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Foto Lucas Mendes |
Não há problema com fertilidade, entretanto, especialista alerta para completa remissão da doença
Cerca de 10 milhões de pessoas em todo o
mundo têm Doença Inflamatória Intestinal (DII), de acordo com o Ministério da
Saúde. Neste grupo estão mulheres em idade fértil que desejam ser mães. Ao se
preparar para a concepção, estas mulheres devem ter alguns cuidados com relação
a doença para que o período gestacional ocorra bem para a mãe e o bebê. Uma das
coisas a se ter em mente é a completa remissão (momento em que a doença não
manifesta sintomas).
Segundo a gastroenterologista do Hospital
Brasília e do Núcleo Especializado de Doenças Intestinais Complexas (NEDIC)
Renata Filardi, geralmente a fertilidade da mulher que possui DII não é
diferente das outras mulheres. “Em situações específicas pode haver uma
diminuição da fertilidade da mulher que tem DII. Aquelas que tiveram que
retirar todo o intestino grosso e usam bolsa ileal podem ter fibrose nas
trompas uterinas, o que dificulta a implantação do óvulo”, explica.
A médica aponta outros fatores que podem
interferir na fertilidade da mulher com DII como a própria atividade da doença
e fatores psicológicos (transtornos de humor ou ansiedade) que levam ao medo ou
a falta de vontade de engravidar. Assim, é preciso que a mulher com a condição
busque primeiro a remissão para engravidar.
De acordo com Renata Filardi, a remissão da
doença é o momento em que a mulher está sem atividade inflamatória durante a
gestação, ou seja, sem queixas clínicas, além da atividade de inflamação no
sangue e nas fezes estar com valores controlados, assim como exames de
colonoscopia ou exames de imagem também sem sinais de inflamação ativa. “Isso
vai além de apenas uma melhora clínica, que é somente a diminuição de sinais e
sintomas. Uma vez que a paciente esteja com doença em remissão por um período
de 3 a 6 meses considera-se segura sua gravidez, com alta possibilidade de boa
evolução e de bons resultados para o bebê até o parto”, acrescenta a médica.
A atividade inflamatória da DII durante a
gestação apresenta alguns riscos tanto para a mãe como para o bebê. Para a
grávida, há o risco de trombose e um aumento do risco da necessidade de
cesariana. Para o neném, se a gestante estiver com a DII em atividade, há um
aumento de duas a três vezes na chance da criança vir a nascer com baixo peso,
em parto prematuro ou ainda de ocorrer um aborto espontâneo. Mas vale lembrar:
quando a doença é tratada e controlada, a gestação pode acontecer de forma
tranquila e saudável para ambos, com riscos de complicações reduzidos e
semelhantes aos de outras grávidas que não apresentam DII.
A especialista faz outro alerta importante:
“Não acredite na frase, que é um mito e nos atrapalha muito na condução de
mulheres com DII que querem engravidar: ‘engravide porque aí sua doença
inflamatória vai ficar mais branda’, isso não é verdade”. Ao contrário, informa
a médica, cerca de 70% das mulheres que engravidam com a DII em atividade podem
experimentar uma piora no quadro.
Assim, a gastroenterologista aconselha que o tratamento seja seguido a
risca, com o acompanhamento de exames regulares. Assim, a mulher com DII
conseguirá ter uma gravidez tranquila e realizar o sonho da maternidade.

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