Nutricionista Adriana Stavro da dicas de alimentação e
hábitos saudáveis para prevenção
A
obesidade infantil é um dos mais sérios desafios da saúde pública do século
XXI. O problema é global e está afetando muitos países de baixa e média renda,
particularmente em ambientes urbanos. As taxas de sobrepeso e obesidade em
crianças e adolescentes em todo o mundo, aumentaram de menos de 1% (equivalente
a cinco milhões de meninas e seis milhões de meninos) em 1975 para quase 6% em
meninas (50 milhões) e quase 8% em meninos (74 milhões) em 2016. A quantidade
de obesos cresceu mais de dez vezes, de 11 milhões em 1975 para 124 milhões em
2016.
No Brasil a
prevalência de sobre preso e obesidade em crianças e adolescentes foi de 14,1%,
já em menores de 2 anos a prevalência foi de 6,5%.
O crescente número
de obesidade infantil está associado ao surgimento de comorbidades,
anteriormente consideradas doenças "adultas". Estas condições
incluem, apneia do sono, diabetes mellitus tipo 2, asma, esteatose hepática
(doença hepática gordurosa), doença cardiovascular, colesterol alto,
colelitíase (cálculos biliares), intolerância à glicose, resistência à insulina,
problemas de pele, anormalidades menstruais, equilíbrio prejudicado e problemas
ortopédicos.
Embora a maioria das
condições físicas de saúde associadas à obesidade sejam evitáveis e possam desaparecer quando uma criança ou
adolescente alcança um peso saudável, algumas continuam tendo consequências
negativas ao longo da vida adulta.
É importante saber
que a obesidade infantil pode afetar profundamente a saúde física, o bem estar
social, emocional e a autoestima das crianças
Complicações
emocionais e sociais
Estudos mostram que
crianças com sobrepeso ou obesas, tem quatro vezes mais probabilidade de ter
problemas de aprendizado em relação seus pares com peso normal. Elas também são
mais propensas a faltar na escola, especialmente aqueles com condições crônicas
de saúde, como diabetes e asma.
A obesidade tem sido
descrita como sendo uma das condições mais estigmatizamte e menos socialmente
aceita da infância. Estas crianças são frequentemente provocadas, intimidadas,
estereotipadas, marginalizadas e discriminadas por seu estado. Discriminações
foram relatadas em crianças a partir dos 2 anos de idade.
Crianças obesas são
excluídas de atividades competitivas na escola. Muitas vezes é difícil para
elas participarem de atividades físicas, pois tendem a ser mais lentas que as
de seus pares, além disso enfrentam falta de ar.
Estas consequências
sociais negativas contribuem para dificuldades permanentes no controle do peso,
baixa autoestima, baixa autoconfiança e imagem corporal negativa de muitas
crianças.
As crianças e
adolescentes tendem a se proteger dos comentários e atitudes negativas,
retirando-se para lugares seguros, como suas casas, onde podem buscar comida
como um conforto.
Além disso elas
também têm menos amigos, o que resulta em menos interação social e brincadeiras
ativas, gastando mais tempo em atividades sedentárias
Prevenção:
É a chave do sucesso
no controle da obesidade, pois muitas crianças obesas acabarão se tornando
adultos obesos.
Prevenção da
obesidade infantil da gestação aos 2 anos
Perinatal: inclui
nutrição pré-natal adequada com ótimo ganho de peso materno, bom controle de
açúcar no sangue, perda de peso pós-parto com exercícios e aconselhamento
nutricional.
Amamentar bebês:
desde o nascimento até os 6 meses de idade, exclusivamente com leite materno,
ou seja, não lhes dê mais comida ou bebida, e os alimente "sob livre
demanda," ou seja, quantas vezes quiserem, dia e noite.
Por quê? Por si só,
o leite materno fornece todos os nutrientes e líquidos que os bebês precisam
para seus primeiros 6 meses de crescimento e desenvolvimento saudáveis. Os
bebês amamentados exclusivamente têm melhor resistência contra doenças comuns
da infância, como diarreia, infecções respiratórias e infecções do ouvido. Mais
tarde, no decorrer da vida, aqueles que foram amamentados quando criança são
menos propensos a ficar acima do peso ou obesos, ou a sofrer de doenças não
transmissíveis, como diabetes, doenças cardíacas e derrames.
Aos 6 meses de
idade: introduza uma variedade de alimentos seguros e nutritivos para
complementar a amamentação e continue a amamentar até que os bebês tenham 2
anos de idade ou mais.
Não adicione sal ou
açúcar aos alimentos para bebês e crianças até 2 anos
Ofereça alimentos
variados: ingerir diferentes nutrientes, incluindo cereais, trigo, cevada,
centeio, milho, arroz, batata, inhame, mandioca. lentilhas, feijões, verduras,
legumes, frutas, frango, peixe e ovos entre outros.
Por quê? comer
alimentos variados e frescos todos os dias ajudam as crianças a obter a
quantidade adequada de vitaminas e minerais necessários para o crescimento e
desenvolvimento. Também evita o excesso de açúcares, gorduras e sal, que pode
levar a um ganho de peso.
Nenhuma visualização
de televisão ou mídia para crianças menores de 2 anos
Prevenção da
obesidade dos 2 anos à adolescência;
Seguir fornecendo
uma dieta balanceada;
Forneça vegetais,
legumes e frutas;
Ofereça grãos como
lentilhas e feijões regularmente;
Incentive a beber
água;
Não ofereça bebidas
açucaradas (sucos de frutas, refrigerantes, leites aromatizados);
Use óleos vegetais
insaturados (por exemplo, óleo de oliva, soja, girassol ou milho) em vez de
gorduras animais ou óleos; ricos em gorduras saturadas (por exemplo, manteiga,
ghee, banha, coco e óleo de palma);
Escolha carne branca
como frango (sem pele) e peixe, que geralmente têm menos gordura, em vez da
carne vermelha;
Evite carnes
processadas, pois são ricas em gordura e sal;
Evite alimentos
processados, assados e fritos que
contenham gordura trans produzida industrialmente;
Ao cozinhar, limite
a quantidade de sal e condimentos com alto teor de sódio (por exemplo, molho de
soja e molho de peixe), e use ervas frescas;
Evite alimentos com
alto teor de sal e açúcar;
Escolha frutas
frescas em vez de lanches doces, como biscoitos, bolos e chocolate;
Por quê? Pessoas
cujas dietas são ricas em sódio (incluindo sal) têm maior risco de pressão
alta, o que pode aumentar o risco de doenças cardíacas e derrames. Da mesma
forma, aqueles cujas dietas são ricas em açúcares têm maior risco de ficarem
com sobrepeso ou obesos, e um risco maior de cáries. Pessoas que reduzem a
quantidade de açúcar em sua dieta também podem reduzir o risco de doenças não
transmissíveis como diabetes e hipertensão.
Criança: fornecer
aos pais e filhos educação nutricional, a fim de desenvolver práticas
alimentares saudáveis, experiências alimentares com diferentes sabores, e
acompanhamento de ganho de peso para evitar adiposidade precoce. Tempo máximo
de visualização de televisão e mídias de 2 horas ou alguma estratégia que se
aproxime desse limite ao dia.
Infância:
monitoramento do peso e da altura, prevenindo a adiposidade pré puberal
excessiva, fornecendo aconselhamento nutricional estimulando atividade física
diária.
Adolescência: evitar
o aumento de peso após o estirão de crescimento, mantendo um comportamento
alimentar saudável e reforçando a necessidade de exercícios físicos diários.
Estratégias de
tratamento comportamental: As famílias devem monitorar a quantidade de uso da
mídia e depois estabelecer metas para reduzi-la. As recomendações a seguir são
de acordo com a declaração de política da Academia Americana de Pediatria.
Nenhum aparelho de
televisão no quarto da criança
Sem televisão ou
qualquer outra tela durante as refeições
Lembre-se de que
pequenas mudanças todos os dias podem levar a uma receita para o sucesso
.
Adriana Stavro -
Formada em Nutrição pelo Centro Universitário São Camilo. Pós-graduada em
Doenças Crônicas não Transmissíveis pelo Hospital Albert Einstein. Pós
graduanda em Nutrição Clinica Funcional pela VP consultoria, pós graduanda em
Fitoterapia pela Course4U.
Especialidades: • Saúde, bem
estar e emagrecimento; • Nutrição funcional; • Doenças Crônicas; • Regulação do
estresse e do sono; • Nutrição para gestantes; • Acompanhamento pré e pós
cirurgia bariátrica; • Alergias alimentares; • Nutrição vegetariana e vegana; •
Nutrição para prática de atividade física; • Protocolo.