2016 pelo ICTQ (Instituto
de Ciência Tecnologia e Qualidade) 72% dos brasileiros se automedicam e 40%
fazem o próprio diagnóstico pela internet.
Quando
o assunto é saúde ocular um levantamento feito por Queiroz Neto no hospital
mostra que 4 em cada 10 pessoas já
chegam aos consultórios usando colírio por conta própria. Este comportamento,
adverte, está tornando a conjuntivite bacteriana cada vez mais resistente. Só
para se ter uma idéia, o tratamento
feito com colírio antibiótico para tratar conjuntivite bacteriana geralmente dura 7 dias. Para ps que se
automedicam chega se estender por até 15 dias, afirma o especialista. Isso
porque, explica, são pessoas que usam uma sobra do colírio indicado aos avós
após a cirurgia catarata e se tornam resistentes ao medicamento, além de
correrem o risco de contaminar o olho.
Outros instilam durante meses colírio
corticóide indicado para combater processos inflamatórios severos. O uso
prolongado e desnecessário do medicamento predispõe ao desenvolvimento de
glaucoma. Além disso, ressalta, muitos pacientes interrompem o colírio antes do
prazo prescrito pelo médico, logo que os sintomas desaparecem. O problema é que
a bactéria ou vírus está latente nos olhos e a doença reaparece com mais força.
Prevenção
Os
sintomas comuns a todos os tipos de conjuntivite são: coceira, lacrimejamento,
sensibilidade à luz, pálpebras inchadas, olhos vermelhos. Na bacteriana a
secreção é amarelada, na viral é viscosa e transparente e na tóxica é aquosa.
As
principais recomendações do médico para prevenir a contaminação por vírus ou
bactéria são:
Manter
as mãos limpas.
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Não
coçar os olhos.
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Evitar
aglomerações.
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Não
compartilhar colírio, toalhas, fronhas ou maquiagem.
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Fazer
compressa de água fria nos olhos quando a secreção for transparente e morna
quando for amarelada. Não desaparecendo o sintoma procurar o médico.
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Para
prevenir a conjuntivite tóxica causada por filtro solar, Queiroz Neto recomenda
evitar excessos na região periocular, enxugar o suor ao redor dos olhos com
lenços descartáveis e lavar abundantemente sempre que o produto penetrar no
globo ocular. Quando a doença já está instalada a recomendação é interromper o
uso próximo aos olhos. Caso os sintomas não desapareçam em dois dias, consulte
um oftalmologista.
Cuidados
com lentes de contato
Queiroz
Neto afirma que no verão as lentes de contato devem ser substituídas por óculos
que podem ser do tipo solar com grau nas praias e piscinas. O contato com
areia, sal e água contaminada, explica, favorece o surgimento de ceratite,
inflamação da córnea, causada pelo acúmulo de depósitos nas lentes.
Nas
viagens aéreas por mais de três horas
recomenda retirar as lentes de contato. Nos aviões, observa, o ar mais
rarefeito resseca os olhos e contribui para a contaminação ocular.
Olho seco evaporativo
O
calor também pode ressecar a camada aquosa da lágrima e tornar o uso da lente
de contato desconfortável. Nosso organismo, comenta é composto em 60% por água.
Perder 1,5% disso já indica uma leve desidratação, que tem reflexos no corpo
todo, inclusive na visão. Os principais sinais são coceira, ardência, sensação
de areia nos olhos, irritação, fotofobia e visão embaçada — diz. Por isso, quem
usa lente deve ter um óculos na reserva.
Proteção ultravioleta tem validade
O
oftalmologista diz que todas as pessoas devem proteger os olhos com óculos,
boné ou chapéu durante a exposição ao sol.
Isso porque, a radiação UV (ultravioleta) favorece o desenvolvimento da
catarata, doença que torna a visão embaçada pela degeneração das células do
cristalino. A cor das lentes não faz diferença, mas alteram o conforto visual.
O mais importante, destaca, é que tenham 100% de proteção UV para impedir que a
radiação chegue ao cristalino e à retina onde o efeito cumulativo causa degeneração macular, doença que
progressivamente leva à cegueira definitiva. Proteger os olhos do sol também
evita o pterígio, uma membrana que cresce na superfície ocular, atrapalha a
visão e só pode ser eliminada com cirurgia.
Para
prevenir estas doenças a recomendação do
médico é fugir dos óculos escuros falsificados porque as lentes não têm
proteção UV. Por serem escuras fazem com
que as pupilas se dilatem, permitindo maior entrada de UV nas porções
anteriores dos olhos que se tornam mais vulneráveis. Os óculos de sol não são
para a vida toda, afirma. Um estudo publicado na Bio Medical Engineering,
mostra que o filtro UV tem validade de
dois anos.
O
oftalmologista diz que cores de lente mais confortáveis conforme a atividade
são:
•
Âmbar, marrom - permitem boa visão de profundidade, além de reduzirem reflexos.
•
Cinza - ideal para dirigir em dias nublados porque permite melhor visão de
contraste.
•
Rosa e púrpura – indicadas para surfistas por melhorar a visão de contraste em
fundos azul ou verde.
•
Amarela – para diminuir o ofuscamento de motoristas no lusco-fusco do
entardecer.